e fontes,?Tudo por nossos pecados.
III.
Furo co'a minha sov��la?Meto seda meto fio:?Quando far a neve, e frio,?Na? h�� quem possa soffr�� la.
IV.
Vejo a terra dezerta,?E parades levantadas:?Vou dando quatro pancadas?Na sola, quando se aperta.
V.
Vejo a guerra na paz,?E muitos morrer no fosso:?Foje o cavallo, e o mosso?Depois que o soldado jaz.
VI.
Entre montes muito altos?H�� uma casa sagrada:?Ja na? quero ver mais nada,?E vou batendo os meus saltos.
VII.
Arranha me o gato? sape:?Olho outra vez da ladeira,?Deita se o cord?o �� geira,?N?o acho poronde escape.
VIII.
Com o trinchete aparo a sola?Furando com br��ca a vira:?Isto he que meu gosto aspira?Pois vejo o jogo da bola.
IX.
Est?o muitos p��os armados?Que l�� de longe se vem;?A quem na? parecer bem,?Perca o officio, e meta os gados.
X.
Com o cerol encero o linho;?Puxo com torquez o couro;?Gasta se todo o thesouro?Pera abrir novo caminho.
XI.
Quando falho aos meus fregueses?Fic?o descal?os com magoa:?Na? sa? os reaes pera a agua?Que se botar?o nas rezes.
XII.
Vejo posta toda a gente?Trabalhando, sem comer:?Vejo os mortos a correr,?E os vivos jazer somente.
XIII.
Trabalha todo o sandeo,?E tambem o nobre serve;?Na cert? a carne ferve?Pera Mouro, e Judeo.
XIV.
O pobre morrendo �� mingua;?Outros tem a arca cheia;?Chove na pra?a, e na areia,?Como agua de seringa.
XV.
Vou botando o meu remendo?Em quanto o Senhor se veste,?Uma terra assas agreste.?Estou entre serras vendo.
XVI.
Nove letras tem o nome?Duas sa? da mesma casta:?Olhe qualquer como o gasta?Pera na? morrer de fome.
XVII.
Na era de dous, e tres?Depois e tres conta mais?Haver�� couzas fataes,?Vistas em nenhuma vez.
XVIII.
Haver�� tantos trabalhos,?Gritos, surras barregadas,?Porem ja sinto as pizadas?L�� pera a banda dos malhos.
XIX.
O povo suspira, e brama?Debaixo do seu chapeo;?Na? se enxerga mais que o Ceo?Quando a neve se derrama.
XX.
Vejo por entre dous cabos?O couro que vou cozendo;?Ja ap��s outros vou vendo?Muitos mareantes bravos.
XXI.
Ja na carreira primeira?Entra a bandeira Real,?Ah! Portugal! Portugal!?Ja l�� vai tua canceira.
XXII.
Dar�� a serpe tal Brado?Do ninho que jaz, e tem?Quando vir que outrem lhe vem?Tirar da vinha o cajado.
XXIII.
Deixa os filhos mui depressa,?E outrem lhos guarda, e cria;?Vai caminhando sem guia,?Larga a corr?a da cabe?a.
XXIV.
Subo me a o meu eirado,?J�� na? sinto matinada,?Fica a terra socegada?O Encuberto declarado.
XXV.
Abre se a porta do Templo,?Entra o cordeiro fiel,?Veste da casa o burel,?D�� a todos grande exemplo.
TERCEIRO CORPO DE TROVAS DO BANDARRA.
For?o tambem achadas estas Trovas, que se seguem na Igreja de S. Pedro da Villa de Trancoso por occasi?o de se desfazer a parede da Capella m��r em 6 de Agosto do anno de 1729.; er?o escriptas em pergaminho em 1532 por letra do P. Gabriel Jo?o, da dita Villa de Trancoso, e vizinho do mesmo Bandarra. Domingos Furtado de Mendon?a, Commissario do Santo Officio lan?ou logo m?o dellas, mas na? faltar?o pessoas graves, e de qualidade, que as trasladar?o, e deixar?o a seus filhos.
INTRODUC??O.
I.
Em vos que haveis de ser quinto?Depois de morto o segundo,?Minhas Profecias fundo?C'o estas letras, que aqui pinto.
II.
Inda o tronco est�� por vir,?Ja vos vejo erguido cedro:?Pouco vai de Pedro a Pedro?Se a rama o tronco medir.
III.
Fiz Trovas de ferro, e prata?Dignas de qualquer thesouro,?Hoje quanto fa?o he ouro?Que em v��s, Senhor, se remata
IV.
Na? conto ?apatarias?Que n'outros tempos sonhei,?O que agora contarei?Sa? mais altas Profecias.
V.
A giesta na? se trosse,?Muito amarga o sarga?o:?Tudo quanto agora fa?o?S?o bocados de herva doce.
VI.
Fa?o Trovas muito inteiras?Versos mui bem medidos,?Que h?o de vir a ser cumpridos?L�� nas eras derradeiras.
VII.
Eu componho, mas na? ponho?As letrinhas no papel,?Que o devoto Gabriel?Vai riscando, quanto eu sonho.
SONHO PRIMEIRO.
VIII.
Vejo, mas na? sei se vejo;?O certo he, que me cheira,?Que me vem honrar �� Beira?Um Grande do pe do Tejo.
IX.
Formas, cabos, e sovelas?Lavradinhas com primor?Mandareis abrir, Senhor,?Muitos folgar?o de v�� las.
X.
Mas ai! que ja vejo vir?O Presbytero maior?Arriscar todo o primor?Que outra vez hade surgir.
SONHO SEGUNDO.
XI.
Augurai, gentes vindouras?Que o Rei que daqui ha de ir,?Vos ha de tornar a vir?Passadas trinta tizouras.
XII.
O Pastorzinho na serra?Grita que tenh?o cuidado,?Que se vai perdendo o gado?Por mais que gritando berra.
XIII.
Desamparar o corti?o?Uma abelha mestra vejo;?As outras com muito pejo?N?o tem azas pera isso.
XIV.
Ir?o tempos de lazeiras?Vir?o tempos de farturas?Os frades haver?o tristuras?Por acudirem as freiras.
XV.
Este sonho que sonhei?He verdade muito certa,?Que la da Ilha encuberta?Vos hade chegar este Rei.
SONHO TERCEIRO.
XVI.
Sonhei, que estava sonhando,?Que passados cem Janeiros?Os Portuguezes primeiros?Se levantar?o em bando.
XVII.
Ergue se a aguia Imperial?Com os seus filhos ao rabo,?E com as unhas no cabo?Faz o ninho em Portugal.
XVIII.
P?e um A pernas acima,?Tira lhe a risca do meio,?E por detraz lha arrima,?Saber��s quem te nomeio.
XIX.
Tudo tenho na moleira?O passado, e o futuro,?E quem for homem maduro?Ha de me dar fe inteira.
XX.
Vejo sem abrir os olhos?Tanto ao longe como ao p��rto;?Vir�� do mundo encuberto?Quem mate da aguia os polhos.
SONHO QUARTO.
XXI.
L�� pera as partes do Norte?Vejo como por peneira?Levantar uma poeira?Que nos amea?a a morte.
XXII.
Vosso grande Capit?o,?�� povo errado, e perverso,?J�� caminha com o ter?o,?E v��s dormindo no ch?o?
XXIII.
Na era que eu nomear?Ter�� fim a heregia;?Ver��s certa a Profecia,?Se bem souberes contar.
XXIV.
Poe[m] tres tizouras abertas,?Diante um linhol direito,?Contaras
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