Reprezentação à Academia Real das Ciências sobre a refórma da ortografia | Page 5

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oje, fóle, nóme, cóne, tópe, léque, póte, léve
, peixe,
onze, bérre, fére, mólhe, ganhe, bàús.
2.^o Que o módo de reprezentar os sons vogais, racionalmente e em
armonia com o princípio da unidade de reprezentação, é aquele por que
vão acima dezignados nos ezemplos, á parte as vogais acentuadas e
algum sinal por meio do qual se queira notar que e, prepozitiva de ei eu,
e o, prepozitiva de oi ou, reprezêntão sons especiais; adòtando-se, como
sinal de entoação nazal, unicamente o acento nazal ou til.
E que a maneira mais racional de reprezentar os consoantes ou
articulaçõis, é tambem aquéla por que vão dezignados, isto no que tóca
aos 15 primeiros e ao último e tambem ao som brando do r; pois que o
som áspero d'ésta letra, assim como as articulaçõis lhe nhe, dévem ter
sinais próprios e únicos.
* * * * *
Ora, em vista d'éstas concluzõis, a comissão julgou dever seu propor as
duas seguintes colèçõis de régras, que constitúem um sistema compléto
para levar á prática a ortografia sónica em toda a sua pureza, quando no
futuro isto seja realizável, unicamente com ésta restrição: que os nómes
de línguas estrânhas, em quanto não são nacionalizados, se emprégão
tais quais são na língua respètiva, sendo os apelativos sublinhados no
mànuscrito e póstos em itálico nos impréssos.
E advérte que coordenou as régras de cada uma, segundo a facilidade

com que entende que as alteraçõis que encérrão, pódem ser aceitas pelo
público; isto é, em armonia com o módo, pelo qual a refórma se poderá
ir ezecutando, que vai indicado no fim.

Régras relativas a vogais
1.^a
Não se empréga--e--a reprezentar--i--nos ditongos; empréga-se--i--,
escrevendo por ezemplo: pai navais amais, mãi cãis; dói erói, dóis-te
faróis; foi bois, põi põis coraçõis; azuis.
2.^a
Não se empréga--o--a reprezentar--u--nos ditongos orais;
empréga-se--u--, escrevendo por ezemplo: pau bacalhau, céu véu, meu
deu, viu feriu.
3.^a
Não se empréga--y--a reprezentar--i--; empréga-se--i--.
4.^a
Não se empréga--e--a reprezentar--ei--nos cazos da
terminação--ea--(que outros escrévem--êa--e tambem--éa--), nos de
sexto texto, etc., e nos de--ex--inicial em que é sílaba predominante ou
seguido de--ce ci--, e tambem em ex-ministro, etc.; empréga-se--ei--,
escrevendo por ezemplo: correia plateia, deistra seisto, eizito eicéto
eicitar eis-ministro.
5.^a
As vogais--a e o--abértos, que não são sílaba predominante da palavra,
acentúão-se com acento grave (`): ezemplo, àcerca esquècer mòrdomo.
6.^a

As vogais--a e o--abértos, bem como as vogais--i u--, acentúão-se com
acento agudo (´), quando são a sílaba predominante; as vogais--a e
o--fexados acentúão-se com acento circunfléço (^).
Eicètúão-se os cazos seguintes:
1.^o Não se acentua a vogal em--al el--(eicéto nas palavras esdrúxulas)
e nas terminaçõis---ar ol--, em que é abérta; menos nos cazos como
vêl-o pôl-o fazêl-a perdêl-os comêl-as, em que é fexada.
(Nos cazos como ámal-o fázel-a pérdel-as, amal-o-ei sel-o-á
perdel-a-ia, pol-o-ias, etc., é surda).
2.^o Não se acentua a vogal nas terminaçõis--il ul ir ur--; e nas
terminaçõis---er or--, quando é fexada; eicéto no vérbo pôr.
(Acentua-se quando é abérta. É surda unicamente nas prepoziçõis per
por).
3.^o Não se acentua o--a--dos ditongos--ái áu--nos monossílabos e na
sílaba final; e na primeira sílaba, em palavras de duas, quando for surda
a vogal da última, como em caixa caixas baixo baixos baile bailes
cauza cauzas auto autos fraude fraudes.
4.^o Não se acentúão, em penúltima sílaba, as vogais nazaladas
nem---a---abérto e--e o--fexados nem--i u--, quando for surda a vogal
da última; menos--i u--nos cazos como saída faísca saúde balaústre
reúne miúdo ruído e semelhantes, para evitar que se faça ditongo.
7.^a
Não se empréga--u--depois de--g--e de--q--quando é nulo.
8.^a
Não se empréga--e--a reprezentar--ei--nos cazos de--em en--, como em
bemaventurado bemdito Bempósta àlem-mar
semsaboria, tem tens,
desdem desdens, imájem imájens; empréga-se--ei--nazal.
9.^a

Não se empréga--o--a reprezentar--u--em--au--nazal; empréga-se--u--,
escrevendo por ezemplo: mãu sòtãu barãu, âmãu amárãu amarãu.
10.^a
Para reprezentar os ditongos orais emprégão-se caratéres próprios,
formados das duas respètivas letras ligadas convenientemente.
11.^a
Para reprezentar os ditongos--ai au ei oi ui--nazais, emprégão-se sinais
próprios, formados das duas letras com o til a abranjêl-as ambas.
Dos ditongos--au ei--averá carátèr longo e bréve. O carátèr longo terá
um acento agudo a cortar o til.
12.^a
Não se empréga--e--a reprezentar--i--; empréga-se--i--, escrevendo por
ezemplo: ifeito infermo irmida, istudo iscavar, imposto izâme, rédia
côdia ólio, passiar isbofetiar.
13.^a
Não se empréga--o--a reprezentar--u--; empréga-se--u--.
14.^a
O som de--o--fexado será reprezentado por este mesmo sinal, e
criar-se-ão sinais privativos para reprezentar--a e o--abértos e--a
e--fexados.
15.^a
Não se emprégão--m n--como sinal de nazalidade; empréga-se sòmente
o til.

Régras relativas a consoantes

1.^a
Não se dóbra nenhuma consoante.
2.^a
Não se emprégão consoantes nulas; como são:
O--b--em substancial subtil, Job Jacob etc.
O--c--em acção factor, inspecção insecto, interdicção afflicto etc.
O--g--em augmento assignar, Emigdio Ignacio etc.
O--h--em habito humido, inhabil inhumano, theatro rhetorica, epocha
parocho chlamide etc.
O--m--em damno solemne condemno hymno somno alumno etc.
O--p--em psalmo recepção inscripção adopção corrupção,
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