Her��es, de Her��es soldados A Gallia herdou de Roma o genio, a sorte; Seus filhos no igneo jogo da Mavorte Vir?o Marcios Le?es tremer curvados.
Mas alta Lei dos Penetraes Sagrados Baixou, que o fatal impeto reporte: Fervendo em raios no Oceano a morte, Te obedece, �� Britania, ao mando, aos Fados.
No Continente o Gallo he Deus da guerra; O Anglo audaz sobre o pelago iracundo Da victoria os pend?es, troando, afferra...
Ah! nutr?o sempre assim rancor profundo. Hum triunfa no mar, outro na terra: Se as m?os se derem, que ser�� do Mundo!
Bocage.
* * * * *
*SONETO.*
C'hum Diadema de luz no Elysio entrava Envolto Nelson em sanguineo manto! Lavrou nos Manes desusado espanto, E a turba dos Her��es o rodeava.
Grita Alexandre (e nelle os olhos crava) Quem hes, que entre immortaes fulguras tanto? Sou (lhes diz) quem remio de vil quebranto Europa curva, oppressa, e quasi escrava.
Deixei de sangue o p��go rubicundo; Trof��os em meu sepulcro a Patria arvora; Raio ardi sobre o Gallo furibundo...
Nisto de novo o Macedonio chora: O que immensa extens?o venceo do Mundo, Quem venc��ra hum s�� povo inveja agora.
Bocage.
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�� Memoria de Ulmia.
*SONETO.*
Quando meu cora??o de Amor vivia, Ufana a liberdade em ver-se escrava, E quando para mim se variava O Ceo n'um riso, o Ceu n'um ai de Ulmia!
Das escuras Irmans a mais sombria, E que mais com seu p��zo o Mundo aggrava, Na vista divinal, que me encantava, Roubou luz �� minha alma, e luz ao dia.
N?o mais, Dor, Fado meu, Dor, meu costume, Cedo a paz gozarei, que o peito anh��la, Nos olhos do meu Bem, do Ceo j�� lume;
Junto �� Nynfa immortal, na Estancia bella, Os dias perennaes, que vive hum Nume, Irei (Nume em ser seu) viver com Ella.
Bocage.
* * * * *
*SONETO.*
Il n'est de malheureux que les coeurs d��tromp��s. Voltaire. Merop. Trag.
Em v?o, para tecer-me hum ledo engano, Filosofo ostentoso industrias can?a; Diz-me em v?o, que exhalando-se a esperan?a, Repousa na apath��a o peito humano.
O nauta a so?obrar no P��go insano V�� rir ao longe a c��rula bonan?a; A mente esperan?osa enfreia, amansa Os roncos, e as bravezas do Oceano.
Se nos m��seros cahe da m?o dos Fados O negro desengano, eillos anciosos, E �� desespera??o, e �� furia dados.
Doirai-nos o por-vir, oh Ceos piedosos! Justos Ceos! d��m sequer jardins sonhados As flores da ventura aos desditosos.
Bocage.
* * * * *
Ao Senhor Manoel Maria Barbosa du Bocage, por occasi?o de se ter dito, que receb��ra o Sagrado Viatico.
*SONETO.*
Depois que a teus ouvidos grata v?a Mensagem pura, que ante os Ceos te expia, Por mil S��es, Orbes mil, por Lactea Via Jove ao proprio teu lar desce em pessoa:[1]
Colloquio amigo, que entre os Dois res?a, Par n?o soffre em ternura, em energia, He d'hum Cysne expirante a melodia, He a fraze efficaz d'hum Deos, que tr?a:
Consagrados eis s?o Mortal, e Immenso; Fogem subito ao pacto renovado V? lida, torpe inv��ja, e morbo intenso!
Rasgou-se o v��o do nubilo teu Fado; D��s fragil myrrha por eterno incenso, D'Home ��s Nume, de Vate ��s invocado.
De Santos e Silva.
[1] Contrac??o de Jehova.
* * * * *
Ao Senhor Manoel Maria Barbosa du Bocage, achando-se o A. molesto.
*SONETO.*
A Musa, que bebeo comtigo alento, Que ao lado teu paix?es commerciava, Os sons, que alegre outr'hora derramava, S?o ais viuvos, que dirige ao vento.
D'entre meus bra?os te apertar sedento, Por vingar o intervallo solu?ava, Que a mal firme existencia me embargava, Sem que pod��sse olhar-te hum s�� momento.
Se n?o pude fartar voraz saudade, Inda m��dida a face, enternecida Chora males do amigo em soledade.
Minha alma em tua dor toda embebida, Implora em ais, em pranto aos Ceos piedade, Ama doirar-te a tenebrosa vida.
De Pedro Jos�� Constancio.
* * * * *
Ao Senhor Manoel Maria Barbosa du Bocage.
*SONETO.*
Entre as flores, que as Gra?as bafej��r?o, Curvas d'Elmano �� prepotente Lyra, Venus brincando com Adonis gyra, Dando-se beijos, que em rosaes cev��r?o.
Assim contentes horas desliz��r?o, Ao som canoro, que o prazer inspira: O Ceo pendente extasiado admira!.. T�� que os Numes d'inveja ao som raiv��r?o.
Dedos torpecem!.. arrebent?o cordas!.. Cumprio-se a voz de hum Deos, cumprio-se a Sorte, Em quanto, Eco chorosa, os tons recordas.
C'roai-o, �� Ninfas, pranteai-lhe a morte: E ao menos, Jove, que em prazer transbordas, Deixa v��llo de c�� na etherea Corte.
Do mesmo.
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*SONETO.*
Pungido pela dor, banhado em pranto, Desato, Elmano, minha voz truncada, Que de gemer, de suspirar can?ada, Acha o rouquejo no lugar do canto.
Debalde em pragas mil a voz levanto Contra o Cypreste, l��gubre morada, Que de funereas Aves carregada, Te condensa o pavor, o susto, o espanto.
Para baldar o agoiro, em v?o tent��ra Loiros disp?s em mimo esperan?oso, Que na aridez n?o vinga a t��nue vara.
Rouba-me embora, �� Fado rigoroso, Esse que Lysia, o Mundo assoberb��ra, Que o pranto he meu, prantearei saudoso.
Do mesmo.
* * * * *
Ao Senhor Manoel Maria Barbosa
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