todo retrocedeu o Auctor com o provavel intuito de o limitar em certas explana??es e vehemencias de linguagem onde a materia controvertida n?o soffresse com isso. Assim o fazem crêr tra?os em cheio passados sobre logares seguidos que rematam o capitulo I, indicando que esses logares seriam supprimidos ou modificados e o capitulo arredondado por outra fórma. Mas estes novos preparativos n?o tiveram seguimento, e por isso nos limitámos a introduzir em ambos os estudos as emendas explicitamente marcadas pelo Auctor, apontando em notas paginaes até onde chegou a revis?o completa de um delles e do outro os logares marcados para córte ou remodela??o. Raz?es plausiveis nos levaram, porém, a resumir em nota, que opportunamente será indicada, dous documentos--o projecto de restaura??o do collegio dos nobres e o respectivo parecer da commiss?o de instruc??o pública, que o Auctor ajunctara ao seu opusculo como provas. Por meio della se fará clara idéa do theor e argumentos de taes provas em tudo que possam aproveitar ao assumpto de que tractam, ao passo que evitamos que, num livro destinado como todos os do Auctor, a perduravel existencia, se notem repeti??es a que a reproduc??o completa dos dous documentos teria de conduzir. A consciencia nos diz que o Auctor procederia de modo análogo, salva a perfei??o com que o fizesse.
Se o desejo de recordar um período menos conhecido da vida de A. Henulano nos levou a alongar esta advertencia, um dever imperioso que n?o pudémos cumprir no tomo anterior, nos obriga a annexar-lhe mais algumas páginas. Estavam já impressas as primeiras folhas desse tomo quando em 31 de janeiro de 1898, falleceu o illustre academico e antigo official maior do archivo da Torre do Tombo Jo?o Pedro da Costa Basto, dirigente desta publica??o por morte do Auctor. Interpretando disposi??es de última vontade de A. Herculano, haviam tractado os seus dous testamenteiros, legatarios de seus manuscriptos e artigos avulsos, de colligir uns e outros destes elementos para serem incorporados em livros, como se advertiu no tomo IV e o testamento auctorisava. Entre ambos se dividiram os diversos trabalhos a emprehender, cabendo ao fallecido, como era proprio das suas luzes, além dos repartidos em commum, os de maior pondera??o, incluindo a superintendencia na organisa??o de novos livros, tomos de opusculos na sua maioria e a revis?o de provas. Igualmente tomou elle sobre si rever as reimpress?es de todas as demais obras de A. Herculano, reimpress?es que de anno para anno foram progressivamente augmentando como até agora tem succedido, e lhe absorviam largas horas de escrupulosa atten??o. E t?o singular desvelo punha nestes trabalhos que, n?o raro, folheava importantes obras ou recorria aos pergaminhos para verificar nos livros de historia cita??es e datas que acaso pudessem ter sido alteradas em anteriores edi??es. Com grande mágua sua deixou apenas de rever a 5.^a edi??o, impressa em 1888, do tomo II da Historia de Portugal, cujas provas n?o lhe foram enviadas e o typo foi alterado, porque o ent?o proprietario da primitiva casa editora, ignorava os compromissos que a tal respeito existiam.
Cumpria-nos, pois, registar nestas páginas a data em que cessaram para a memoria do illustre academico as responsabilidades inherentes a estes encargos, e desde a qual toda a benevolencia pública se tornou imprescindivel em favor de quem, por dever, tem de proseguir nelles como quer que lhe seja possivel. Cumpria-nos tambem dar aqui testemunho como singelamente damos, da devo??o, e da competencia até onde por intui??o natural pudémos apreciá-la, com que o fallecido zelava as glorias do que fòra seu grande mestre e amigo. E neste ponto ajunctaremos mais um facto que harmonisa com os expostos real?ando-lhes o valor.
Por motivos de dignidade pessoal se despedira A. Herculano em 1873 de director da importante publica??o academica--Portugaliae Monumenta Historica. Conversando ent?o particularmente ácerca do futuro desta publica??o dizia elle que Jo?o Pedro da Costa Basto poderia continuá-la ao menos até determinado fascículo. Alguns annos depois da morte de A. Herculano tambem a Academia Real das Sciencias ajuizava do mesmo modo, convidando o illustre discípulo do historiador para aquella espinhosa empresa e n?o tardando a elevá-lo de socio correspondente que era a socio effectivo. A idade já avan?ada e sobretudo o melindroso estado de saúde do official-maior da Torre do Tombo, difficultavam-lhe sobra?ar encargo de tamanha responsabilidade. Posto n?o haver que meditar sobre o já definido plano da publica??o e em grande parte executado, a escolha, interpreta??o e cópia dos diplomas que tinham de ser agrupados, exigiam além de consumada competencia na materia, aturado labor pbysico e mental. Mas Jo?o Basto n?o ignorava as expressivas palavras de A. Herculano a seu respeito, bem que as recatasse na consciencia, e f?ra uma das testemunhas do entranhado affecto com que elle se entregara durante annos a trabalhosas investiga??es, para colligir e apurar os preciosos monumentos da historia patria e trazê-los á luz pública.
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