por juxta-posi??o o grande cancioneiro portuguez, do qual um dos apographos �� o codice da Vaticana; dizemos por juxta-posi??o, por que se lhe segue o de el-rei Dom Diniz, e porque muitas can??es de codice de Roma se acham a�� mesmo repetidas, indica??o inevitavel de terem sido colligidas de fontes diversas. Quando o Conde Dom Pedro falleceu j�� era morto Affonso XI, e isto explica como poderia extraviar-se em Castella esse Livro das Cantigas, e como Pero Gon?alves de Mendoza viria a obter a copia que se guardava em um grande volume em casa de D. Mecia de Cisneros, e pela primeira vez citada por seu neto, o Marquez de Santillana.
2. Livro das Trovas de El-rei Dom Diniz
O corpo das can??es de el-rei Dom Diniz occupava uma grande parte do codice de Dona Mecia de Cisneros; occupava tambem uma parte importante no apographo de Colocci, bem como no codice da Vaticana. O modo como esta grande quantidade de can??es de el-rei Dom Diniz entrou em uma vasta compila??o explica-se naturalmente, por isso que pelo catalogo dos livros de uso de el rei Dom Duarte acha-se citado o _Livro das Trovas de el-rei Dom Diniz_, do qual se pode inferir terem existido varias copias, por que o numero das can??es varia entre as enumeradas no indice de Colocci e as contidas no codice da Vaticana, contando este ultimo cincoenta e uma can??es a mais. Alem d'isso, na parte do codice que encerra as can??es de D. Diniz, a can??o 116 acha-se repetida outra vez sob o numero 174 com variantes e differente disposi??o de estrophes, o que denota que essa parte foi compilada de copias secundarias, mas classificadas, como vemos pelo titulo das Cantigas de Amigo dado a um certo genero de can??es, especialmente de imita??o popular. �� provavel que os autographos que serviam para os traslados nitidos dos amanuenses fossem por vezes aproveitados por outros compiladores; de el-rei Dom Diniz andava tambem um codice poetico em poder dos Freires de Christo de Christo de Thomar. Os muitos jograes da Galiza, de Castella e de Le?o, que frequentavam a c?rte de Dom Diniz, tambem colligiriam esses corpos de can??es de Serranilha e de _Mal-dizer_ que os privados dos monarchas trovaram, e que elles decoravam para cantarem de officio. Os jograes formaram collec??es dos melhores cantares para recitarem ou acompanharem �� citola, pelo que recebiam dinheiro; o costume de ter jograes de Segrel ao servi?o da casa real levava tambem a formar estes pequenos cancioneiros escolhidos.
3. O Cancioneiro da Ajuda (ou do Collegio dos Nobres).
O facto de se encontrarem cincoenta e seis can??es communs ao Codice da Ajuda e ao da Vaticana, torna indispensavel o resumir aqui o que se sabe da historia externa do Cancioneiro da Ajuda. As suas folhas s?o de pergaminho, a duas columnas, com pauta para a musica das can??es que se deveria escrever em seguida, e com varias vinhetas separando os diversos grupos de can??es de cada trovador e com letras historiadas. O cancioneiro est�� truncado, pois que come?a na folha 41, e n?o existe o final, n?o s�� por incuria dos possuidores, que o baralharam encadernando-o tumultuariamente com o Nobiliario, grudando algumas folhas ��s capas, mas tambem por que o estado da copia, sem assignatura ou designa??o dos trovadores, letras historiadas incompletas, e falta de nota??o musical, nos revelam que o codice n?o foi dado por acabado. Esta collec??o come?ou-se ainda no reinado de D. Diniz, por que juntando-se as folhas l��-se escripto no c��rte d'ellas: Rei Dom Diniz, e d'isto tambem se pode deduzir, que se n?o perderam muitas folhas do principio e do fim. D'este codice foram encontradas mais 24 folhas avulsas na Bibliotheca de Evora, e �� tradi??o corrente que na de Coimbra existiam algumas outras tambem.
A inspec??o do Codice da Ajuda, confrontado com outros Codices europeus, mostra-nos que elle pertencia indubitavelmente a diversos trovadores; Varnhagem notou que existiam dezaseis vinhetas imperfeitamente coloridas, que est?o desenhadas junto ��s can??es 2, 36, 37, 149, 157, 170, 173, 184, 190, 231, 233, 249, 253, 255, 259 e fragmento h. (Notas ��s Trovas e Cantares, p. 348.)
Alem d'este vestigio paleographico, o confronto com o Codice da Vaticana levou a achar os seguintes trovadores, communs aos dois Cancioneiros: Pero Barroso, Affonso Lopes Bai?o, Mem Rodrigues Tenoyro, Jo?o de Guilhade Estevam Froyam, Jo?o Vasques, Fern?o Velho, Ayres Vaz, D. Jo?o de Aboim, Pero Gomes Charrinho, Ruy Fernandes, Fernam Padrom, Pero da Ponte, Vasco Rodrigo de Calvelo, Pero Solaz, Pero d'Arm��a, e Jo?o de Gaia. Todos estes nomes s?o de fidalgos grandes privados de el-rei D. Diniz, e alguns j�� figuram em doa??es de D. Affonso III, como D. Jo?o de Aboim e Affonso Lopes Bai?o; Mem Rodrigues Tenoyro vivia na c?rte de D. Affonso IV, e foi entregue a Pedro cruel em troca dos assassinos de Inez de
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