Cantos Sagrados | Page 8

Manuel de Arriaga
do Sol, d'am?r sedenta,?Dois mundos revestidos d'esplendores,
O mineral que encerra
Os fulgidos brilhantes;
E o vegetal que ostenta
O olhar gentil das flores:
Assim as mil paix?es que a tanto custo?Contem teu peito e o rubro sangue agita,?Por ultimo h?o de ter a vida calma?Que imp?e por norma a tudo a Providencia;
E o Bello, o Bom e o Justo,
Na sua ac??o bemdicta,
Levar-te aos seios d'alma
A paz da consciencia!
Do sol os raios que d?o vida ao globo;?Da vida a for?a multipla que actua?Em prol de cada qual, para que tomem?Quinh?o no Bem, que é dado como a luz:
Reclamam nos que o Lobo,
Da historia se destrua,
E dê lugar ao homem
Sonhado por Jesus!
Se o cahos do teu peito foi sequencia?Do cahos primitivo da natura:?Terá tambem destino egual ao d'este;?Dará um quarto mundo, o da Verdade!...
O da alma, cuja essencia
Incorruptivel, pura,
Procria a luz celeste
Do Bem, na Humanidade!
Ver-te-has ent?o qual Semideus Consciente!?O sangue que pecorre em tuas veias,?Origem dando a fulgidas doutrinas,?ás nitidas no??es das coisas bellas:
Tua alma um resplendente
Santuario, onde as ideias
Ser?o luzes divinas,
Mais puras que as estrellas!
Antithese da Vida do Passado,?Compete-te integrar na Terra os Povos;?E, chave do vastissimo problema?Da Vida humana: honrando o Redemptor,
Nos ceus tem Deus tra?ado
Aos teus destinos novos,
Por synthese suprema,
A Paz, o Bem, o Amor!
25 d'abril de 1898.
XV
AO HOMEM
Segundo as tradic??es que v?o sumir-se?Na noite secular das priscas eras:?Rugiram contra ti, Homem, as feras,
E as coleras do mar;?Dos ceus revoltos os trov?es e os raios;?Qual reprobo vivias no universo?Inerme, nu e só, na sombra immerso,
Sem Deus, sem luz, sem lar!...
Apoz infindos seculos de lucta?Co'as for?as implacaveis da materia,?Soffrendo, em toda a escala da miseria,
O frio, a fome, a d?r:?Venceste, e opp?es ás lugubres cavernas,?á escura habita??o dos trogloditas,?Os fulgidos palacios onde habitas,
Conscio do teu valor!...
Imperios contra ti ergueram despotas,?Quaes moles collossaes architectadas,?Assentes no prestigio das espadas,
Nas m?os d'um Pharaó,?D'um habil Julio Cesar; mas as moles,?Minadas pela ac??o do povo obscuro,?Cahiram como cae um fragil muro
No ch?o desfeito em pó!...
No intuito de livrar teu grande espirito?Dos vinculos do mal e enobrecel-o,?Tomas-te a Jesus Christo por modelo
Das tuas concep??es;?D'accordo a espada e a cruz, a lei e o dogma,?De ti fizeram novamente escravo,?Mas tu, inda outra vez, altivo e bravo,
Partiste os teus grilh?es!...
Por ultimo lan?ando m?o das for?as?Da Terra tua m?e, das leis
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