viagens?
Do Gymnasio, diz ainda, que viu ali representar magistralmente o actor Pedro, secundado por duas jovens e formosas mulheres Candida e Lora?
Dou-lhes um doce se adivinharem quem s?o estas duas jovens e formosas mulheres. Candida e Lora quer dizer Amelia Vieira e Emilia dos Anjos. Ha por��m uma difficuldade, e desde j�� nos confessamos incompetentes para a resolver:--Qual ser�� a Lora?
Mysterio que s�� a princeza poder�� decifrar.
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Do theatro da Rua dos Condes diz que se representa ali Lazaro, o pastor... �� possivel. Em todo o caso devemos declarar que essa pe?a subiu �� scena expressamente para sua alteza a ver, e que foi ainda sua alteza a unica espectadora... O publico n?o a viu nunca.
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No capitulo Theatros trata muito natural e judiciosamente o assumpto pateadas. N?o gosta d'ellas, parecem-lhe estupidos e injustos os sujeitos que pateiam. Abre curso de sensibilidade no artigo pateader. Comprehende-se:--ella �� que est�� sensibilisada ao escrever tudo isto, recordando-se do modo porque a plateia dos Recreios recebeu a sua insipida e soporifera comedia.
Tenha paciencia. Diz no seu livro que esta phrase se applica a tudo no nosso paiz. �� verdade. Applica-se a tudo. At�� ��s princezas infelizes que s?o pateadas.
Diz sua alteza fallando nos hoteis que os colch?es s?o durissimos em todos elles; no Braganza parecem at�� cheios de cacos de garrafas... Mas afinal sempre temos por c�� alguma coisa mais dura do que os colch?es... as pateadas...
Custam a roer, custam... Mas que se hade fazer? R?a, r?a. De resto parece-nos que sua alteza tem deveras a bossa do estylo lacrimoso... Chore--a lagrima �� livre.
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Depois da nenia das pateadas passa sua alteza a fallar da vida dos bastidores em Lisboa. D��mos-lhe mais uma vez a palavra:--?--A vida dos bastidores em Portugal est�� ainda no estado primitivo. �� mais burgueza que desregrada. Na maioria dos theatros as actrizes s?o casadas ou vivem maritalmente com pessoas da sua escolha, dando, com rarissimas excep??es tanto que fallar pela sua conducta como pelo seu talento. Se quizesse citar alguma que se distinguisse das suas collegas pelo seu luxo ou pelos seus amores, ver me-hia deveras embara?ada, n?o obstante ter pedido informa??es a toda a gente.?
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Sim, a princeza pedio informa??es a toda a gente. Apenas qualquer sujeito tinha a honra de lhe ser apresentado, a primeira coisa que a princeza fazia era disparar-lhe esta pergunta �� queima roupa:--Ora diga-me meu bom amigo, sabe alguma coisa da Emilia das Neves?--Que lhe consta da Delfina?--N?o se rosna coisa nenhuma d'aquella Joanna Carlota da rua dos Condes?
Esta febre da princeza em indagar a vida intima das nossas actrizes faz-me lembrar a historia de um provinciano que vindo a Lisboa pela primeira vez, com ideas muito errados acerca das nossas mulheres de theatro, come?ou durante a representa??o, de n?o sei que pe?a em D. Maria, a interrogar o visinho do lado, pelo theor que vae v��r-se, sempre que apparecia em scena alguma actriz.
Entrava por exemplo a sr.^a Emilia das Neves, o provinciano voltava-se para o sujeito e dizia-lhe piscando-lhe o olho intencionalmente:
--Esta...?
E o sujeito:
--N?o sei...
Entrava a sr.^a Virginia:
--E esta...?
--Homem deixe-me...
Entrava a sr.^a Amelia Vieira.
--E esta...?
--Diabo, o senhor �� inconveniente! N?o sei nada...
O provinciano por��m n?o se dava por vencido.
--E esta...? continuava elle sempre a perguntar.
De repente entra o Theodorico. Ent?o o sujeito, desesperado, fulo, volta-se para o pobre provinciano e diz-lhe muito serio:
--Olhe este... com certesa...
A princeza fez exactamente o papel do provinciano, e, t?o infeliz como elle, n?o ficou sabendo coisa nenhuma...
Ficou at�� sabendo menos que o provinciano...
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Em todo o caso registe-se que no entender de sua alteza a vida dos bastidores em Portugal �� uma pulhice... ?Mais burgueza que desregrada...? chega a ser infame, n?o �� assim princeza?
E depois que mulheres estas de theatro! Que impossiveis creaturinhas! D?o tanto que fallar pela sua conducta como pelo seu talento... O mesmo n?o se pode dizer que aconte?a com certa pessoa que n��s sabemos...
Essa d�� muito mais que fallar pela sua conducta do que pelo seu talento...
Foi dev��ras infeliz a princeza em quest?es de theatro. Viu-se sempre embara?ada. At�� se quizesse citar alguma actriz que se distinguisse das suas collegas pelo seu luxo ou pelos seus amores, at�� n'essas circumstancias os embara?os lhe n?o permittiriam a cita??o...
�� realmente estar com azar.
Pois n��s se quizessemos citar alguma princeza que se distinguisse de todas as outras pelo seu luxo tapageur ou pelos seus amores, faziamos isso sem a mais pequena difficuldade...
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Termina sua alteza o capitulo dos theatros fallando das dan?arinas de S. Carlos. Diz sua alteza:--?As dan?arinas n?o d?o que fallar de si. Ha para isto duas raz?es:--a primeira �� que, salvo duas ou tres excep??es s?o feias que mettem medo a segunda �� que a maioria d'ellas parece-me ter chegado, a esta
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