rubra e gorda,?Acerando o epygramma,?Nem se quer poupando a _ama_,?Que lhe faz em casa a s?rda.
Ha-de v��r o millionario?Brazileiro, com mil tretas,?A contar, com sujas cores,?As lendas dos seus amores?Com as _suas_ trinta pretas.
Estes taes s?o os que infamam?A mocidade infeliz!?S?o estes em cuja tez?O oleo da estupidez?�� da vergonha o verniz.
A mocidade n?o pode?Venc��l-os, n?o pode, n?o!?Dominam, s?o respeitados,?Representam vinculados?Os tempos da corruc??o.
Nascidos, quando por terra?Os homens lan?aram Deus;?Tem s�� f�� no sensualismo,?E escarnecem com cynismo,?As cren?as filhas dos ceus.
Gangrenado o corpo e alma,?Sem saber, e sem piedade,?S?o authomatos de barro,?Que resistem ao catharro?Pr'a vexar a humanidade.
Onde existe a virgem pobre,?Que de maguas vive cheia,?L�� vai ter uma mensagem?Da senil libertinagem,?Que o pudor lhe regateia.
Perguntai nesses alcouces?De miseria e compaix?o,?Quantas victimas da fome?A deshonra ahi consomme,?E de quem victimas s?o.
Heis d'ouvir factos nojentos?Destes velhos que se arrastam?Sobre a lama das torpezas,?Das luxurias e villezas?Em que, cynicos, repastam.
Velho sou, bem alto o disse;?Mas deshonro-me de ser?Desta gera??o de velhos,?Em que os mo?os tem espelhos?Onde infamias possam ver!
Mocidade generosa!?Os teus crimes, tem nobreza;?Quando falla a consciencia,?Nem negaes a Providencia,?Nem manchaes a natureza.
Elles n?o; sempre atufados?Em nojentos tremedaes,?Cr��em s�� no seu dinheiro,?No cavaco do _palheiro_,?Na barriga, e nada mais.
A Cesar o que �� de Cesar,?Aos velhos o que �� dos velhos!?Quem da crytica se encarga,?Deve andar estrada larga,?E n?o metter-se por quelhos.
CONTO MORAL.
Um _attach��_, que vivera?Em Pariz uns quatro mezes,?Voltando �� patria mesquinha,?N?o roubou nem palavrinha?Aos seus amigos francezes.
Quando entrou nos patrios lares,?J�� n?o era o mesmo filho;?Sua m?e dobando estava,?E o _attach��_ perguntava?Que nome tinha o sarilho?
Desceu �� loja onde estava?O honrado pai ao balc?o.?E mal dera ainda um passo,?Quando viu que estava um enga?o?Estendido alli no ch?o.
Ora, o enga?o tinha uns dentes,?Onde o tolo p?e um p��,?Quando ao pai enthusiasmado,?Perguntou todo anafado:?_Este engarilho que ��?_
Vai o cabo levantou-se,?Que assim era de suppor;?Vem direito ao infeliz?Quebra a ponta do nariz,?Do futuro embaixador!
MORAL.
N?o venham fazer-se finos?�� patria os _attach��s_,?Quem vai tolo tolo volta,?Inda que traga uma escolta?De anedoctas dos _Caf��s_.
EPYSTOLA
AO EXCM.^o VISCONDE DE ATHOGUIA EM DUAS VIDAS; MINISTRO DA MARINHA DOS TRES BRIGUES, E DOS NEGOCIOS ESTRANGEIROS... AO SENSO COMMUM.
Illustre paspalh?o, pasmo dos orbes,?Nata da estupidez, alcool dos parvos,?De Campanhan o bardo te sauda!
Eu nunca fui sentar-me �� tua porta,?Mendigando merc��s; nunca os meus cantos,?Fedendo ao macassar da vil lisonja,?As nedeas ventas incensar te foram!?�� livre a minha voz: creiam-me os povos!?Nobre feudo pagar aos grandes parvos?�� do bardo a miss?o. A minha �� esta.
Ha muito que eu de ti pasmado andava,?Contando �� minha Antonia, e aos pequenos,?O nome que no peito escripto tinha.?Em casa do Francisco da Thomasia?Os teus discursos li, Visconde incrivel!?N'aquellas chatas caras que me ouviam,?Vi faiscas saltar de enthusiasmo.
Beb��mos-te �� saude, a rego cheio!?E, no excesso do goso, os teus amigos?N?o podiam lamber-se... eram uns cachos!
Tu, mais novo que o neto, ousado Gorgias,?Ha pouco trituraste os cabralistas?No rijo almofariz do craneo ?co.?Salvaste Roma, �� gan?o!.. se n?o grasnas?Piravam-se os taes p��os[1] e a Lusitania,?Viuva dos seus p��os, ia-se �� mingua!?��s o Curcio das lonas, que remiste[2]
Do jogo infame da Albion perversa?A patria dos Affonsos e Affonsinhos!?A divida fatal, chamada externa,?Saldaste-a c'o producto dessas chapas,?Em que fica chapada a crassa asneira,?Eterna viscondessa d'Athoguia!
Do _Conde de Thomar_ se intitulava?O patacho fatal, terror dos povos!?Fulminaste o patacho! A Europa accesa,?Pedira-te energia audaciosa.?Passaste heroica esponja sobre o nome,?E fizeste callar a voz da Europa!
�� Jervis! tu nem sabes quanto vales!?Que o diga Campanhan, Valbom, S. Cosme,?Onde eu pude chegar, e a minha Antonia.
A machado e eix��, de p��o castanho,?Um busto constru��: era o teu busto.?Teu nome eternisei, nome que teve?Um _u_, maldito _u_, que tantas febres?Na mente escandecida te abraz��ra!
N?o sei se diga mais, palavra d'honra!?Com esta n?o te enfado mais, visconde.?N?o desdenhes vaidoso a offerta humilde,?Que mesquinho reptil aos p��s te arrasta.?Recebe dusia e meia de lampreias,?Cosinhadas por mim; s?o de escabeche...?A proposito, amigo, ha quanto tempo?Conservas de escabeche a intelligencia?
[1] S. exc.^a mandou vender os p��os, porque deu na melgueira d'uns empregados, que os regeneravam �� surelfa, com grave detrimento da marinha portugueza.
[2] S. exc.^a vendeu umas lonas, cujo producto fez subir os fundos em Londres, e permittiu a construc??o de trinta navios de guerra, com que s. exc.^a espera ?sulcar as salsas ondas d'Amphitrite,? segundo a gravissima opini?o do snr. J. M. Grande.
O MINISTRO E O JORNALISTA.
(_Dealogo_).
MINISTRO
Eu vim chamado ao leito desta patria?Matava-a a corrup??o, e eu salvei-a!?Se prostrada jazia, ou talvez morta,?Qual Lazaro da campa, alevantei-a!
JORNALISTA
De certo levantou Vossa Excellencia!?Que brade embora a vil opposi??o...?Esqu��lidos vestigios de gangrena?Bem profundos deixou a corrup??o.
MINISTRO
Se cr�� nessas doutrinas luminosas,?E quer ser prestadio a Portugal,?Acceite a empreza honrosa, augusta, e nobre,?D'expol-as, sustental-as n'um jornal.
JORNALISTA
Empreza honrosa ��; della me ufano!?Irei apostolar o credo novo;?Direi ��s multidoens verdades francas,?Ser�� o meu jornal jornal do povo.
MINISTRO
Bem sei que da defeza �� ��rdua a luta...?Odeia-me, sem causa, esta na??o...?Embora! na grandeza dos servi?os?Compete ao defensor m?r
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