A princeza na berlinda | Page 9

Urbano de Castro
o gosto... Sem mais aquella, como se diz em giria... E se o nosso folheto tiver a honra de ser lido por vossa alteza, lembre-se das suas linhas e queira tambem desculpar-nos:--quelques plaisanteries sans importance et sans parti pris.
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Segue a biographia da princeza.

BIOGRAPHIA
Rattazzi--(Maria Studolmire Wyse, princeza de Solms, depois condessa) mulher de lettras franceza, nascida em Waterfard (Inglaterra) em 1833. �� neta de Luciano Bonaparte, irm?o de Napole?o I, e filha de Letizia Bonaparte, e de sir Thomaz Wise, membro do parlamento de Inglaterra, que morreu ministro plenipotenciario da Gr?-Bretanha em Athenas. Descendente de uma serie de uni?es consideradas como outras tantas mesalliances para a familia Bonaparte, foi sempre considerada por esta como uma intrusa, ou como uma inimiga. Quando o principe Luiz, seu primo, foi eleito presidente da Republica franceza, prohibiu-lhe formalmente que usasse o nome de Bonaparte-Wise, pelo qual eram conhecidos seu pae e seu irm?o. Entretanto, a sua filia??o napoleonica, est�� t?o bem estabelecida sen?o melhor que a do seu proprio primo. Seu av? Luciano, principe de Canino, cas��ra, em segundas nupcias, com madame Bleschamp, viuva de um agente de cambio, casamento que descontentou muito Napole?o, e fez romper todas as rela??es da familia imperial com Luciano; este, tendo-se retirado �� Italia, fez naturalisar romanos todos os seus filhos, t?o pouca era a sua f�� na restaura??o da dynastia a que pertencia. A neta, nascida de m?e romana, Letizia Bonaparte, e de pae irlandez, era realmente uma Bonaparte, mas t?o pouco franceza quanto possivel. Foi comtudo educada na casa da Legi?o de Honra de S. Diniz, e, como n?o tivesse meios, fez-se professora.
Em 1848, quando �� familia Bonaparte foi permittida a entrada em Fran?a, e o principe Luiz se propoz a presidente da Republica Franceza, foi pedida em casamento por Mr. Frederico de Solms, rico alsaciano que a dotou em 700 ou 800 mil francos, esperando que ella viesse a ser uma das estrellas da futura c?rte de seu primo, e que assim o levasse ��s grandezas. N?o aconteceu nada d'isto. Os Bonapartes, e principalmente o futuro Napole?o 3.^o n?o a consideraram como da familia; como o pae da segunda mulher de Luciano occupara um emprego d'inspector nos direitos reunidos, pretendiam n?o terem nada de commum com a descendente d'um vendedor de tabacos, e foi isto o que os jornaes do Elysseu lhe disseram, nu e cru, quando Madame de Solms, posto que muito nova ainda, porque ent?o apenas contava 16 annos, come?ou a tornar-se notavel.
Lan?ou-se ent?o na opposi??o, attrahiu a sua casa algumas notabilidades do partido democratico, abriu as suas salas aos litteratos, deu festas esplendidas, e ostentou um luxo que tinha a preten??o de fazer epoca na historia contemporanea. No seu pequeno circulo comparavam-a a mademoiselle Montpensier e dizia-se que do seu boudoir sahiria uma nova Fronda. Por occasi?o do golpe de estado de 2 de dezembro, em que estavam implicadas algumas pessoas que frequentavam as suas salas, julgou-se tambem obrigada a deixar a Fran?a, habitando ora em Roma, na Belgica, ora as cidades de caldas mais notaveis.
Considerava-se como exilada, e tendo alguns jornaes publicado que ella pedira para ser amnistiada, fez-lhes publicar esta resposta altiva:--?S�� um governo liberal e sensato me p��de fazer voltar �� Fran?a. At�� o dia em que triumphem as nossas liberdades, acceito o exilio; mas protesto energicamente contra toda e qualquer nova insinua??o, grave ou pueril, tendente a fazer admittir que, no presente ou no futuro, sob qualquer considera??o, e em qualquer extremidade em que me encontre, eu possa ligar-me directa, ou indirectamente, a uma familia da qual me separei voluntaria e seriamente.?
Isto n?o a impediu de entrar em Fran?a em fins de 1852; mas em fevereiro de 1853, recebeu ordem de expuls?o e seu primo fel-a conduzir �� fronteira acompanhada pelos gendarmes. A causa d'esta expuls?o escandalosa era sempre a mesma, a sua obstina??o em querer usar o nome de Bonaparte que lhe negavam. Protestou pelos tribunaes, encarregou Berryer de a defender, e o governo fez admittir pelos jornaes que a ordem (arr��t��) d'expuls?o estava em f��rma, visto que madame de Solms era estrangeira e casada com um estrangeiro n?o naturalisado. �� muito provavel que M. de Solms, nascido em Strasburgo, fosse francez; mas o governo obteve d'elle uma declara??o na qual dizia n?o reclamar a qualidade de francez. Na Patria foi publicada a seguinte nota:
?Por ordem do sr. intendente geral da policia, foram expulsos do territorio francez madame de Solms, dizendo-se condessa de Solms, e M. Wyse, (seu irm?o, M. Bonaparte-Wyse) ambos estrangeiros; estas duas pessoas usavam sem direito nenhum o nome de Bonaparte, e longe de respeitarem o nome illustre que usurparam, serviam-se ao contrario d'elle para se entregarem a escandalos desordenados, afim de mais facilmente abusarem da credulidade das pessoas com quem estavam em contacto. A ordem do sr. intendente geral de
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