45 legoas, em 32 gráos pouco mais ou
menos, está outra Ilha que se chama S. Thomé, que tem de Leste Oeste
passante de 12 legoas de comprido e de largo 5, e tem uma formoza
Bahia da banda do Sul com um Ilheo, e na face do Norte uma roca de
Baixio, como está aluminada na dita carta por mim feita.
Alem mais a oeste 75 legoas d'esta Ilha São Thomé está outra Ilha que
se chama o Bom Jhus, os quaes nomes foram postos por mim mesmo
por serem os mesmos dias em que as descobria em altura de 33 gráos; e
tem de Leste a oeste ou Sueste de comprido 15 legoas, e de largo mais
de 7 conforme as alturas que para isso tomei, e com formozas Bahias
por todas as faces, e pela banda do Sudoeste afastado d'ella um Ilheo
grande como consta da aluminação da carta que tenho feito, em que se
achará tudo isto que digo muito certo.
FIM
NOTAS
[1] Frontespicio linha 11 e pagina 4 linha 3.
*Oito centos e tantos*, deveria o autor dizer.
[2] Frontespicio linha 16.
*Sessenta*--Barbosa na Bibliotheca Lusitana diz--*setenta*.
[3] pagina 5 linha 10.
A chronologia indicada no titulo do presente opusculo é clara e positiva,
mas como concilial-a com esta do texto? Como explicar tal divergencia
em obra de tão pequeno folego? Em todo o caso, esta é a preferivel por
mais explicita e naturalmente mais pensada. Assim teremos para data
da colonisação referida o anno de 1525, aproximadamente.
[4] pagina 5 linha 10.
O padre Antonio de Carvalho na sua Corographia portugueza, tom.
1.^o pag. 182, (2.^a edic. Braga 1868) e tom. 1.^o pag. 205 da 1.^a
edição tratando da Comarca de Viana, diz, a proposito da freguezia de
S. Julião de Moreyra, concelho de Ponte de Lima, o seguinte:
«N'esta freguezia é a casa do Outeiro, solar dos Fagundes, cuja familia
tem dado pessoas grandes de que descendem muitos fidalgos, e foram
os primeiros que com gente de Viana descobriram a Terra Nova, e que
n'ella tiveram fortificação de que eram senhores, e por sua conta corria
a pesca do bacalhau em quanto Inglatterra a nao tomou.» Conforme o
mesmo autor, os Fagundes alliaram-se com os Pereiras Pintos de
Bretiandos. A pag. 14 do Theatro Geneologico de D. Tivisco Nazáo
Zarco etc. igualmente se diz João Alvares Fagundes, Capitão da Terra
Nova.
A representação d'estas familias está hoje no senhor conde de
Bretiandos.
Existirão ainda no archivo d'esta casa memorias ou documentos
relativos aos factos que aponta o autor supracitado?
[5] pagina 6 linha 1.
Sem pertender-mos alterar a denominação actual d'esta ilha, nem a esta
indicar nova origem, lembraremos comtudo a proposito da palavra
britão a seguinte passagem da Azurara, na Chronica de Guiné, pag.
304:
«E porque em terra eram tantos d'aquelles Guineus, que por nenhum
modo podiam sahir em terra de dia nem de noite, quiz Gomes Pires
mostrar que queria sahir entre elles por bem; e poz na terra um bollo e
um espelho e um folha de papel no qual debuxou uma cruz. E elles
quando vieram, e acharam alli aquellas cousas britaram o bollo e
lançaram-no a longe, o com as azagaias atiraram ao espelho até que o
britaram em muitas peças e romperam o papel, mostrando que de
nenhuma d'estas cousas não curavam.»
[6] pagina 6 linha 6.
Ainda que o autor só genericamente diz que reforçaram a colonia
alguns casaes tomados de passagem nas ilhas dos Açores, parece-nos
que o seriam unicamente na ilha Terceira, pelas estreitas relações de
familia e de commercio que então havia entre ella e Viana.
A provincia do Minho foi das que mais concorreram para a colonisação
d'aquella ilha. Sam diversas as antigas familias terceirenses procedidas
e ligadas com familias de Viana. D'ali veio Rodrigo Affonso Fagundes,
da propria casa do Outeiro, e delle procedeu larga e mui distincta
posteridade. Sua terceira neta Beatriz Fernandes de Carvalho, casou em
1546, com Pedro Pinto, de Viana; casa depois ali denominada da
Carreira, e hoje representada pela exm.^a senr.^a D. Maria Izabel
Freire d'Andrade, de Lisboa, que por via d'aquella alliança ainda hoje
possue n'aquella ilha e na de S. Jorge uma grande casa.
O mesmo sr. conde de Bretiandos ainda hoje possue casa na Terceira,
procedida de D. Maria de Souza mulher de Damião de Souza de
Menezes, irmã de Gonçalo Vaz de Souza instituidor sem geração filhos
ambos de Antonio de Souza Alcoforado e de Cecilia de Miranda da
Ilha Terceira.
[7] pagina 7 linha 3.
João Affonso. É este nome bem conhecido na historia maritima de
França, como marinheiro, hydrographo e geographo. Deixou uma
Hydrographia ms., hoje existente na Bibliotheca Nacional de Paris.
D'ella se publicou um extracto em 1559, tempo em que já era morto o
autor, com o titulo de--Voyages
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