du Bocage.
*SONETO.*
Embebido na s��lida Verdade, Zombas dos Impios, que sem pejo ou m��do, Decifr?o de Mysterios o segr��do; Tr��vas a n��s, e Luz �� Eternidade:
Adoras a Suprema Divindade, (Teu futuro Juiz ou tarde ou c��do) Na f�� se ad��?a teu rem��rso azedo, Esp'rando a divinal Tranquillidade.
Loucas Paix?es, que fomentaste outr'hora, (Feiticeiro Manjar dos fl��reos annos, Que o Juizo maduro n?o vig��ra)
Esses gostos fataes, gostos mundanos, Expiando na dor, que te devora, Ganhas hum Deos, e choras os Profanos.
Joaquim Antonio Soares de Carvalho.
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*ELOGIO AO PUBLICO*
Em nome de huma Actriz da Rua dos Condes.
A Musa, que nas Scenas de Ulyss��a, N?o sem gloria, ajustava o m��tro �� Lyra, De Elmano o s�� thesoiro (a S��cia m��sta Da quasi muda cinza, a��rea sombra) Inda hum salv�� tremente �� luz envia, E d�� versos �� Patria, ou d�� suspiros, Da nobre Gratid?o pelo org?o puro. Oh Lysia! Escuta os sons, talvez extremos; Que do seio affanoso, a custo, exh��la: (O Cysne diviniza os sons da Morte) Ouve, em m��tro n?o baixo, ouve alto affecto, Que me honra o cora??o, na voz me ferve, E no Patrio favor a ardencia nutre. Recente Arvoresinha em ch?o bravio, De humor celeste definhando �� mingoa, (E mimosa j��mais de hum Sol f��gueiro) Eu para a Terra, para a M?i pendia, Que os succos mesquinhava ao tenro Arbusto, Talvez de produzillo arrependida. Eis bra?o, a que apiedou meu ser j�� murcho, Me extr��he, propicio, do Terreno avaro, E em liberal torr?o me p?e, me arreiga. S��bito esp��rta, s��bito enverdece A Planta moribunda, e qual s��, �� Lethes, Afferrasse a raiz nas margens tuas, Que das Furias o bafo esteriliza. Influxo animador me alt��a, e f��lha; H��lito ameno de vivaz Fav��nio Com macios vaivens me embala os ramos, Flores me adorn?o, fructos me atavi?o: Os sorrisos da Patria, os mimos della Estas boninas s?o, s?o estes fructos. Das tr��vas, e da Morte as Aves feias, (De atra voz, em que o Fado ��s vezes s?a) Fogem d'entorno a mim, carpindo agouros, Nas agras, negras furnas v?o summir-se; E na coma lou?? gorg��a encantos Teu Cantor, Primav��ra, o vosso, Amores. Quanto sou, quanto valho, �� Lysia devo, E �� Lysia o cora??o na voz consagro. Ac��lhe com ternura, ac��lhe, �� Patria, As Offrendas por mim do triste Vate, Que para te cantar surgio da Morte, E em ancias balbuc��a o tom dos Numes: Honra d��ste ao Cantor, d�� honra ao canto.
Bocage
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*ODE*
Ao Senhor Manoel Maria Barbosa du Bocage.
Do boto engenho a sequid?o, e a mingoa Suppri, v��s Amizade, e sentimento, E a frase ingenua, a Candidez saudosa, Teb��os thesouros valh?o.
Tinta sempre de negro a Fantasia, Em v?o tact��a o vi?o dos Prazeres; As sombras medr?o, desaparece o esmalte Dos Parn��sidos sonhos.
Anciado o cora??o, palpita, e pede Amenos quadros, que o vigor lhe abonem; Mas, o seu oppressor, o Pensamento, Se produz, produz lucto,
E como affugentar, banir-lhe as tr��vas Se de hum, se de outro lado eu sinto, eu vejo Duros arremess?es, pendentes golpes Do meu verdugo, o Fado.
Daqui me aponta a p��lida Amizade, O Amigo, o Vate, o Pensador, o Tudo (Socio nas ditas, e nas m��goas socio) Desviado, e penando.
Dalli me punge o indomito Destino: Novo Tantalo eu sou! Vejo a Ventura, Cresce o desejo, esf��r?os se redobr?o, Mas n?o posso abrangella.
Impertinentes, faceis Conselheiros, Sizudo Aristocrata me pertendem Systema, e Genio me prohidem; soffro Affanoso contraste.
Nos grilh?es de hum dever, que me flag��lla, Nem do meu cora??o disponho livre! Quantas vezes me v��s, Amor, oh quantas! Cobi?ar-te, e fugir-te
Na varia compress?o, no cerco infando De Pezar, e Pezar conhe?o o pouco, Que resiste a Raz?o, e quanto, e quanto Filosofia he futil!
A Sensass?o dispotica ensurdece Da s? Prudencia ao madurado Aviso, E contra a innata propens?o dos Entes Politica o que avulta?
Mente quem me disser, que em homens cabe N?o gemer, se Afflic??o irrita, e lacera: N?o mais p��de o Atilado, o Sapiente, Que evitar-se ao naufragio.
Eu, que desde a bemvinda Primavera, Em que a Luz da Raz?o dourou meu clima, Tive sempre comigo, e meus Destinos Atinada pel��ja.
Votado desde ent?o a Amor, e ��s Musas, Filosofo, os espinhos acamando, Horas tenho, assim mesmo, em que a meus olhos A existencia negreja.
Ditoso tempo aquelle, Elmano, o caro, Que em amiga uni?o (volvendo a teia Do Porvir, do passado, e do presente,) Nos davamos constancia!
Ent?o (oh! tempos, que valeis saudades) Amizade interesses enla?ando, Delicias extrahia ��s m?os da sorte, Que trovejava inutil.
Ent?o as Nynfas do Pierio esquivo, Com teus Olympios sons extasiadas, Folgav?o de me ver medrado Alumno, Rastear-te, e com gloria.
Ah! bem que nos separa occulta for?a, Inda te segue o socio Pensamento:[1] Se Poder, e Vontade condissessem, Moniz f?ra comtigo.
Menos agros talvez teus dias for?o, E os turvos dias meus, que enlut?o m��goas, Com doce languidez ameniz��ra O Prazer fugidio.
Matiz equivalente a
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