OFFICIO
Vistas as informa??es, pode-se imprimir (menos o riscado) a Chronica do Senhor Rei D. Affonso Henriques, que compoz Duarte Galv?o, e depois de impressa tornar�� para se conferir, e dar licen?a para correr, sem a qual n?o correr��. Lisboa Occidental, 23 de Julho de 1726.
Rocha.--Fr. R. de Allencastre.--Cunha.--Teixeira.--Silva.--Cabedo.
DO ORDINARIO
_Approva??o do Reverendissimo P. Mestre Fr. Joseph de Sousa, Religioso da Ordem de Nossa Senhora do Carmo, Lente jubillado na Sagrada Theologia, Qualificador do Santo Officio, Prior que foi do Real Convento do Carmo de Lisboa Occidental, Vigario Provincial Apostolico, que foi da dita Provincia, Provincial, Commissario, Visitador Geral que foi da mesma Ordem nestes Reinos, &c_.
Illustrissimo e Reverendissimo Senhor
Li a Chronica do Invictissimo Monarca o Serenissimo Senhor D. Affonso Henriques, de santa e eterna memoria, famoso conquistador, e primeiro Rei de Portugal, a qual quer dar �� estampa Miguel Lopes Ferreira, dignissimo do titulo de Vivicador das glorias de Portugal, pois que zeloso da fama Regia, por meio do Prelo intenta resuscitar as memorias daquelle seculo dourado, em que Portugal no ber?o da sua infancia, com maior fortuna, que a do valeroso Alcides no da sua meninisse, soube despeda?ar innumeraveis Hydras Africanas, que em varios recontros, capitaneados por dezoito Reis, e um Emperador de Marrocos Almiramolim, em formidolosos exercitos intentaram cortar os venturosas progressos, com que ia sacudindo o forte jugo do perfido Mauritano. Mas a pezar sentidissimo de Mafoma, em t?o perfiados recontros, e em t?o sentidas batalhas, havendo em algumas quasi cem Mouros contra cada um s�� Portuguez, ficaram sempre os Mouros inteiramente destro?ados, os seus Reis vergonhosamente vencidos, e s�� Portugal gloriosamente triumfante, e senhor pacifico n?o s�� das terras, que pela reparti??o dos Estados tocavam �� sua Monarchia, mas de muitas, que pertenciam �� de Hespanha, porque de umas, e outras, �� for?a de forte bra?o, e duro ferro fez largar a iniqua, e injusta posse, que havia muitos seculos, desde a sempre lacrimosa perda de Hespanha, logravam os Agarenos: protegido sempre daquelle destemido Capit?o, e valerosissimo Heroe D. Affonso Henriques, que efficazmente soccorrido da m?o Omnipotente do Senhor dos exercitos, na miraculosa appari??o do Campo de Ourique quando batalhou com cinco Reis Africanos, ficou seu valente bra?o revestido de uma fortaleza t?o desmedidamente grande, que j�� vibrando a lan?a, nunca tirou bote, que n?o fosse inexoravel desizivo da morte, j�� empunhando a espada n?o descarregou golpe, que n?o fosse infeliz Parca da vida. E sendo tal o esfor?o de seu bra?o, que o manejo das Armas, n?o era menos o valor do seu cora??o para o exercicio das virtudes: porque foi constantissimo no da Justi?a administrando-a, e fazendo-a guardar rigorosamente aos seus povos, sem que o continuo exercicio de Marte lhe embara?asse as execu??es de Nemesis, mas antes, que com a espada sempre empunhada representava um vivo simulacro da Justi?a. No da Humildade foi singular, porque sem respeito aos sacros decoros da Magestade, familiar, e urbanissimamente com palavras, e obras, como a companheiros e amigos a todos os seus vassallos, tratava carinhoso, e careciava benigno. No da Liberalidade foi magnifico, porque quando nas campanhas, os ricos despojas das batalhas, (e n?o foram poucos) primeiro os enfardelavam os soldados, do que elle se redimisse com parte das coroas dos triunfos, porque at�� destes repartia seu nobre cora??o com os que o ajudavam a vencer; e quando na Corte, dos seus Erarios eram chaves mestras os merecimentos de seus vassallos. No da Misericordia foi insigne, porque n?o cabendo j�� nos limites de seu estado, l�� se dilatou para o Hospital de Jerusalem com oitenta mil dinheiros de ouro (que nem tudo lhe consumiam as guerras consumindo-lhe as guerras muito) para emprego de que annual, e perpetuamente rendessem para sustento dos pobres, que nelle se alvergassem. No da Piedade foi magnanimo, como testemunham entre muitas Igrejas que fundou os Reais Mosteiros de S. Vicente de F��ra em Lisboa, o de Santa Cruz em Coimbra, e o de Alcoba?a, aos quaes dotou de amplos Senhorios, e copiosissimos patrimonios. No da Religi?o, todo este livro �� breve compendio dos vastos dominios que conquistou para as cearas da Igreja; instituindo de muitos delles o nobilissimo Bispado de Coimbra, e o Illustrissimo de Lisboa, que offereceu ao Romano Pontifice adiantando-se este tanto nos seus augmentos que n?o cabendo na esfera de sua propria grandeza se multiplicou em duas Sagradas Sedes, nas quaes, uma conservando o titulo de Archiepiscopal, que j�� tinha, se separou com a differen?a de Oriental por respeito do sitio que tem na Corte, e a outra com o distintivo de Occidental que �� o sitio deste Reino a respeito do Mundo, se exalta com o especioso titulo de Patriarcal sendo a primeira que o logra em todo elle. Por ventura que tanta gloria l�� tenha o seu proporcionado auspicio, no seu glorioso fundador, que tambem foi o primeiro em Portugal;
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