Folhas cahidas, apanhadas na lama | Page 2

Camilo Castelo Branco
D'agricultura, �� portento!
Era um gosto v��r o gr��lo
Sob o imperio do Fomento!
E o rep?lho, a cin?ra, o coentro?Espontaneos brotavam nos montes;?E nas folhas da c?ve tronxuda?Viu-se escripto: ?Gloria ao S?r Fontes!?
Senhor Fontes! vosso nome
Pelas hortas se dilata!
Como o Cesar �� na _Fabia_,
Sois salvador da batata!
Carangueijos os lusos viviam?Desterrados n'um solo infeliz!..?E, comvosco, quebrar inda esperam?Nos caminhos de ferro o nariz.
Senhor Fontes! este povo
Vossa gloria proclama,
Quando viaja enterrado
T�� ao pesco?o na lama.
Era triste esse tempo d'outr'ora?Em que um homem quebrava um quadril,?Nessas quinas d'estrada de pedra?Onde agora fumega um carril!
�� vista disto, S?r Fontes,
(�� parte censuras tolas)
O paiz quer-vos na fronte
Uma restea de cebolas.
Quando o Porto vos deu quatro patos,?E de forno o arroz competente,?Quiz mostrar-vos que a gloria �� um sonho,?Quando o ventre n?o anda contente.
E comestes, senhor Fontes,
E fizestes muito bem;
Colbert, Necker, e Pitt
Comiam patos tambem.
Quem nas polkas mostrou mais donaire??Quem nas walsas mais quebra a cintura??Quem melhor joga a tibia flexivel??Quem compete comvosco em tesura?
Senhor Fontes, dous instinctos
A natura em v��s relata;
A n?o serdes o Fomento,
Devieis ser acrobata.
_Beatus venter qui te portavit,_?Diz a patria na sua expans?o!?Desde o Vistula ao Douro retumbam?Algazarras de rouca ova??o!
Gloria, gloria ao rasgado
Fomentador immortal!
Modelo dos bons bigodes,
Permanente carnaval!
O DROPP.
Aranha de pau de pinho?Caranguejola, que ��s??��s o dropp; ora o dropp,?�� uma cousa (diz Pop)?Sem ter cabe?a nem p��s.
Visto isso; temos dropp;?Ninguem tenha �� barra medo.?A asneira n?o �� t?o calva;?A gente sempre se salva;?De que modo? isso �� segredo,
Os praguentos j�� resmungam?Contra aquelle immenso trem;?Dizem que �� for?a acabar,?N?o s�� nas furias do mar?Mas nas do dropp tambem.
Este dropp �� um segredo,?As finan?as um mysterio.?V��des n'aquella gaiola,?Uma parva cabriola,?Imagem do ministerio?
Navegantes! acautelem-se!?Em posi??o desastrada?Empreguem maior cuidado?Que lhe n?o venha ao costado?Uma tremenda caibrada.
Aquelles paus s?o synistros?Como o cavallo de Troya;?Tudo aquillo �� muito serio;?Tem n?o sei que de funereo?Dos carro?oens do Lagoia!
Tanta tabua consummida?Nessa funeraria asneira!..?N?o 'stava ahi um sujeito?Com tanto dropp j�� feito,?Manoel Jos�� d'Oliveira?
_Economia_! sarcasmo?Deste ministerio-dropp,?Que cravou no calcanhar?A espora que faz andar?As finan?as a galope!
Sou de voto que se d��?Ao dropp um uso real:?--Seja a estufa, com recatos,?P'ra guardar os cinco catos?Do ministerio actual.
O SEU A SEU DONO.
A Cesar o que �� de Cesar,?Aos velhos o que �� dos velhos!?Quem da crytica se encarga,?Deve andar estrada larga?E n?o metter-se por quelhos.
Sou assim! E mais sou velho?Mas a verdade �� tambem,?Custe embora a quem custar,?A verdade hei-de-a fallar?Seja em mal, ou seja em bem.
Epaminondas Tebano,?A _Concordia_ e o _Nacional_,?Nem a rir disseram petas:?Eu tambem como as gazetas,?Sou da honra o pedestal.
N?o consinto que se diga,?Que s�� lavra a corrup??o?Nas entranhas dos mancebos.?Eu conhe?o muitos gebos?Corruptos de profiss?o
Quem quizer venha ao _Palheiro_?Desta nossa Assemblea,?Ha-de v��r linguas farpadas?Em bocas j�� desdentadas?Maculando a honra alheia.
Ha-de v��r velhos devassos?Como em lubrica orgia,?J�� vergados nas cernelhas,?Memorando infamias velhas?Com satanica alegria.
Ha-de v��r o extincto frade,?C'o a bochecha
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