sanctas Por ti mesmo levantadas. O teu zelo fervorozo Tem ornado este Dezerto, E n'hum Ermo dezabrido Vio-se O Parayzo aberto; Aqui nem orfa? aflicto Chora a paterna riqueza Para os Altares roubada, Que fas profana grandeza; Nem bellos quadros se admira?, Nem as dadivas brilhantes, Offertas de pecadores, Sem virtude agonizantes, Tributo de hum va? dezejo De comprar o Ceo, negado Por cauza do meio torpe Para alcan?ar empregado; Mas singela Architetura, Como a Piedade que a habita, Melhor os Hymnos repete �� Magestade Infinita. Se ao menos te transportasses Ao lugubre Retiro, Que da pezada existencia Ver�� meu final suspiro Debaixo destes Zimborios, De piramides c'roados, Que os tectos de eterna noite Seria? sempre afumados, Mas pelas sombrias fr��stas, Somente huma luz escassa, Com as trevas de mistura, O Sol medrozo traspassa: Teus olhos dessiparia? A escurida? tenebroza; E em torno de ti brilh��ra Huma gloria radioza; Mas aqui nenhum objecto Consolador se apprezenta, Tudo, tudo ergue gemidos? E do pranto se alimenta. Vem pois meu Pay, meu Irma?, Meu Espozo, meu Amante, Tua Escrava, tua Irman, Tua Filha nesse instante, Possa em favor de taes nomes, Nomes que dicta o Amor, Tua excessiva piedade Excitar em seu favor; Couza alguma melhor p?de Dar me erforso a meditar Ou meus voluveis dezejos De huma vez determinar; Th�� vejo com indif'ren?a Simples divina belleza Do espetac'lo qu'off'rece O quadro da Natureza; Estes pinheiros plantados Entre erguidas Penedias, Donde hum vento surdo agita As suas comas sombrias: Os regatos serpiando Por entre penhas fragozas Co'murmurio, que retumba Em as grutas cavernosas; Estes lagos de cristal, Onde Favonio contente Com seu agradavel sopro Encrespa a face dormente: Objectos sa?, que algum dia Era? por mim ta? prezados, Na? me da? alivio agora Na? suspendem meus cuidados: Pelos solitarios bosques A negra Tristeza erra, Esta abobeda sombria Sepulcros somente encerra; Espalha em torno hum silencio Qual da mort' atro, e medonho, Com seu ar afea hum quadro N'outro tempo ta? rizonho: Murcha o esmalte das flores; Fas denegrida a espessura, Th�� do Mar horrido o som Que em sequebrando murmura; Porem devo aqui viver, Em quanto durar o alento, Da submissa? a hum Amante, Triste fatal monumento. A morte so quebrar pode Estas cadeas illezas, Nas suas ma?s deixarei Todas as minhas fraquezas; Enta? meu ardor extincto Minhas cinzas recolhidas Aqui esp'rarei que seja? Com as tuas confundidas. Ah infeliz! Pois te julga? De hum Deos Espoza leal.... Quando somente es escrava Do Amor, e de hum Mortal! Vinde, Oh Ceos, em meu socorro... Mas vem esta impreca?a? D'hum effeito de piedade? Ou d'atroz exesp'ra?a?? Que! No azilo o mais puro De Castidade glorioza, Nutro de hum profano amor Huma chama criminoza? Eu me devo arrepender.... Mas fazer posso o que devo? Choro o Amante, e minha culpa A choralla na? me atrevo? Eu reconhe?o este crime, Subjeito a perpetua pena; Mas o cora?a? me arrasta Quando o remorso o condemna; Dos prazeres me arrependo, Em que engolfada medito; E por fragil contextura Outros iguaes solecito. Mil vezes levanto os olhos Aos Ceos, minha ofen?a choro, Outras mil o pensamento Em contemplar te demoro, Electrizada de Amor Desprezo emfim a innocencia, Que recobrar pertendia Com austera penitencia; De ti esquecer me posso! Odiar minha fraqueza! Quando a cauza do delicto He a propria Natureza! Se destruilla pertendo Sinto emfim, que o seu Author He o pranteado objecto Do meu excessivo amor! Como separar do crime A minha paixa? intento, Se existe em confuza ma?a Amor arrependimento! Como pode hum cora?a?, Qual o meu ta? consternado, Pertender hum vencimento A esfor?o humano vedado! Antes que minh'alma possa Seus males adormecer, Que combates se prepara? Entre o amor, e o dever! Arrepender-se mil vezes, Recahir, chorar o amante, Repulsallo; em tudo incerta... Sem o esquecer hum instante... Mas na?! Ja ethereo influxo De todo o temor separa Para consumar meus votos Sacro auxilio se prepara. Vem meu Pay, faze qu'eu possa A Natureza enfrear, Qu'amor renuncie, �� vida, A mim... Ao proprio Abaylar; Enche do divino Amor Meu cora?a?, sim acode; E quando delle evadires Somente hum Deos entrar pode. Ah! Mil vezes de huma Virgem O destino afortunado, Que ao seu Creador somente Tem seus dias consagrado; Esquece o Mundo enganozo, Que assim esquecido a tem, Com as do?uras do socego Goza o mais solido bem: Humilde resigna?a? Faz sua prece attendida; Entre o trabalho, e o repouzo Se reparte a sua vida: Hum sono doce a dispoem Para a Vigilia, e Ora?a?; Tem com serenos dezejos Sempre a mesma inclina?a?; He o pranto o seu thezouro, Aos Ceos penetra? seus hymnos, Cerca? a de gra?a pura Fulgentes raios divinos; Vella?-a em torno os Anjos, Bafejando hum sono grato, Tecem de apraziveis sonhos Da eterna Gloria o retrato; Para ella o Divino Espozo
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