o cadente dia?Traz repouso, ternura, e alegria!
Pedro Affonso no emtanto, em cujo peito?A p��r da intrepidez m��ra a piedade,?Guerreiro sem igual, Christ?o perfeito,?Vai demandando a erma soledade?Do provecto Ermit?o, asilo estreito?Onde fugindo as pompas, e a vaidade,?A Deus e �� penitencia consagr��ra?O venerando velho a vida c��ra.
N'uma colina, apenas exal?ada?Sobre a vasta planicie calorosa,?Uma exigua Capella era elevada?N'aquella idade barbara, e piedosa:?Do velho Ermita a cellula acanhada?Jazia ao lado, uma sobreira annosa,?Co'a larga rama o tecto protegia,?E do profano olhar a defendia.
Ante a porta do sacro monumento?Com toscos p��us estava retratado?O sacrosanto lenho do tormento,?Em que o Filho de Deus f?ra pregado:?Dentro sculptado via-se o momento?Em que o Corpo sem vida, reclinado?Da M?i nos bra?os, vai, qual creatura.?O Creador baixar �� sepultura.
Alli da noute na primeira vela?P'ra o Rei, do sacro livro possuido,?A campana soou, que o tempo assella?Do celeste Emissario promettido,?P'ra que em luz, que a do Sol mais clara e bella?Fosse Christo por elle percebido,?Promettendo-lhe a coroa, e a victoria?Da sua estirpe, e do seu povo a gloria.
Naquelle instante o velho venerando,?De giolhos aos p��s da Cruz al?ada,?Estava o fim do dia consagrando,?Como do dia consagr��ra a entrada.?Raros alvos cabellos fluctuando?Se viam sobre a frente despojada;?E a barba, que lhe o vento sacudia?Em ondas, sobre o peito lhe descia.
Na piedosa ora??o todo engolfado?Estava o santo velho por tal sorte,?Que nem sequer sentiu chegar-lhe ao lado,?Do Escudeiro seguido, o Var?o forte.?Pedro Affonso parou, seu peito, armado?De audacia contra os perigos, contra a morte,?Toca a vista do Ermita por tal geito,?Que n?o sabe se �� medo, se respeito.
Mas o mo?o Escudeiro, que o seguia?Bem diversa impress?o experimentava,?Do Ermita a quieta??o, quasi a apathia?Da sua alma c'o estado contrastava;?Em seu peito um volc?o latente ardia,?Dos desejos no pelago nadava,?Estava n'essa idade, em que o repouso?�� n?o s�� mal; mas mal o mais penoso.
Ruy era o seu nome. �� luz viera?Sob o tecto paterno junto ao Douro;?Seu Pai, no nome igual, a vida dera?Com Henrique pugnando contra o mouro.?J��mais paterno affago conhecera,?Que a triste viuvez, envolta em ch?ro?Ruy, unico bem que lhe rest��ra,?No ber?o filho posthumo embal��ra.
Unica fl?r, que lhe esmaltasse a vida,?A m?i no tenro filho cultivava,?Nelle a imagem do pai, reproduzida,?Embellezada ainda, idolatrava.?No Joven desde a infancia alma atrevida?Namorada da gloria se mostrava,?Com cora??o ardente, e generoso,?E a um tempo amante, meigo, e carinhoso.
Indole a tudo prompta, a tudo ousada?No porte do mancho transluzia:?Na estatura esbelta, e levantada?Co'a ligeireza a robustez se unia:?Sobre a frente morena, e dilatada?A negra liza comma lhe descia,?Nos olhos vivos, e de c?r escura?Temperava o fogo bellico a ternura.
N?o era lindo, n?o, que express?o tanta?Destroe a symetria da lindeza;?Porem mais do que o lindo arrastra, encanta,?Interessa, move, e a atten??o tem presa.?Sem ter severo olhar, que o riso espanta,?S��ria a sua express?o, toca em tristeza,?Trasborda n'ella uma alma forte e ardente,?Que tudo p��de ser, salvo indiff'rente.
Tal era formado
No vulto, e nas cores,
Que era a Marte asado,
Era asado a amores.
Qual brilha entre as flores
O cravo fragrante,
Tal elle prestante
Entre os mais brilh��ra,
Ou tal se elev��ra
Entre os companheiros,
Como nos outeiros
O olmo alteroso
Sobre o bosque ergue o cume alto, e frondoso.
No patrio tecto, desde o ber?o vira?Do nobre pai o escudo pendurado,?A cota, que inimigo ferro abrira,?Inda tinta do sangue n?o vingado.?Mil vezes entre pranto �� m?i ouvira?Contar paterna gloria e triste fado,?Mil co'a infantina m?o tocado havia?A herdada lan?a, que ha brandir um dia.
Entre memorias taes do patrio dano?Do filho de Ruy crescera a idade;?Volvido haviam j�� anno apoz anno?Conduzindo o vigor da mocidade,?Quando a m?i, que respeita como arcano?Do extincto Esposo a ultima vontade,?No dia em que seu lucto revivia?Ao filho bem amado assim dizia.
?Martyr da f�� Christ?a teu Pai na guerra??Pela Cruz deu a vida peleijando;??Fatal golpe o prostrou na propria terra,??Que para Christo andava conquistando.??Ah! se l�� donde o summo bem se encerra??Elle, oh filho, nos v��, ver-me-ha chorando,??Dar-te o preceito, que houve do Consorte??Quando a alma entregou nas m?os da morte.
?Alli fica, me disse, aquella lan?a,??Que s�� de infiel sangue
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