Viamos e não veremos | Page 7

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vos será fielmente satisfeito."--Duarte Moniz, menino de sete para oito annos, ficou em penhor.--Malaca foi conservada, e o generoso Barreto, que se desempenhou promptamente para com a Cidade de Goa, deixou a todas as Na??es hum eterno monumento do amor da Patria.
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O Amor da Patria sempre se interessa mais pelas ac??es Illustres que nos precedem; porém a nossa curiosidade mais vivamente se inflama quando vemos que o sexo das gra?as e beleza tem servido de engrandecer a nossa Historia:--No tempo em que o nome Portuguez se fazia temido nas mais remotas partes do mundo em que as nossas Bandeiras tinh?o o respeito das Na??es da terra, em que a nossa Linguagem foi aprendida pelos mais antigos Povos da Asia para receberem o nosso Mando: As nossas Emprezas encontrav?o obstaculos, porém n?o os encontrava a nossa gloria, nem a nossa Fortuna:--A Pra?a de Diu foi hum theatro de ambas! Apezar de todos os perigos da guerra, sempre o nosso valor foi aquí brilhante coroado. Era o tempo do segundo cerco, para que tinh?o concorrido além da grande fama e poder dos Turcos, todos os exfor?os d'ElRei de Cambaia; porém era tambem ao mesmo tempo (por fortuna nossa, e gloria sua!) o Governador da pra?a D. Jo?o de Mascaranhas. Todos os recursos pareci?o faltar-nos, excepto o brio e o amor da gloria!--As mulheres quizer?o seguir o caminho da immortalidade que as circunstancias offereci?o ao Nome Portuguez!!... Sem reparo nem ao estado, nem á idade, todas correm á defeza do commum interesse (geral da Na??o) sem o menor indicio de interesse particular mais do que aquelle que resulta a todos os verdadeiros Cidad?os de verem exaltada a sua Patria.--Os trabalhos mais defficeis s?o gostosamente supportados entre Canticos Patrioticos!--A m?i tinha a vingar hum filho!--A esposa hum marido!--A amante hum namorado. N'hum dia de conflicto geral a companhia, ou a lembran?a de tantos penhores queridos, e amados, servio sómente de estimular os exfor?os communs, e reciprocos:--Isabel Madeira que parecia destinguir-se nas proezas d'este dia tanto, ou mais, como já era destincta pelas virtudes conjugaes:--Hum tiro de Bombarda despeda?a, a seu lado, o seu amante esposo, e a deixa na posse de quatro filhos.--As Matronas, e as donzellas que a rodei?o levant?o hum grito de dor; porém ella fica immovel e seus olhos enxutos!!! Estas unicas palavras respondem á consterna??o geral das mais, e patentei?o a grandeza do seu cora??o:--"Ninguem haja de lastimar-me! Meu marido morreo pela Patria! Poss?o meus filhos merecerem esta ventura!" Assim se exprimia em outro tempo o Heroismo Femenil em Lacedemonia.

Observa??o--Alegoria--Critica--Moral.
Quando as discuss?es de hum Congresso s?o feitas por Cidad?os, Sabios, e Prudentes, ent?o lhes podêmos chamar Discuss?es inspiradas por Deos de Moysés (Omnipotente Deos Creador do Universo), e bem podêmos estar certos que a parte restante dos Cidad?os, que n?o entr?o em tal Congresso, será feliz igualmente, isto he: Ser?o conciderados igualmente, ou sej?o grandes, ou pequenos (Fidalgos, ou Plebêos) pois que o direito das Gentes n?o conhece distinc??o mais do que a Virtude, ou o Crime: outro sim apenas destingue quando se trata de premiar os bons; e castigar os máos, que os homens todos s?o homens!
"Iguaes s?o todos todos s?o parentes, Todos nascer?o ramos descendentes Do tronco antigo do primeiro humano."
Pelo contrario quando as Discuss?es s?o feitas por Ex-Cidad?os (homens sò na figura!) ignorantes, e orgulhosos, ent?o lhe podêmos chamar Discuss?es inspiradas por Jove! Deos dos Poetas! (ou das quimeras que val o mesmo!) e poderêmos ficar certos que os homens neste caso n?o ser?o tratados conforme os seus merecimentos, mas sim conforme a sua orgolhosa Representa??o, e exclamarmos com La Fontaine.
Jove duas mezas poz para os dois lotes Da gente d'este mundo: O Destro, o Esperto, o Forte est?o sentados á primeira;--os pequenos Comem os seus sobejos á segunda.
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Observa??es Criticas, e Alegoricas.
I. No conceito de todos os Escriptores de boa nota (e até na realidade existente) Portugal em longitude de terreno, e mesmo no circulo circumferencial n?o he hum dos maiores Reinos!.. Porém quer pela sua riqueza, posi??o geografica, brio de seus habitantes, em summa por ser cheio como hum ?vo (valho-me desta express?o por n?o ser eu o primeiro que della uso) foi sempre olhado por todas as Na??es Europeas com admira??o, ou emula??o, conforme lhe quizerem chamar?... N?o obstante tal he a alternativa dos tempos, que ou por huma inna??o, ou por huma politica (que impolitica lhe chamára eu!) mal considerada, este pequeno circulo cheio como hum ?vo, que assim se podia considerar até á época de 1807 que a ex-politica Franceza o galou, e outras circunstancias (pelas causas acima que dissemos) o regalár?o, a n?o ser huma inesperada Providencia com a mira n'hum Heroismo Constitucional, estava o sobredito ?vo a ponto de se chocar de todo!..
II. Dizem os Politicos, (e eu o creio) que por todas
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