Reprezentação à Academia Real das Ciências sobre a refórma da ortografia | Page 6

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prescripto
adoptar corruptivel etc.
O--s--em sciencia, crescer nascer etc.
O--x--em excepto excitar etc.
3.^a
Não se empréga--ph--a reprezentar a articulação--fe--; substitue-se
por--f--.
4.^a
Não se empréga--s--a reprezentar a articulação--ze--; substitue-se
por--z--.
5.^a
Não se empréga--x--a reprezentar a articulação especial

que--s--reprezenta no fim das sílabas, como em duplex Felix, mixto
sexto texto, excluir exposto etc.; substitue-se pelo--s--.
6.^a
Não se empréga--x--a reprezentar a articulação--ze--, como em exame
exemplo exito etc.; substitue-se por--z--.
7.^a
Não se empréga--x--a reprezentar a articulação--ce--; substitue-se
por--c--, escrevendo por ezemplo: mácimo àucílio flècível, reflèção
conèção, flèçor refléço flèçura etc.
8.^a
Não se empréga--z--a reprezentar a articulação especial de que fala a
régra 5.^a; substitue-se por--s--.
9.^a
Não se empréga--ch--nem--k--a reprezentar a articulação--qe--;
substitue-se por--q--.
10.^a
Não se empréga--g--a reprezentar a articulação--je--; substitue-se
por--j--.
11.^a
Não se empréga--ch--a reprezentar a articulação--xe--; substitue-se
por--x--.
12.^a
Não se empréga--x--a reprezentar o som--qce--; substitue-se por--qc--.
13.^a

Não se emprégão consoantes compóstas; o--lh--e o--nh--serão
substituídos, cada um por um signal próprio e único.
14.^a
Criar-se-á um segundo carátèr de--r--, para que cada um dos sons que
ésta letra reprezenta, tenha o seu sinal privativo.
15.^a
Não se empréga--s--a reprezentar a articulação--ce--; substitue-se
por--c---, conservando neste a cedilha antes de---a o u--, em quanto for
precizo para evitar que se pronuncie--qe--.
16.^a
Não se empréga--c--a reprezentar a articulação--qe--; substitue-se
por--q--.
Senhores, paréce á comissão que, embóra póssa não ser este, ao menos
a alguns respeitos, o único módo de realizar a ortografia sónica, esse
sistema déve ser considerado m[~u]ito aceitável; paréce-lhe que quem
o ezaminar com atenção, o admitirá sem relutáncia. Entretanto convem
que diga alguma couza em apoio das alteraçõis que póssão càuzar
estranheza por qualquér motivo, ou parecer menos justificadas.
A respeito de vogais, entende que a sua reprezentação onomatópica,
como propõi, não póde ser rejeitada em princípio; quando m[~u]ito
poderá aver dúvida àcerca da ocazião de realizar uma ou outra das
alteraçõis respètivas.
Não déve com tudo deixar de dizer algumas palavras a respeito das
régras 12.^a e 13.^a, por motivo do seu m[~u]ito alcance; pois são
inúmeras as palavras em que--e--reprezenta o som de--i--, e em
que--o--reprezenta o som de--u--.
Todos reconhecerão que nos cazos em que--e--fás as vezes de--i--,
acontéce que, se se quizésse dar-lhe o som de--e--surdo, a pronúncia

éra forçada e dezagradável; dá-se-lhe pois o som de--i--, porque não
póde ser de outro módo: escute-se a pronúncia, por ezemplo, de
escrever espaço, escavacar esgotar, enfermo enjenho, área óleo,
cabecear passear, e ficar-se-á cérto d'isso. A pronúncia reclama pois
o--i--; e sucéde que a etimolojia o não repéle. Nos cazos como escrever
escavacar cabecear, nada tem que ver a etimolojia, puzémos
alí--e---como podíamos pôr--i--; nos cazos como área óleo, é verdade
que se ofende a etimolojia, sendo--e--substituído; mas nos de enfermo
enjenho, etc., a substituição vinga a etimolojia ofendida, visto que o
latim éra infirmus ingenium.
Sucéde outro tanto com--u--, que é inquestionàvelmente reclamado pela
pronúncia. Á parte os cazos de--o--reprezentando--u--no princípio e
meio das palavras, em que algumas vezes se ofende a etimolojia com a
substituição, temos a considerar o--o--da sílaba final, que é o cazo mais
importante, com cuja substituição não será ofendida e em inúmeros
cazos será dezafrontada. Dízem jeralmente que os nómes portuguezes,
derivados do latim, se formárão do ablativo e não do nòminativo, e que
portanto em filho reino, por ezemplo, a raís é filio regno e não filius
regnum. Acreditâmos que é assim, e concedemos que por conseguinte
escrevendo filhu reinu se ofende a etimolojia; mas em tal cazo escrever
pôrtu cúrsu é dezagravar éssa etimolojia, porque éra terminado
em--u--o ablativo de portus cursus; assim como será dezagraval-a, se
escrevermos por ezemplo amámus bebêmus vestímus, porque no latim
tínhão--u--na sílaba final todas as vózes da 1.^a pessoa do plural dos
vérbos, o qual nós substituímos por--o--. Nóte-se porem que,
escrevendo filhu reinu, não se ofenderá a etimolojia; averá a diferença
da derivação se fazer do nòminativo e não do ablativo. Donde se
conclue que a substituição do--o--pelo--u--, não será uma ofensa mas
um dezagravo da etimolojia, ao passo que é uma omenájem á
pronúncia.
Ségue-se pois que as duas substituiçõis são justificadíssimas; e se a
comissão propõi o seu adiamento, é só por evitar a impressão
desfavorável que receia que produzíssem, sobre tudo pelo aparecimento
m[~u]ito freqüente do--u--na sílaba final.

Alguem por ventura estranhará a eliminação do--y--. Tôdavia para
justifical-a basta dizer, que éssa letra não reprezentava em grego o
som--i--, mas sim um cérto som de--u--. Se nas respètivas palavras se
mudou o som reprezentado, é racional que se mude o sinal
reprezentativo. É em verdade singular, que se xame--i--grego e se uze
como--i--, o que éra a letra--u--dos gregos.
Quanto á acentuação, a comissão está quázi cérta de que as suas
indicaçõis não serão vistas sem alguma estranheza; porque, como os
latinos não uzávão dos acentos, entende alguem que tambem os não
devemos
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