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Project Gutenberg's Trovas Inedìtas de Bandarra, by Gonçalo Anes
Bandarra
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Title: Trovas Inedìtas de Bandarra
Author: Gonçalo Anes Bandarra
Release Date: May 21, 2007 [EBook #21545]
Language: Portuguese
Character set encoding: ISO-8859-1
0. START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK TROVAS
INEDÌTAS DE BANDARRA ***
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Trovas
Inedìtas de Bandarra
Natural da Villa de Francoza.
Que exestião em poder de Pacheco Comtemporaneo de Bandarra e que
se lhe achàrão depois de sua morte.
Londres.
MDCCCXV.
Introduçaõ.
Com grande satisfação recebérão, todos os Portuguezes, assas Cinceros,
e prudentes, as trovas de Gonçallo Annes Bandarra, impressas em
Barcellona em 1809 sobre a edìção de Nantes de 1644. Juntandose, a
esta edição outras, trovas que nunca se tinhão impreço pella
defficuldade que havia de se naõ acharem.
Ficando porem ainda o ardente dezejo em muitas pessoas de verem
impresso o resto (de que havia notìcia de sua existencia) de todas as
trovas de Bandarra; porquè como este hia profetizando, em diverços
tempos durante a sua vida; igualmente por este motivo, apareciao em
diverços tempos, e lugares, e em poder de algumas pessoas, como se
vio (por exemplo) na edição de Nantes de 1644 naõ se ímpremírão
senão, aquellas trovas, por que não aparecerão as que se impremirão,
em Barcelona em 1809 (que fazem a 2ª e 3ª parte desta obra) as quaes
são, as que se achárão em poder do Cardeal Nuno da Cunha, e as que
tinha o Comissário do Santo officio Domingos Furtado de Mendonça: e
agora depois que se fez a edição acima ditta de 1809, se acharão na
livraria do Ex^mo Sñr........ (omito o seo nome por motivos particulares)
em manuscrito muito antigo! todas as profecias de Bandarra, não só as
que se achão jà impressas, nas duas ediçoens que jà dicemos, mas
tãobem as trovas de que havia noticia, que tinhão ficàdo em poder de
Pacheco, amigo, e comtemporaneo de Bandarra, que mereceo a este
tanto conceito, que foi digno de responder aquelle às perguntas que lhe
fazia, cujas respostas que Bandarra fez a Pacheco são as que se achão
na edição de Barcelona de 1809 desde paginas 60, até, 66, e como esta
obra estava imcompleta, e pella sua natureza merece muita reflexão a
todas as pessoas discretas e assas prudentes; a rogos destes pois hé que
me determinei a mandar impremir, as trovas que o dito Pacheco tinha
em seo poder, ficando desta sorte completa a edição desta obra toda, de
que hà noticia que Bandarra profetizou, assim como tãobem, completos
os ardentes dezejos de todos os Portuguezes Fieis, Cinceros, e
Honrados, como eu que me prézo de ser hum.--
Leal Portuguez.
Quarta parte das Trovas de Bandarra.
1.
Os tempos com crueldade
Começar-se hão a mover,
Se me não
engana a verdade
Ali perderão seo ser
No meio de certa idade.
2.
Virà gozando de paz
Aquelle pastor valente,
Hum lobo que guerra
faz
Moverà toda a gente
Com huma limgua sagaz.
3.
Logo nas mãos o pastor
Seu cajado tomarà,
Sem mostrar nenhum
temor
Contra os lobos que achará
Revestidos de rigor.
4.
Nelles farà tal destroço
Que serà couza de espanto,
Como bravo
Touro em cosso
Logo perde tudo quanto
Tinha como pastor moço.
5.
Jà vejo que se desterra
Este pastor sem ventura,
Da patria rebanho,
e terra
A huma larga Sepultura
De huma frondoza serra.
6.
O manço gàdo que em páz
Pella ribeira regia,
Jà desgovernàdo traz
Triste sò sem companhia,
Que hum mào concelho faz.
7.
E logo outro pastor
Do pouco gado que achár,
Serà absoluto Senhor,
E serà em quanto durar
A fortuna, e seo rigor.
8.
Serà pastor estrangeiro
O que reja o manço gado
Que taõ bravo foi
primeiro
Mas ai que falta o malhado
Que era o principal Carneiro.
9.
De pois que por tempo largo
Este pastor governar
A este rebanho
amargo,
Outra vez hà de tornar
A ter o que tinha o cargo.
10.
Haverà novos sinaes
Da parte deste pastor,
Thé os mesmos anímaes
Por seu natural Senhor
Darão suspiros, e ais.
11.
Tornarà a quebràda linha
No Cábo de serta idade,
A encher-se
como pinha,
E descubrirà a verdade
Do que encuberto tinha.
12.
Sem pena que damno faça
Tornarà pella ribeira
Pastar o gado na
praça,
Por ultima, e derradeira
Dos fados Supréma traça.
13.
Tornarei a recolher
Esta ovelha perdida
A patria que lhe deu ser,
E porei por ella a vida
Sem nunca desfalecer.
14.
Entaõ não me mudarei
Pois conheceis que sou vosso,
Minha ovelha
estimarei
Pois de outro modo naõ posso
Alma, e vida lhe darei.
15.
Haverà em triste Cidade
Grande fome peste, e guerra,
Que a
Escritura a não erra
Que em tudo falla verdade,
16.
De
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