O Quadrado Azul, by Jos�� de Almada Negreiros
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Title: K4 O Quadrado Azul
Author: Jos�� de Almada Negreiros
Editor: Amadeu de Sousa Cardoso
Release Date: October 21, 2007 [EBook #23133]
Language: Portuguese
Character set encoding: ISO-8859-1
*** START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK K4 O QUADRADO AZUL ***
Produced by Vasco Salgado
*JOS�� DE ALMADA-NEGREIROS*
*K4
o quadrado
AZUL*
ACABA DE APARECER
POESIA TERMINUS
DIZ-SE AQUI O SEGREDO
DO GENIO
INTRANSMISSIVEL
LISBOA 1917 EUROPA MODELO 1920
EDITORES
*amadeo* JOS�� *de souza* ALMADA *cardoso*
*JOS�� DE ALMADA-NEGREIROS*
*LITORAL*
(PO��MA)
E ARTIGO-MANIFESTO SOBRE A EXPOSI??O DE
*amadeo de souza cardoso*
NA LIGA NAVAL PORTUGUESA
�� VENDA NAS LIVRARIAS
*K4
o quadrado
AZUL*
MIMA-FAT��XA SINFONIA COSMOPOLITA E APOLOGIA DO TRIANGULO FEMENINO
*amadeo* JOS�� *de souza* ALMADA *cardoso*
*EDI?AO LUXURIANTE*
EXEMPLARES RAROS. UNICOS ORIGINAES
ENCOMENDAS ANTECIPADAS A AMADEO DE SOUZA CARDOSO 27, RUE DE FLEURUS--PARIS.
*amadeo de souza cardoso* dans plusieurs expositions marchands et galleries Paris Londres Berlin Cologne Munich Hambourg New-York Chicago.
POESIA TERMINUS
DIZ-SE AQUI O SEGREDO DO GENIO
INTRANSMISSIVEL
*amadeo* A *de souza* *cardoso* substantivo impar *1*, o detentor da Apologia Masculina, o que me possue em tatuagem azul na sensibilidade, o Amante preferido da Luxuria e do Vicio (Vide genio Pintor).
JOS�� DE ALMADA-NEGREIROS
LISBOA 1917 EUROPA MODELO 1920
AVULSO 10 reis 20-5-92
O perfume penetrante da sua alma raffin��e n?o passava atravez do kimono de cr��pe da China. O seu ar n?o era de modestia tinha era uma maneira parada de se existir pra f��ra, mas quem analys��sse melhor os seus gestos veria que faziam lembrar um loup que mal lhe encobrisse a oval delicada do rosto sem conseguir disfar?ar os requintes exquisitos da sua alma de elei??o. O velho e sympathico Marquez seu pae n?o a comprehendia e n?o era porque n?o lhe cust��sse muitos cabelos brancos andar sempre atraz d'ella pra lhe advinhar os pensamentos. Quando havia visitas ella punha-se logo no seu constante mau-estar que lhe encobria todo o seu fino espirito a quem n?o a conhec��sse (e infelizmente ninguem a comprehendia) e o pobre Marquez tirando com a paciencia o seu mon��culo de aro d'oiro, inclinava-se sobre um joelho e dizia baixo ��s visitas pr�� desculpar e sem que ella o ouvisse: �� muito doente, coitada! e punha de n?vo o mon��culo com uma d?r de pae desolado que n?o podia remediar aquella fatalidade de maneira nenhuma. Por outro lado a muito illustre e distincta senhora Marqueza sua m?e, desfazia-se em mimos para ella por todos os cantos; e todas as tardes, quando sua filha ��a espairecer pr�� vasto terra?o que dava pr��s jardins do palacio, vinha a pobre Marqueza passar-lhe a m?o plas costas com uma caricia terna que a anim��sse, mas ella tinha sempre um sorriso imperceptivel nos cantos dos olhos e fugindo-lhe do bra?o com um tregeito souple, onde n?o transparecia o minimo enfado, ��a fechar-se por dentro no seu quarto pra escrever uma carta ou pra mudar de toilette ou outra qualquer coisa em que tivesse for?osamente de ficar sosinha. Uma noite no bridge, n'este meu habito de levianamente sympathico, emquanto as estrellas, orificios de luz no firmamento, espreitavam atonitas os jardins ��s escuras, comecei a fazer intelligentemente a distin??o do viver em Londres e do viver em Lisb?a e distanciava com elegancia as minhas raz?es a conta-las plos dedos bem estimados. Ella voltou pra mim o seu perfil estylisado de nobreza onde transparecia toda a gloria dos braz?es de seus antepassados e aprovou-me co'os olhos poisados na cigarreira de prata f?sca reluzente sobre o panno verde da meza do bridge: diz muito bem! E pouco a pouco como dois astros perdidos no infinito e cujas trajectorias, antecipadamente tra?adas por Aquelle que tudo rege, for?osamente um dia se h?o-de cruzar, assim tambem as nossas duas almas, j�� por varias vezes o tinha presentido, era inevitavel que mais c��do ou mais tarde n?o viessem a encontrar-se face a face. E, ainda bem pra mim, n?o me enganei! (contin��a)
Um dia d��ra-lhe pra pintar e voltou pra mim numa tela um torso ancioso na intens?o de vicio. Tinha-a feito pra me compreender melhor e que n?o era tal porque duvid��sse de mim. Disse-me apaixonadamente num contrair-se toda que afinal s�� agora, que n?o m'a ouvia ler, come?ava a compreender a minha Mima Fat��xa. E como prova d'esta compreens?o amarrecou-se n'um desdem em que achava os proprios paes d'ella umas cavalgaduras. Tanto fal��mos d'essa merda da constitui??o da familia que nos compens��mos imenso em concordar que aquilo afinal era mas era o ven��reo da alma. E dizia-me que a ella j�� lhe presentia a raiva de vir a ter tambem uma gera??o mais nova. Brilhavam-lhe nos olhos como duas origens luminosas alucinadamente-esmeralda as intens?es revelad?ras da minha obra que n?o illuminava para c�� do genio.
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