Reprezentação à Academia Real das Ciências sobre a refórma da ortografia | Page 7

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os dispêns?o, fica determinado o valor de cada vogal. E com éssa inova??o bem simples dezaparecerá uma grande dificuldade que os estranjeiros enc?ntr?o ao aprender a nóssa língua, e que aos mesmos nacionais é grande embara?o para aprender, e para ler corrètamente.
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Em fim, quanto ao número dos sons vogais, cumpre á comiss?o dizer o seguinte.
Admitiu o som de--a--fexado, por entender que o--a--predominante antes de--m n nh--tem esse som segundo a pronúncia mais jeral, com eicè??o da termina??o amos do pretérito dos vérbos em--ar--. O som abérto que m[~u]itos lhe d?o, e que ele tem antes de todas as outras consoantes, é mais eufónico e mais bélo, mas uza-se menos; e a opini?o dos que dízem que ésta e as outras vogais, naquele cazo, tem todas som nazal menos--e o--abértos, n?o paréce á comiss?o que póssa nem deva ser aceita.
N?o ignóra que alguns úz?o--e o--abértos com entoa??o nazal, dizendo escóndes escónde rómpes rómpe, véndes vénde séntes sénte; mas entende que ésta pronúncia n?o déve prevalecer, embóra--e o--abértos de entoa??o nazal sêj?o menos fanhózos e portanto mais eufónicos que--e o--fexados, porque a pronúncia contrária é a do màiór número e a supress?o dos dois sons nazais é uma simplifica??o apreciável.
Sabe que á m[~u]ito quem n?o queira admitir o ditongo--ou--, dizendo que nos cazos respètivos o som vogal é o de--o--fexado; mas n?o crê que seja assim, pois axa notável e óbvia diferen?a de som nas primeiros sílabas de coro lobo e últimas de av? Pàss? por ezemplo, e nas de couro louvo, lavou passou: no primeiro cazo á som de--o--fexado; no segundo, de ditongo--ou--, m[~u]ito mais eufónico e agradável que aquele. Bem como sabe, que á quem uze este ditongo em lugar do--o--fexado nos cazos como b?a cor?a, s?a pav?a; mas julga que este uzo déve rejeitar-se por n?o ser o jeral.
E sabe igualmente que se tem sustentado, que nos ditongos nazais só a prepozitiva tem entoa??o nazal; éssa ideia porem, a seu ver, é errónea,--os ditongos nazais n?o se fórm?o juntando uma vogal oral a uma nazal anterior, mas sim dando entoa??o nazal a um ditongo oral.
Assim como, a este propózito, déve notar que n?o desconhéce cértas pronúncias, sobre as quais xama a aten??o para que sêj?o emendadas, por viciózas que s?o segundo crê. Por um lado alguem sustenta, que--e--predominante, antes de--lh--, tem som de--a--fexado na pronúncia jeral, e se dis por ezemplo can?alho salha abalha e n?o concêlho sêlha abêlha (o que éla n?o considéra aceitável); bem como sustenta que ?em todas as sílabas n?o acentuadas é o--a--fexado, eicéto nas finais em que é mudo?. Por outro lado, á quem tróque o--e--fexado por--ei--antes de--j lh nh--, dizendo por ezemplo igreija teilha leinha--em vês de dizer igrêja têlha lênha.
A comiss?o n?o póde crer que o primeiro--a--de batalha, por ezemplo, seja diferente do último, ou que sêj?o divérsos os últimos aa de sáfara. E do mesmo módo, entende que n?o á motivo para que o--e--predominante, que póde ser fexado antes de todas as outras consoantes, o n?o póssa ser antes de--j lh nh--em cértos cazos, e se pronuncie--ei--contra a pronúncia jeral.
E cumpre notar ainda outra pronúncia que fora bom corrijir: é a do ditongo--?o--nos nómes que oje fórm?o o plural em--?es--, e nas respètivas vózes dos vérbos. M[~u]itos pronuncí?o bord?o tac?o tim?o port?o amar?o, etc., como se o ditongo fora--ou--nazalado; óra este ditongo é m[~u]ito menos eufónico e bélo do que o outro, pelo que déve ser rejeitado: e assim o ditongo--?o--déve sempre pronunciar-se como se pronuncia em m?o irm?o t?o c?o.
A propózito d'isto dirá tambem, que pensa ter ido confórme com a pronúncia jeral, considerando que em--ex--inicial--e--n?o reprezenta--ei--sen?o onde é sílaba predominante como em exito, ou onde ao--x--se ségue--ce ci--como em exceto excitar, e no cazo de ex-ministro ex-deputado, etc. Próv?o-lho a sua observa??o, as m[~u]itas palavras onde o--x--já foi substituído, como izen??o estranho espremer, etc., etc., e a opini?o de gramáticos àutorizados, que dízem que a pronúncia é ezacerbar ezemplo ezistir ezórdio.
Por último dirá, que o emprego do til como único sinal de nazalidade, m[~u]itíssimo racional a todos os respeitos, n?o lhe paréce que póssa ser rejeitado; até porque se recomenda pelas facilidades que trará á leitura do mànuscrito,--vantájem que advirá igualmente da supress?o do--u--e demais letras nulas.
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Com rela??o a consoantes, a comiss?o julga que as refórmas que prop?i, s?o tambem de todo o ponto justificadas. A evolu??o por meio da qual se constituiu a língua como oje a falamos, operou-se suprimindo e transformando por todos os módos e em todos os sentidos. Móstra isso uma infinidade de palavras, e bást?o a proval-o estes poucos ezemplos: de actio c[oe]sius crates faba ficus lupus lutum nunquam pluvia pr[ae]da quinque ratio, angelus bubulcus coquina cymbalum cytisus germanus mespilum miscere pustula sacellum sanare vagina videre, apotheca auricula caveola invidia quiritare infundibulum, fizémos ac??o gazeo grade
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