contando ao todo 210 folhas. Da descrip??o d'este cancioneiro conclue-se, pelo estado em que se acha, que outro ou outros cancioneiros foram n'elle copiados ou confrontados. A primeira nota que se depara ao abril-o ��: "_Manca da fol. IJ a fol. 43_;" isto quer dizer, que o cancioneiro foi copiado de um outro codice que j�� se achava assim fragmentado, mas que mais tarde foi confrontado com outro que estava completo, como veremos na rela??o com o Indice de Colocci.
Ao come?ar o texto acha-se outra referencia: "_A fogli 90_" e segue-se a can??o de Fern?o Gon?alves, o que parece significar, que n'este cancioneiro existia outra disposi??o das poesias �� qual se refere este numero, que contin��a a cotar successivamente outras can??es, entremeiando-se com numeros romanos, que parecem estabelecer referencia a outro cancioneiro. Separemos estas duas ordens de numeros, por onde deduzimos o confronto com dois cancioneiros; para se localisar melhor a referencia que era de folhas e verso, indicaremos a numera??o actual das can??es: Fol. 91 (canc. 8), 92 (can?. 11); _Fol. 97 desunt multa_ (can?. 43 fine); junto da can??o 61, vem a sigla _Desunt_; junto da 63 vem car. 106; junto da can??o 299: _"Fol. 141 Al vo"_ (del volumen?); junto da can??o 507 vem: "173 _a tergo"_ e algumas can??es com dois nomes de auctores, como Martin Campina ou Pero Meogo, como forme a attribui??o de um ou outro texto (canc. 796.). Por fim termina com esta outra rubrica: _"A fol. 290 �� cominciata una Rubrica e non �� finita di copiare"_. Tudo isto prova, que se fez o confronto d'este apographo existente cum um codice mais completo, seguindo-se o confronto at�� �� folha 300 d'esse codice perdido.
O confronto do Codice por meio da numera??o romana n?o prosegue at�� ao fim; apenas se acha LXXXVJ junto da can??o 4; LXXXVIIJ junto da Can??o 14; LXXXVIIIJ junto da can??o 26 _fine;_ XCVJ junto da can??o 39 a 45; XCVIIJ coincide com a referencia anterior, junto da can??o 49; XCVIIIJ �� can??o 55; CXII �� 62; CXIIIJ �� can??o 70; CXVIJ �� can??o 77. Esta numera??o romana adianta-se aqui mais do que a arabe, signal de que havia divergencia entre os dois codices que serviam para confronta??o com o apographo publicado. �� certo porem, que a numera??o romana termina antes do corpo das can??es de el-rei Dom Diniz, d'onde se poder�� inferir, que at�� esta parte contribuiu um cancioneiro parcial, e que de Dom Diniz s�� entrava no que era numerado em algarismos. Que existiam diversos cancioneiros, pelas mesmas can??es d'este codice se pode conhecer, como pela can??o de D. Affonso de Castella (can?. 76) em que allude ao Livro dos Sons, que era um cancioneiro com que o Day?o de Cales seduzia as mulheres. Na sua edi??o Monaci deixou apontados em um indice fundamental todas as can??es repetidas no cancioneiro, ou aquellas que mutuamente se plagiavam. Da sua compara??o se podem tirar poderosas induc??es, para se estabelecer quantos pequenos cancioneiros haviam servido para formarem o cancioneiro grande, do qual o apographo publicado �� uma copia. �� o que vamos tentar.
_Pequenos Cancioneiros que entraram na forma??o do Cancioneiro da Vaticano_.--A can??o 4, de Sancho Sanches, apparece repetida com mais duas estrophes e assignada por Pero da Ponte, sob o numero 569; a 2a e 3a strophes da vers?o de Pero da Ponte, faltam na can??o de Sancho Sanches. As strophes communs t��m as seguintes variantes:
_Sazom foi j��_, que me teve em desdem (n��. 4) Tal sazom foi, que me teve em desdem (no. 569).
_Que com'�� mais j'agora_ seu amor (n��. 4) _Quando me mays for?ava_ seu amor. (n��. 569).
E ora _j��_ que pes'a mha senhor (n��. 4) E ora mal que pes'a mha senhor (n��. 569).
Evidentemente estas duas can??es foram colligidas de dois cancioneiros parciaes, e elles mesmos escriptos em grande parte de memoria.
A can??o 13, de Mem Rodrigues Tenoyro, t��m apenas uma estrophe, mas repete-se sob o numero 319 com o nome do mesmo trovador e com mais duas estrophes que a completam. Deve attribuir-se essa divergencia ao ter sido colligida de dois cancioneiros, formado por diversos collecctores.
A can??o 29, assignada por Jo?o de Guilhade, repete-se sob o numero 38 com o nome do trovador Stevam Froyam; existem entre ellas leves variantes, mas como est?o immensamente deturpadas, s�� pelos dois textos se reconstruem. Por este facto se v��, que houve compila??o de dois cancioneiros, e que o copista mal percebia a letra e fazia selec??o das can??es.
A can??o 116 e 174, do cancioneiro de Dom Diniz, s?o uma e mesma, havendo entre estes dois numeros variantes, e sobretudo a 2a e 3a estrophe alternadas. N?o proviria isto dos originaes, escriptos por esmerados copistas, que se guardaram na Bibliotheca de el-rei Dom Duarte; este facto prova-nos, que o corpo das can??es de Dom Diniz, que na collec??o Vaticana occupa
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