Portugal e Ilhas Adjacentes | Page 3

F. Adolfo Coelho
4. A meteorologia. 5. A
flora. 6. A fauna.
II. O homem. 1. Caracteres somaticos. 2. Caracteres psychicos.
III. A historia. 1. Origens ethnicas (migrações, invasões, etc.) 2.
Influencias externas, sem mistura ethnica. 3. Factos historicos
reveladores do caracter do povo ou que sobre elle actuaram.
IV. A vida hodierna. A. Fórmas da vida pratica. 1. Fórmas individuaes.
a) A alimentação. b) A habitação. c) O vestuario e as armas. d) O
trabalho (processos, productos, etc.) 2. Fórmas individuo-sociaes. a) A
organisação economica do trabalho. b) O commercio. c) Associações,
companhias, confrarias, (antigas corporações de officios, como
appendice). d) A linguagem, os gestos, a escripta (tentativas,
independentes da graphia corrente, etc.) e) O decoro, o porte pessoal. f)
As fórmas de polidez e de respeito (cumprimentos, saudações, etc.) g)
O jogo (passagem para as fórmas artisticas). 3. Fórmas sociaes. a) A
familia (casamento, criação e educação dos filhos, organisação
domestica, relações parentaes; em especial vestigios de antigas fórmas
de casamento, etc.) b) Os laços da sociedade. c) Sentimento da
communidade nacional e politica. 4. Fórmas humanas. a) Sentimentos
de humanidade em geral. b) A amizade. c) A hospitalidade. d) A
beneficencia. e) Relações internacionaes. B. Fórmas da vida artistica
(esthetica). 1. Danças. 2. Musica. 3. Litteratura. 4. Desenho, pintura. 5.

Esculptura. 6. Architectura. C. Fórmas da vida religiosa. 1. Crença no
sobrenatural, em geral. 2. Vestigios de crenças mythicas, de praticas
que se referem aos cultos pagãos. 3. A crença nos espiritos. Apparições.
4. Superstições diversas. 5. Conceito de Deus, dos anjos e dos santos. 6.
O diabo na crença popular. 7. O céu na crença popular. 8. O inferno. 9.
Orações. 10. Offerendas. 11. Festas religiosas. 12. Objectos materiaes
empregados no culto, nessas festas, ou que de qualquer modo se ligam
ás crenças religiosas. D. Fórmas da vida especulativa (saber popular
propriamente dito). 1. Emquanto ás fontes. a) Observação, experiencia.
b) Conversação, tradição. c) Reflexão. 2. Emquanto ao objecto. a) A
natureza. b) O homem. c) As causas ultimas.
Não é aqui o logar de defender essa classificação, naturalmente sujeita
a criticas, nem de indicarmos como fomos levados a estabelelecê-la, o
que tencionamos fazer noutra parte. Observaremos que, como noutras
classificações, póde nessa um mesmo objecto entrar em mais de uma
divisão, segundo o modo por que é considerado. As fórmas individuaes
da vida, possiveis ao homem isolado, como a um Robinson na sua ilha,
desenvolvem-se sob a acção social por certo e é dentro do meio social
que aqui são introduzidas, mas a classificação não deixa por isso de ter
base.
Muitas das divisões do programma não podem ser representadas na
exposição senão por descripções, analyses, estudos, isto é,
litterariamente, por não se referirem a objectos materiaes; das que o
podem ser pelos proprios objectos materiaes ou modelos, entendemos
que a exposição deve attender principalmente ás sub-divisões da classe
IV, A vida hodierna, que estão nesse ultimo caso. O que entra nas
divisões I a III, com excepção dos typos populares vivos, será
representado sobretudo por livros, memorias, notas, impressos ou
manuscriptos, e reproducções graphicas, mappas e objectos analogos.
No desenvolvimento que segue não nos cingimos com todo o rigor á
classificação apresentada acima, por vantagem pratica.

DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMMA

Nas indicações que vamos apresentar não pretendemos de modo
nenhum ser completos, mas sim dar ideia sufficientemente clara do que
se deseja fazer. Ficamos longe de mencionar todos os objectos que
podem figurar na exposição.
A terminologia popular reclama especial attenção. Os objectos de uso
ou productos do povo devem trazer todos os seus nomes locaes, assim
como indicados nelles proprios ou em desenho separado os termos que
designam cada uma das suas partes, quando esses termos existam.
Nos exemplos que reunimos não indicamos em geral as localidades ou
provincias em que os termos respectivos se empregam, por nos ser
difficil fazê-lo sempre com rigor. Ouvimos, v. g. em Trás-os-Montes
empregar carpins ou crepins pelo que noutras partes se chama piugas,
miotes, pealhos, coturnos: podiamos ser inclinados a tomar tal termo
como especial transmontano, mas ouvimos depois esse mesmo termo
na bôca de beirões e hoje não sabemos ainda bem qual a sua extensão
geographica. Em trabalhos dialectologicos temos visto dar como
especiaes a uma certa provincia, até a uma certa localidade, termos que
se encontram muito espalhados no país. A nossa exposição contribuirá
consideravelmente para o conhecimento da terminologia popular.

*Grupo I*
A terra e o homem
Livros, memorias, artigos, simples notas, impressos ou manuscriptos,
mappas, volumes contendo apenas partes, que se refiram aos seguintes
assumptos:
I. 1. Geologia } 2. Minerographia } 3. Geographia } de Portugal e ilhas
adjacentes. 4. Meteorologia } 5. Flora } 6. Fauna }
II. 1. Caracteres somaticos } do povo português. 2. Caracteres
psychicos }

III. 1. Origens ethnicas do povo português. 2. Influencias externas
sobre o seu caracter e desenvolvimento.
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