Reprezentação à Academia Real das Ciências sobre a refórma da ortografia | Page 6

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articula??o--je--; substitue-se por--j--.
11.^a
N?o se empréga--ch--a reprezentar a articula??o--xe--; substitue-se por--x--.
12.^a
N?o se empréga--x--a reprezentar o som--qce--; substitue-se por--qc--.
13.^a
N?o se emprég?o consoantes compóstas; o--lh--e o--nh--ser?o substituídos, cada um por um signal próprio e único.
14.^a
Criar-se-á um segundo carátèr de--r--, para que cada um dos sons que ésta letra reprezenta, tenha o seu sinal privativo.
15.^a
N?o se empréga--s--a reprezentar a articula??o--ce--; substitue-se por--c---, conservando neste a cedilha antes de---a o u--, em quanto for precizo para evitar que se pronuncie--qe--.
16.^a
N?o se empréga--c--a reprezentar a articula??o--qe--; substitue-se por--q--.
Senhores, paréce á comiss?o que, embóra póssa n?o ser este, ao menos a alguns respeitos, o único módo de realizar a ortografia sónica, esse sistema déve ser considerado m[~u]ito aceitável; paréce-lhe que quem o ezaminar com aten??o, o admitirá sem relutáncia. Entretanto convem que diga alguma couza em apoio das altera??is que póss?o càuzar estranheza por qualquér motivo, ou parecer menos justificadas.
A respeito de vogais, entende que a sua reprezenta??o onomatópica, como prop?i, n?o póde ser rejeitada em princípio; quando m[~u]ito poderá aver dúvida àcerca da ocazi?o de realizar uma ou outra das altera??is respètivas.
N?o déve com tudo deixar de dizer algumas palavras a respeito das régras 12.^a e 13.^a, por motivo do seu m[~u]ito alcance; pois s?o inúmeras as palavras em que--e--reprezenta o som de--i--, e em que--o--reprezenta o som de--u--.
Todos reconhecer?o que nos cazos em que--e--fás as vezes de--i--, acontéce que, se se quizésse dar-lhe o som de--e--surdo, a pronúncia éra for?ada e dezagradável; dá-se-lhe pois o som de--i--, porque n?o póde ser de outro módo: escute-se a pronúncia, por ezemplo, de escrever espa?o, escavacar esgotar, enfermo enjenho, área óleo, cabecear passear, e ficar-se-á cérto d'isso. A pronúncia reclama pois o--i--; e sucéde que a etimolojia o n?o repéle. Nos cazos como escrever escavacar cabecear, nada tem que ver a etimolojia, puzémos alí--e---como podíamos p?r--i--; nos cazos como área óleo, é verdade que se ofende a etimolojia, sendo--e--substituído; mas nos de enfermo enjenho, etc., a substitui??o vinga a etimolojia ofendida, visto que o latim éra infirmus ingenium.
Sucéde outro tanto com--u--, que é inquestionàvelmente reclamado pela pronúncia. á parte os cazos de--o--reprezentando--u--no princípio e meio das palavras, em que algumas vezes se ofende a etimolojia com a substitui??o, temos a considerar o--o--da sílaba final, que é o cazo mais importante, com cuja substitui??o n?o será ofendida e em inúmeros cazos será dezafrontada. Dízem jeralmente que os nómes portuguezes, derivados do latim, se formár?o do ablativo e n?o do nòminativo, e que portanto em filho reino, por ezemplo, a raís é filio regno e n?o filius regnum. Acreditamos que é assim, e concedemos que por conseguinte escrevendo filhu reinu se ofende a etimolojia; mas em tal cazo escrever p?rtu cúrsu é dezagravar éssa etimolojia, porque éra terminado em--u--o ablativo de portus cursus; assim como será dezagraval-a, se escrevermos por ezemplo amámus bebêmus vestímus, porque no latim tính?o--u--na sílaba final todas as vózes da 1.^a pessoa do plural dos vérbos, o qual nós substituímos por--o--. Nóte-se porem que, escrevendo filhu reinu, n?o se ofenderá a etimolojia; averá a diferen?a da deriva??o se fazer do nòminativo e n?o do ablativo. Donde se conclue que a substitui??o do--o--pelo--u--, n?o será uma ofensa mas um dezagravo da etimolojia, ao passo que é uma omenájem á pronúncia.
Ségue-se pois que as duas substitui??is s?o justificadíssimas; e se a comiss?o prop?i o seu adiamento, é só por evitar a impress?o desfavorável que receia que produzíssem, sobre tudo pelo aparecimento m[~u]ito freqüente do--u--na sílaba final.
Alguem por ventura estranhará a elimina??o do--y--. T?davia para justifical-a basta dizer, que éssa letra n?o reprezentava em grego o som--i--, mas sim um cérto som de--u--. Se nas respètivas palavras se mudou o som reprezentado, é racional que se mude o sinal reprezentativo. é em verdade singular, que se xame--i--grego e se uze como--i--, o que éra a letra--u--dos gregos.
Quanto á acentua??o, a comiss?o está quázi cérta de que as suas indica??is n?o ser?o vistas sem alguma estranheza; porque, como os latinos n?o uzáv?o dos acentos, entende alguem que tambem os n?o devemos admitir.
Com tudo, se eles f?r?o proscritos do latim, os gregos empregár?o-nos superabundantemente. álem dos acentos avia em grego os espíritos. é m[~u]itíssimo rara a palavra grega que n?o tenha acento em uma das três últimas sílabas; toda a vogal ou ditongo porque principia uma palavra, tem algum dos espíritos; nos ditongos p?i-se o espírito e o acento sobre uma mesma vogal.
Vê-se portanto, que os gregos acentuár?o tudo e que os latinos n?o acentuár?o nada. A comiss?o julga pois, que faremos bem, se seguirmos um meio termo, acentuando tanto quanto for precizo; e por isso paréce-lhe que n?o deve ser rejeitada a sua propósta, tanto mais que as quatro eicè??is poup?o uma infinidade d'acentos, e se facilita assim a tranzi??o para o uzo dos caratéres nóvos propósos na régra 14.^a: d'este módo, por meio de acentos e de régras que
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