Tratado das Ilhas Novas

Francisco de Souza
Tratado das Ilhas Novas, by
Francisco de Souza

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Title: Tratado das Ilhas Novas
Author: Francisco de Souza
Release Date: April 8, 2007 [EBook #21011]
Language: Portuguese
Character set encoding: ISO-8859-1
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DAS ILHAS NOVAS ***

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TRATADO DAS ILHAS NOVAS
POR

*FRANCISCO DE SOUZA*

*TRATADO DAS ILHAS NOVAS*
E DESCOBRIMENTO DELLAS E OUTRAS COUZAS,
FEITO POR
FRANCISCO DE SOUZA,
FEITOR D'ELREI NOSSO SENHOR NA CAPITANIA DA CIDADE
DO FUNCHAL DA ILHA DA MADEIRA E NATURAL DA DITA
ILHA
É assym sobre a gente de nação Portugueza, que está em huma grande
Ilha, que n'ella forão ter no tempo da perdição das Espanhas, que ha
trezentos[1] e tantos annos, em que reinava ElRei Dom Rodrigo.
* * * * *
DOS PORTUGUEZES QUE FORÃO DE
*Viana e das Ilhas dos Açores*
A POVOAR A TERRA NOVA DO BACALHÁO, VAY EM
SESSENTA[2] ANNOS, DO QUE SUCEDEO O QUE ADIANTE SE
TRATA
ANNO DO SENHOR DE 1570
* * * * *
Ponta Delgada--S. Miguel
AÇORES
1877

N.^o 11
Imprimiram-se unicamente *cem* exemplares, e todos levam n'esta
pagina o competente numero, os quaes serão distribuidos gratuitamente
pelas principaes Bibliothecas da Europa e America.
PONTA DELGADA
Typ. Minerva Insulana
39--rua do Valverde (1.^o andar)--39
1877

DUAS PALAVRAS DE PREFAÇÃO
As legendas, bem cedo formadas, sobre a existencia de importantes
ilhas no vasto mar fronteiro ás costas do seu paiz, foram o mais
poderoso incentivo que determinou os portuguezes, durante todo o
seculo decimo quinto e já desde o anterior, a fazerem explorações no
Atlantico septentrional.
Foram essas explorações a mais ampla e proficua escola de navegação
que tiveram.
Uma das suas mais proximas consequencias, foi o reconhecimento dos
Açores, que ficaram servindo de estação para ulteriores investigações
ao occidente do seu meridiano.
A lista dos emprehendedores n'esta direcção não é muito escassa.
Annos antes da primeira viagem de Colombo ás Antilhas, já em
Portugal havia conhecimento da existencia de parte das costas da
America do Norte.
Os Cortes Reaes, ultimos d'aquelles emprehendedores, tornaram apenas

mais positivo e extensivo esse conhecimento.
Os factos, porem, de serem essas navegações filhas de iniciativa
particular, de serem seus resultados reaes sempre inferiores á
espectativa e aos que offerecia a costa occidental d'Africa e promettia a
passagem por longo d'ella, para o Oriente, tornaram quasi ignorados e
deturpados por uma historia official os esforços dos portuguezes
n'aquella direcção.
Por outra parte, a grandeza epica da empreza de Colombo, o explorador
das regions da America Central por elle descobertas, as riquezas
immediatas d'ellas auferidas pelas conquistas de opulentos imperios, a
solidariedade reconhecida do novo continente fiseram quasi obliterar a
memoria das nossas explorações no sentido indicado, e referir ao
grande navegador genovez a gloria exclusiva da descoberta do Novo
Mundo.
Desviado o genio portuguez por uma direcção suprema e systematica
para as navegações e conquistas do Oriente, quando o cyclo da sua
actividade ali estava quasi fechada, elle volta de novo a sua attenção
para o campo em que por tanto tempo o detiveram as suas crenças
legendarias; embora já então perlustrado por outros povos e sem
fundamento para taes crenças.
Foi n'estas circunstancias que foi escripto o presente opusculo, cujo
pomposo titulo, dá idea d'um trabalho muito mais importante do que na
realidade é.
Uma noticia contem elle importantissima, qual é a do estabelecimento
de uma colonia portugueza na ilha do Cabo-Bretão, nos fins do
primeiro quartel do seculo decimo sexto.
Conhecido apenas pelo que d'elle diz a «Bibliotheca Lusitana», era
julgado perdido desde o terremoto de Lisboa.
Felizmente, porem, havia mais exemplares nas bibliothecas das
Provincias.

No deposito de livros provenientes das livrarias de alguns dos extinctos
conventos, e hoje encorporados na Bibliotheca da Universidade,
appareceram dois. Nos papeis politicos e historicos, ms., n.^o 620 da
actual numeração, e 175 do antigo deposito; e tambem na Miscellanea,
ms. n.^o 135 do antigo deposito.
Tendo conhecimento deste facto, o nosso fallecido amigo e illustre
açoriano, José de Torres, fez-nos d'elle communicação em maio de
1865.
Logo nos dirigimos ao nosso conterraneo, então estudante em Coimbra,
o sr. doutor Manuel Ignacio da Silveira Borges, pedindo-lhe uma copia
d'elle; em breve nol-a remetteu tirada pela sua propria mão.
Destinava-mos effectuar a sua publicação, como annotação, na
Memoria sobre Gaspar Corte Real, que pertendemos dár á luz; porem
tendo-se casualmente sabido da
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