estimado dos Senhores Reis de Portugal, como dizem os grandes lugares, em que o occuparam, especialmente o Senhor Rei D. Manoel quinto Av? de V. Magestade, em cujo Reinado se vio com maior admira??o a grande capacidade deste Chronista. Aceite V. Magestade com a sua Real, e costumada benignidade este meu pequeno obsequio, para que desta s��rte animado possa continuar com a impress?o das outras Chronicas dos Serenissimos Predecessores de V. Magestade. Deos guarde a V. Magestade muitos annos como desejamos, e havemos de mister.
Miguel Lopes Ferreira.
AO EXCELLENTISSIMO SENHOR
*FERN?O TELLES DA SILVA*
Marquez de Alegrete, dos conselhos de Estado, e guerra del-Rei Nosso Senhor, Gentil-homem de sua Camara, V��dor de sua fazenda, Embaixador extraordinario �� Corte de Vienna, ao Serenissimo Emperador Joseph, e Condutor da Serenissima Rainha Nossa Senhora a estes Reinos, Academico, e Censor da Academia Real da Historia Portuguesa, &c.
Depois de ter resoluto dedicar esta Chronica del-Rei D. Affonso Henriques a El-Rei Nosso Senhor, n?o podia ter duvida em que fosse Vossa Excellencia quem lha offerecesse em meu nome. Se para se consultarem os Oraculos, se procuravam aquellas pessoas, que eram dedicadas aos Templos em que elles respondiam, justamente dezejo a protec??o de Vossa Excellencia para um Oraculo t?o Soberano, que o merece ser de todo o mundo. A propor??o �� o que mais se deve de procurar, e sendo assim, n?o p��de Vossa Excellencia accuzar a confian?a, com que lhe pe?o, offere?a este livro a S. Magestade que Deos guarde, pois �� para este fim um meio t?o proporcionado, que o mesmo Principe elegeo a Vossa Excellencia para lhe assistir com a pessoa no seu Palacio, e com as prudentes experiencias do seu grande entendimento aos negocios mais importantes de toda a Monarchia. Deos guarde a Vossa Excellencia muitos annos como desejo.
Criado de Vossa Excellencia
Miguel Lopes Ferreira
MIGUEL LOPES FERREIRA
AO LEITOR
Pela Chronica do primeiro Rei de Portugal come?o a satisfazer a promessa de dar ao prelo todas as Chronicas dos nossos Reis, que at�� agora se conservavam manuscritas. Esta do fundador glorioso do Imperio Portuguez tem mais de dous seculos de antiguidade, porque seu Author Duarte Galv?o falleceu na Ilha de Camar?o a 9 de Junho do anno de mil e quinhentos e dezasete. A authoridade de quem a escreveu n?o �� menor, porque o Pai deste Chronista foi Ruy Galv?o, Secretario, e Escriv?o da Puridade de El-Rei D. Affonso V. de Portugal, lugares t?o grandes, e t?o immediatos �� Magestade, que supp?em illustre a quem os exercita. Duarte Galv?o seu filho foi do Conselho dos Reis D. Jo?o o II e D. Manoel, Chronista M��r do Reino, Alcaide M��r de Leiria, doutissimo nas Letras humanas, e Embaixador a Fran?a, e Alemanha, e ultimamente ao Preste Jo?o, levando em sua companhia ao Embaixador Matheus, que da Corte do Abexim tinha passado �� de Portugal, vencidas, e compostas as injustissimas duvidas da sua verdade. O irm?o deste Chronista foi D. Jo?o Galv?o, que depois dos maiores lugares da Congrega??o de Santa Cruz de Coimbra, sendo Bispo da mesma Cidade, lhe fez merc�� El-Rei D. Affonso V do Titulo de Conde de Arganil, que at�� agora se conserva nos seus Successores, e desta Mitra passou para a de Braga. Nesta Historia se acham alguns pontos encontrados com a verdade, o que de nenhum modo se deve de attribuir a malicia do Author sen?o a que naquelle tempo devia de ser esta a tradi??o, que havia entre n��s mal fundada no principio, e peior continuada na boca dos que a passavam a outros, em que como �� natural, cada dia se vai desfigurando, e perdendo a sua f��rma verdadeira. Estes descuidos emendou doutissimamente o Doutor Fr. Antonio Brand?o na Terceira Parte da Monarchia Lusitana, porque examinou a verdade no segredo dos Cartorios, em que estava sepultada. Algumas pessoas me aconselhavam, que lhe fizesse notas, por��m segui o parecer de outras, que assent��ram, que como esta Chronica se imprimia para os que sabem, elles n?o ignoram pela li??o de Fr. Antonio Brand?o, o que �� tradi??o errada. Sahe pois a Chronica de El-Rei D. Affonso Henriques da s��rte que a escreveu Duarte Galv?o, e lhe fiz o beneficio de lhe ordenar um Index para utilidade de todos. Agrade?a o leitor o meu cuidado, que brevemente lhe darei impressas todas as mais Chronicas manuscritas dos nossos Reis, e entre ellas a de El-Rei D. Jo?o o II que escreveu Ruy de Pina, t?o rara como desejada.
Vale.
PROLOGO
DO AUTHOR
Dirigido ao Serenissimo, e Muito Poderoso Principe El-Rei D. Manoel nosso Senhor, sobre as vidas, e excellentes feitos dos Reis de Portugal, seus Antecessores, ordenados, e escritos por seu mandado, por Duarte Galv?o Fidalgo da sua Casa, e do seu Conselho, no qual falla do grande louvor destos mesmos Reis de Portugal.
Muito devem, Serenissimo Senhor, trabalhar os homens, por em sua vida obrarem virtudes, para que mere?am a
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