convulsa.
As melenas, fren��ticas, arrep��la, E de ��spides alastra o pavimento; Na boca, onde as espumas s?o veneno, As maldi??es lhe fervem.
Torcendo, e retorcendo os vesgos olhos, Vagu��a delirante a vasta furna: A Morte, a propria Morte, ao ver-lhe as furias, Treme no throno horrendo.
O Fado, contra quem vomita o Monstro Negra turma de pragas, indignado Manda ronque o trov?o, fuzile o raio, E sobre ella desabe.
A Furia, remordendo-se, baqu��a, E no bojo inflammado o Inferno a sorve. Em tanto a grande Lysia, exultadora V?a a abra?ar seu Filho.
* * * * *
*EPISTOLA*
Feita no julgado ultimo periodo de vida do Senhor Manoel Maria de Barbosa du Bocage.
EPIGRAFE.
Rebus angustis animosus as que Fortis appare. Horat. Od. 7. liv. 2.
Se p��de hum mocho, piador nas selvas Brancas plumas cobrar, surgir de noite, E dos pios colher vozes son��ras, Tendo assumpto sem par, Her��es cantando! N?o sou ave infeliz, odeio as tr��vas; Minha essencia mudei; encaro o dia, O dia, que nasceo na luz d'Elmano. �� tu Dominador, de quem domina No medonho poder d'escuro p��go, Onde morre o Vulgar, existe o Grande; Em que ufana de Ti a Eternidade, Dos limites sahio, mandou soberba Aos Futuros pasmar, tremer aos Fados; E nos Livros ao tempo sobranceiros O teu nome esculpir, dar vida ��s letras; Que sedentas t��'li de iguaes talentos, Sem a mira lan?ar a mais, ou tanto, Novo campo n?o d?o a novo entalhe. Accolhe os versos meus, os meus louvores, Que o p��jo suffocou; mas cede o p��jo �� voz da Gratid?o, que em mim res?a. Que inaudito prazer me surge n'alma!.. Elmano, Elmano meu, do Mundo gloria, Quando penso que os sons adormecidos Da Lyra (que em temor c��de �� vontade) V?o dos Astros romper luzente Espa?o, Indo aos Numes levar?o, que he dos Numes Esta empreza, que os Ceos no seio acolhem, De que hes justo cr��dor, que humilde off're?o, Hade a Jove aprazer, durar em Jove. Se ao jugo dos Mortaes, se ao Fado, �� Morte Inda liga tua alma a terrea massa, Se em tormentos, se em ais, se em dor, se em pranto A substancia languece, que te anima, E de humano a pens?o (dever custoso) No continuo pular do sangue ardente[1] Encaras com temor; temor n?o tenhas! A morte para o Sabio he gosto, he vida. Assim o gr?o Cam?es, de Lysia esmalte, E das grandes Na??es portento, espanto, Na desgra?a morreo, viveo na morte! E o Nume atroador de P��lo a P��lo, Por cem aureos canaes fendendo os ares, Inda o nome do Her��e espalha ufano, Inda alentos lhe d��, vida mais nobre. Quebradas as priz?es aos ser terreno, Que te v��da subir de Vate a Nume, Hade os tubos encher com s?pro estranho, E teus versos mandar ao Ceo da Gloria. N?o julgues, que se, Her��e, zombas da morte, Encarando teu mal desdenho o pranto Hade Lysia chorar, dar?o os Lusos Do pranto, que a raz?o sanar n?o sabe, Grossas agoas ao T��jo caudaloso, Que dos limites seus fugindo irado, V�� ao Ganges levar, levar ao Nilo A noticia cruel, que humanos punge: E Josino (que a vida ass��s molesta Nos hombros lhe suppeza alonga os dias Que, d'Elmano vivendo assim distante, H?ode o manto roubar �� noite escura!) A tristeza dar�� da morte o premio. Revive, Elmano, pois no Ethereo Reino; Que eu, em quanto tiver vitaes alentos, Heide em ti prantear d'Amigo a falta, E de Vate, e de Her��e ceder ao pasmo.
Jos�� Joaquim Gerardo de Sampaio.
[1] Alludo ao aneurisma, huma das principaes molestias, que o atorment?o.
* * * * *
Ao Senhor Manoel Maria de Barbosa du Bocage, achando-se o A. molesto.
*EPISTOLA.*
O Sabio n?o vai todo �� sepultura, Na memoria dos homens brilha, e dura. Rim. du Bocag. T. a.
Hum triste, hum infeliz, da Sorte av��ssa Tragando o fel dos ais, o fel da vida, Sa��da hum triste, que abra?ar n?o p��de, Penh��ra em letras, mensageiras d'alma, Os effluvios da candida amizade, Os saudosos gemidos, que te envia, Elmano, que em solu?os te evap��ras, Que atroppelado pela dor intensa, S��ltas dos lumes teus acerbo pranto, Que em v?o te banha as faces enlutadas, Que tenta em v?o desenrugar teus Fados. Mas ah! cobra valor; constancia, Amigo: Esfor?ada raz?o represe as m��goas, Que a horrenda fantasia, nebulosa Avulta em quadros, em que tudo he negro. Se ella d�� brilho, se a existencia affaga, Debuchando na id��a deleitosa Glorias, prazeres, jubilos, encantos; Tambem nos males nos accurva a mente Com duplicados, horridos pavores. Baldar o sentimento ao corpo afflicto N?o quero, Elmano, que tambem sou homem. Se Z��no, se Plat?o sorrindo em ancias, N?o mostr��r?o na face a c?r do medo, Que er?o diremos cora??es de bronze? Sentir?o, que a desgra?a a todos punge; Por��m soffr��r?o com tenaz constancia, Engolfados na s?a Filosofia. Se qual viv��r?o, tal morr��r?o l��dos; Porque n?o seguiremos os
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