campam t?gjda em cabido e cabydo ffazemdo ffazemdo (sic) especyallmente sobre o auto de que abayxo ffara mem?am e todos de hu? parte e da outra estamdo a esto presente cateryna diaz dona veuua molher que ffoy de gaspar diaz o chyado dalcunha vynhateyro que deus aja e ella vyue hora nesta cidade na Rua derejta da porta de samta cateryna e lloguo por elles senhores pryor e majs beneficiados ffoy dyto que amtre os majs bens e propriadades que A dita Sua Igreja pertemce e de que ella esta de pose como derejto senhoryo asy sam huas cassas que est?o nesta cydade no topo da callcada de pay de nabays na Rua derejta da porta de samta cateryna as quoajs pessue hora como vtill senhoryo A dyta caterina diaz por as nomear em ellas por segunda pessoa o dito gaspar diaz chyado que nellas hera a primeira pessoa comfforme ao emprazameto que dellas lhe ffoy ffeyto por A dyta Igreya pryor e benefficiados della e pagua de fforo myl e trezemtos e cimquoenta reis em cada num Anno com galljnhas e tudo e com outras majs comdjc?es e obriga??es de seu comtrato, etc.?
Ora ahi se diz textualmente a respeito d'aquella Catharina Dias: ?molher que ffoy de gaspar diaz o chyado dalcunha vynhateyro que deus aja.?
A falta de pontua??o nos documentos antigos d�� origem a muitas escuridades e equivocos. Assim, na phrase que deixamos transcripta, poderiam caber duas interpreta??es: que Gaspar Dias tinha a alcunha de Chiado ou tinha a alcunha de Vinhateiro. Mas a anteposi??o do artigo �� palavra--Chiado--refor?aria por si mesma a hypothese de ser alcunha, se a n?o confirmasse plenamente esta passagem que se encontra no texto do documento:
?Aos seys dias do mes de junho de myll e quynhemtos e sesemta e sete Annos na cydade de llixboa Rua derejta da porta de ssamta cateryna nas cassas de caterina diaz _A chiada dalcunha_ donna veuua etc.?
Assim, pois, ficamos seguros de que o Gaspar Dias da rua Direita da Porta de Santa Catharina n?o tinha o appellido de Chiado, como alguns individuos do Alemtejo, mas sim a alcunha, e de que exercia a profiss?o de ?vinhateiro? por ser viticultor ou negociante de vinhos. Bem poderia succeder que os vendesse a retalho na propria casa de residencia, especie de estalagem talvez, onde admittisse hospedes.
N'elle era, portanto, alcunha o que n'outros f?ra appellido de familia; mas bem p��de haver sido que a origem do appellido no Alemtejo proviesse primitivamente de uma alcunha.
Quanto �� significa??o da palavra _chiado_ n?o ha duvida. Na _Revista Lusitana_ VI, 79, encontra-se um estudo intitulado--Dialecto indo-portugu��s de G?a--, auctor monsenhor Sebasti?o Rodolpho Dalgado (_sic_), no qual estudo se l��: ?_Chiado_, astuto, ladino. ?N?o �� porque eu seja mais chiado, mais astuto do que os outros?. Do k., sansk _chhadmin_.? Mas, sem recorrermos ao concani, o nosso verbo ?chiar? e o seu participio podem dar ideia de um sujeito de ?ruidosa? reputa??o como bargante e dizidor. No Brazil o nome--Cam?es--tomou a accep??o popular de--cego de um olho; e at�� me informam--�� sacrilegio!--que l�� se diz, por exemplo, ?um cavallo cam?es?. O povo tem um grande instincto de generalisa??o: certos individuos seriam--chiados--por se assimilharem moralmente. Da alcunha proviria talvez o appellido; mas n?o vale a pena insistir n'este ponto.
O que faz ao nosso proposito �� dizer que a Gaspar Dias f?ram aforadas pela collegiada de S. Juli?o umas casas sitas ?no topo da cal?ada de Pai de Nabaes na rua Direita da Porta de Santa Catharina? e que houve renova??o do prazo no tempo da viuva, segundo ella requereu e obteve.
A referida cal?ada �� descripta em documentos antigos como sendo--de Payo de Novaes--Pai de Navaes ou--Pai de Nabaes[9].
[9] ?Cal?ada de Payo de Novaes--Corre a dita Cal?ada ao principio quasi norte sul e contem seu comprimento desde o Largo da Cruz do Azulejo th�� donde volta 173 p. e de Largura 16 p. e voltando corre Leste oeste, e contem th�� intestar com a rua do Chiado donde parte o destricto do Bayrro 42 p. e de Largura pello leste 42 p. e pello oeste 25 p.?. _Tombo da Cidade de Lisboa, Livro 10, Rocio fl. 20._
O _Mappa de Portugal_, III, 391, diz que a cal?ada de Payo de Novaes pertencia �� freguezia de S. Nicolau.
No livro 8 da _Extremadura_ l��-se, fl. 27: ?na rua que vem da call?ada que vem de pay de nauaaes pera o po?o do ch?ao e parten (_as casas_) de h?a parte c? a albergaria dos tanoeiros da outra c? casas de S. Vicente de Fora etc. e da outra c? casas dos banhos do espitall de dona maria de aboym etc. e com Rua pubrica?. T em a data de 1467.
Na _Lisboa antiga_, de Julio de Castilho, vol. VI, vem um fragmento da planta tra?ada por Jos�� Valentim, e ahi se p��de v��r
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