de pôr na cara
uma navalha
He mais digno que vós. Oh se os meus labios
Podesem proferir, se a minha lingua
Podefe articular quanto alma
sente!
Vós tendes os xibantes destrosado
Com o mesmo valor com
que eu destróso
Carangos nos calfoins, e na camiza.
Sim, vós os
filhos sois abensoados
Do invicto Basareu que onrais a Patria.
Naõ
dezistais da empreza comesada:
Depois do que pasou, ja'gora o resto
Val tanto como escarro de tabaco.
E tu, graõ Jeneral, que o orbe
asombras;
Tu, em cuja cabesa mioluda
Minerva, e o loiro Apolo
influxos largaõ,
Es digno de rejer um grande Imperio.
O noso
amado Rei entre o seu povo
Naõ póde igual ao teu axar um caco
Aonde os seus dezignios se acomodem,
Suas trasas se entend$õ. Os
dezastres
Naõ axaõ no teu buxo o estreito aperto,
Que no de um
bigorrilhas: o teu buxo
Sem inda rebentar, tres mil dezastres
Calado
e sofredor alojar pode,
Porque he muito mais vasto que uma adega.
As tres velhas Irmans doirados dias
Ainda te conservem: muitos anos
Ainda, ainda sejas no teu mando
Franco dispensador destes
obzequios.
Asim clamava o Vate, quando atende
Que estava _vox clamantis in
deserto_,
Porque em sono os ouvintes sepultados
Resonando a
barraca atormentavaõ.
Por tanto pauza fes; uma canéca
Presto
escorropixou; e c'os Anginhos
Paresendolhe estar, fes sucia aos
outros.
Mas nas tendas a jente estropeada
Ja cuidava em curarse, e refazerse,
Quando um grande alarido ao lonje se ouve.
Alegraõse os vencidos,
novas forsas
Nos animos cobrando, porque pensaõ
Ser xegado o
soccorro que esperavaõ.
Asim era: Nerêo galhardo, e ovante
Seguido de invenciveis
combatentes
Trazia de refresco o Doiro, e Vouga,
Capitains, que a
derrota fomentáraõ
Dos dois vinheos Erois de seus destritos.
Dadas
as salvas d'uma, e d'outra parte,
Entaõ ele contou como em Aveiro
Antonio do Ministro, Cabo astuto,[15]
Soldado veterano, omem
temivel,
Forte se lhe opuzera em campo aberto:
Os manhozos ardis
que escogitára,
Os xoques que tivera, e seus encontros,
Do noso
Vouga, que prezente estava,
Os inclitos servisos referindo.
Depois
pasa a contar quanto no Porto
Lhe dera que fazer uma Matrona[16]
Do que a Velha de Diu mais guerreira,
Mais fera que as do antigo
Thermodonte,
Que deraõ tanto lustre á Capadocia.
E não menos do
Doiro ás nuvems alsa
A parte que na asaõ tivera onroza.
Em fim
conclúe, dando a ver os modos
Como d'ambos os dois desbaratados
Os olhos entregára ao sono eterno.
Oceano um pouco entaõ mais branda a pena
Da perdida peleja, aos
vensedores
Amostrando um Real comprazimento,
Comesou a tratar
quanto era justo
Porse por obra na manhan seguinte.
Asentase em tentar novo combate
Jeral, e decizivo. As transas loiras
No vermelho orizonte ao vento dadas
Mal que a Aurora amostrou
madrugadora;
Mal que os frajeis fugazes pasarinhos
Com a lus
matutina comesaraõ
Nos verdes salgueirais a espenujarse,
Um
xirlando, outro em módulos gorjeios
Enxendo de alegria a selva
amena,
Tudo se perturbou. Ergue do abismo
A terrifica fronte
angui-comada
Outra ves a maldita a negra Guerra.
Salpicadas de
sangue as azas bate,
E os longos arraiais tres vezes cérca.
As
buzinas, e os pifanos se tocaõ,
Arrusaõ-se os tambores, treme a terra,
E os marinhos pendoins dezenrolados
Vaõ no imperio dos ventos
tremulando.
Aprestaõ-se os Soldados vensedores,
E se vaõ
encontrar c'os inimigos,
Ums ainda arrotando a ovos xócos
Vaõ
enxendo as boxexas, e asoprando;
Outros se queixaõ que a xixelo
velho
Muito a boca lhes sabe: em cuja arenga
Entretidos em fim o
imigo arróstaõ.
Está'li Santareno altivo, e guapo
Sopezando na dextra a espada
injente;
Qual atacada mina que promete
Ruinas vomitar de imensa
mole.
De seus olhos pasmado está pendendo
Seu exercito em pezo,
aonde espreita,
Como os ventos em grimpa, da batalha
O escondido
suseso. A bateria
Entaõ comesa com fragor medonho
Da parte dos
Neptunios combatentes.
Foi uma das descargas mais funestas.
Muitos dos mais valentes bebedores
Do saborozo xá das tortas parras
O derradeiro A Deus aos copos deraõ.
Encarnisa-se a jente, ferve a
guerra,
Reina a Desolasaõ, a Morte, as Furias.
Apoucando no campo os inimigos
Avia longo tempo que bradava
Para um nobre duelo decizivo
Pelo Padre Oceano, um Serralheiro.[17]
Monstro injente, desforme, aspéto orrivel,
A quem bravo, e
colérico nas forsas
A um toiro igualára a Natureza.
Eis que ao lonje
do Padre entre as falanjes
O brilhante pavês de tartaruga
Orlado
c'uma pel' de crocodilo
Os olhos anelantes lhe deslumbra.
Na
grande maõ sopeza firme, ufano
Uma lansa fatal de largo ferro;
E
brandindo-a valente, rexinando
Despedida a fes ir rompendo os ares.
O golpe resaltou do rijo escudo,
E a ástea espedasada em terra cae.
O Padre embravecido o imigo busca;
O imigo c'um montante se
defende
Briozo pelejando: mas o Padre
Por tempo entaõ poupar, de
romania
Cerrou com ele, e o esmagou nos brasos.
Do mesmo vensedor ultimos golpes
Contra sua vontade onradamente
Sofreraõ dezasete Sapateiros,
E algums trinta Alfaiates neste dia.
Unidos os d'Embarque denodados
Aqui Górgones eraõ: nada em
campo,
Ante seus forsozisimos revézes,
Que folgo respirase, em pé
ficava.
Nada menos fazia o Alemtejano,
O Minhoto, e o Beiraõ.
Naquele dia
Com eterno desdoiro se encobriraõ
Os feitos que nos
Gregos cadafalsos
Em torneio cruel outr'ora obráraõ
Rozuel,
Estrelante, e Belizarte.
Ali Nereo andava incontrastavel,
Ali Periclimeno em forsas grande,
Ali o Padre Tejo, o Doiro, o Vouga
As mais descomedidas
tridentadas,
Que o mundo ha visto dar, ao imigo dando.
Destroncava Achelóo mais cabesas,
Cerceava sanhudo mais orelhas,
Do que o fertil Brazil macacos cria.
Mas vendo que sua ira inda
sedenta
Mais estragos dezeja, o arrojo toma,
O temerario arrojo de
encontrar-se
C'o grande Santareno. Este montado
No asno, ao som
de
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