Viamos e não veremos | Page 8

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as raz?es o homem deve aprender a Grammatica da sua propria lingua... Suppomos hum inteiro e severo Magistrado: Que bella cousa n?o he saber conjugar o Verbo--Eu perco (diz hum só que ás vezes he mui bem que perca por que se faz merecedor de perder; pois que tem perdido outros para elle ganhar!): Nós perdemos (ás vezes injustamente): E que a pluralidade do ultimo deve ser preferida á singularidade do primeiro!
III. Quando reina o Despotismo, e o Rigor, o Genio Grande no centro de hum Palacio, vive para si acanhado, aborrecido, e para os outros Entes morto!... Quando a doce liberdade o pequeno Genio dentro de huma choupana vive altivo, magestoso, e entre balbuciantes vozes de ignorancia!! lhe escap?o alguns pensamentos interessantes, e desta sorte se torna mais util á Sociedade o Ignorante livre, do que o Sabio captivo.
IV. Quando o Governo he Monarquico, succede, regularmente, que estando hum homem no Throno, he governado o Reino por huma Mulher! e se está huma Mulher, por hum homem! E desta maneira vem a ser Governados os Póvos ora pelos caprichos de hum, ora de outro individuo!
V. Quando o Governo de hum Reino he representado por Cidad?os, todos os Cidad?os desfrut?o das gra?as que lhes competem por seus merecimentos; e quando he representado por hum Governo monarquico apenas as desfruct?o os Criados Particulares do Pa?o, e aquelles que tem particularidades com elles!
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Que aproveita ao que he depravado nos costumes proceder de Illustre Gera??o?
Politica Predicavel, e Doutrina Moral do bom Governo do Mundo.
Pag. 486. §. II. N.^o 8.
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Aos Heróes Portuenses, que no dia memoravel 24 de Agosto de 1820 erguêr?o pela primeira vez a Voz da Raz?o, e do Heroismo a Liberdade Constitucional.
Vivei felizes Pios, Vencedores, Em ouro escriptos sej?o vossos nomes, Em cedro, em diamantes, em todo o mundo. ........................................ ........................................ Em vossos peitos s?os, limpos ouvidos Cai?o meus versos, quaes me Febo inspira, Eu desta gloria só fico contente, Que a minha terra amei, e a minha gente.
Ferreira.
Menos deloroso he (aos olhos do bom Observador) vêr a virtude sem premio (pois já o leva no primeiro objecto) do que o vicio sem castigo:--O Immortal Vate o expressa.--
E pondo na cobi?a freio duro, E na ambi??o tambem que indignamente Tomais mil vezes; e no torpe escuro Vicio da tyrania infame, e urgente: Porque essas honras v?s, e esse ouro puro, Verdadeiro valor n?o d?o á gente: Melhor he merece-los sem os ter, Que possui-los sem os merecer.[2]
Cam?es.
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A Nobreza só he verdadeira onde ha Virtude, sem a qual he vaidade:--Os Viciosos n?o s?o verdadeiramente Nobres, e infam?o a sua Nobreza.--
Rosto de formosura, e gra?a ornado, Riqueza, gera??o, for?as, e honra. E todos os mais bens da v? fortuna, Juntamente porás n'huma balan?a; N'outra a Virtude subirá ás estrellas A balan?a ligeira da fortuna: Mas a grave e pezada da Virtude Com o seu pezo aos abysmos decerá.
Diogo de Teive.
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N?o he o Soberano, mas sim as Leis as que devem Reinar sobre os Póvos.
Massillon.
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Se o Costume he Lei, e o vicio he Engano, A estrada vos mostro do Desengano.
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Eu a Virtude elevo, o Crime abato, Exalto o Luzo, o Gollo vitupéro, D'este as ac??es tyranicas relato; Daquelle o Patriotismo, o peito féro: Poeticas fic??es n?o junto ao facto, Natural singeleza seguir quero, Rodeios n?o procuro á s? verdade Assim fallar costuma á humanidade.
O Porto Invadido, e Libertado.
Cant. 1.^o 1.^a Out.
D'hum Cáhos surjamos qual d'antes eramos!
(Do Observador Constitucional.)
Aquella antiga idade, que contemplo Dos nossos afamados Portuguezes, Das quaes erguidas vês hum e outro templo. .......................................... .......................................... Tendo a mediocridade por riqueza, Todo o sobejo fausto aborreci?o; Qu?o limpa, e formosa era a sua pobreza!
Ferreirra 2.^o Livro das Cartas:--Carta 3.^a
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Quantos ha na nossa Aldea Le?es e Lobos fingidos, Que hover?o de andar despidos, Sen?o f?ra a pelle alheia.
Francisco Rodrigues Lobo.
*FIM*.

Vende-se por 120 rs. nas lojas de Jo?o, Henriques, ao fundo da Rua Augusta; de Antonio Manoel Polycarpo da Silva, de baixo da Arcada do Senado, e Carvalho, defronte da Rua de S. Francisco ao Chiado.

*Notas:*
[1] Posto que fosse nossa ten??o publicarmos esta Alegoria com o Nome por extenso que acima occultamos deste sabio Var?o, fomos instados pelo mesmo (a quem solicitamos o consentimento, e a quem a remettemos em manuscripto antes de a publicarmos para que n?o fizessemos men??o do seu nome); pois que elle antes queria ser sepultado no esquecimento do que incensado com Elogios! Assim o deviamos nós esperar; pois que he do verdadeiro sabio eximir-se aos Elogios, e do Ignorante sollicitá-los!
[2] Os titulos.

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