Elegias

Teixeira de Pascoais
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The Project Gutenberg EBook of Elegias, by Teixeira de Pascoais
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Title: Elegias
Author: Teixeira de Pascoais
Release Date: October 20, 2007 [EBook #23105]
Language: Portuguese
Character set encoding: ISO-8859-1
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Produced by Vasco Salgado
TEIXEIRA DE PASCOAES
+ELEGIAS+
1912
ELEGIAS
OBRAS DO AUTOR
Sempre--1897?Terra Prohibida--1899?Sempre (2.^a edi??o)--1902?Jesus e Pan--1903?Para a Luz--1904?Vida Etherea--1906?As Sombras--1907?Senhora da Noite--1908?Mar��nos--1911?Regresso ao Paraiso--1912?O Espirito Lusitano ou o Saudosismo--1912?O Doido e a Morte--1913
TEIXEIRA DE PASCOAES
+ELEGIAS+
1912
PREFACIO
N?o tencionava publicar este livro. A d?r que ele contem, muito embora arrefecida ao tomar express?o verbal, �� sagrada para mim.
Estes versos, nascidos da morte d'uma crean?a bem amada, f?ram escriptos para seus Paes e Av��s, para as pessoas que a rodearam de carinhos durante a sua doen?a e para os meus intimos amigos de alma.
O soffrimento verdadeiro n?o ama a luz do mundo. Quem chora, esconde o r?sto. A d?r oculta-se por conhecer a desharmonia de que �� feita.
Mas quando soube da subscrip??o nacional aberta a favor do divino Poeta da "Historia de Jesus" _para as creancinhas lerem_, resolvi p?r �� venda este livro, com o fim de inscrever o seu producto, ainda que modesto, na subscrip??o referida.
Fui _eu_ que resolvi?... Gomes Leal ver�� no producto das "Elegias" n?o a minha pessoa, mas o proprio espirito d'essa Crean?a...
�� ela a agradecer-lhe a dedicatoria do Poema, sublime de emo??o religiosa, onde murmura, eternamente viva, a alma de Jesus.
Mar?o de 1913.
[Nota do Transcritor: Aqui surge a assinatura do autor.]
DEDICATORIA
_Este pequeno livro �� para ti,?Minha irm?. Has de l��-lo com amor,?Pois nele encontrar��s o que soffri?E uma sombra talvez da tua d?r.?E nele, embora em nevoa, encontrar��s?A Imagem de teu Filho...
�� minha irm?,?Sei que ��s a campa viva onde ele jaz;?Sei que este livro �� cinza, poeira v??Que eu espalho em redor da tua cruz...?Mas ante a negra d?r que me tortura,?Quiz vingar-me da Morte, e ergui �� luz,?Cantando, este meu calix de amargura._
M?E DOLOROSA
Vi-o doente, ouvi os seus gemidos;?Sinto a memoria negra, ao record��-lo!?A M?e baixava os olhos doloridos?Sobre o Filho. E era a D?r a contempl��-lo!
Depois, nesses instantes esquecidos,?Ou lhe falava ou punha-se a beij��-lo...?Mas, retomando, subito, os sentidos,?Estremecia toda em grande abalo!
Fugia de ao p�� dele suffocada,?A sua escura tran?a desgrenhada,?Os seus olhos abertos de terror!
E ent?o, num desesp��ro, a M?e chorava,?E, por entre gemidos, s�� gritava:?Am?r! am?r! am?r! am?r! am?r!
JUNTO DELE
Que terrivel tragedia ver a gente,?No seu exiguo e doloroso leito,?Uma crean?a morta, um Inocente,?Um pequenino Am?r inda perfeito!
Oh que mimosa palid��s tremente?A do g��lido r?sto contrafeito!?A as m?osinhas de c��ra, docemente,?�� d?r, �� d?r, cruzadas sobre o peito!
�� Deus cruel que matas as Crean?as!?Auroras para o nosso cora??o,?Alegrias, alivios, esperan?as!
N?o sei quem ��s; eu n?o te entendo, Deus!?E penso, com terror, na escurid?o?Desse teu Reino tragico dos C��us...
NAS TREVAS
Como estou s�� no mundo! Como tudo?�� lagrima e silencio!
�� trist��sa das Cousas, quando �� noite?Na terra e em nosso espirito!... Trist��sa?Que se anuncia em vultos de arvoredos,?Em rochas diluidas na penumbra?E solu?os de vento perpassando?Na tenebrosa lividez do c��u...
�� trist��sa das Cousas! Noite morta!?Pavor! Desola??o! Escura noite!?Phantastica Paisagem,?Desde o soturno espa?o �� fria terra?Toda vestida em sombra de amargura!
��rma noite fechada! Nem um leve?Riso vago de estrela se adivinha...?S��mente as grossas lagrimas da chuva?Escorrem pela face do Silencio...
Piedade, noite negra! N?o me beijes?Com esses labios mortos de Phantasma!
�� Sol, vem alumiar a minha d?r?Que, perdida na sombra, se dilata?E mais profundamente se enraiza?Nesta carne a sangrar que �� a minha alma!
Ilumina-te, �� Noite! �� Vento, c��la-te!?Negras nuvens do sul, limpae os olhos,?Desanuviae a bronzea face morta!
Oh, mas que noite amarga, toda cheia?Do teu Phantasma angelico e divino;?Espirito que, um dia, em minha irm?,?Tomou corpo infantil, figura de Anjo...?E para que, meu Deus? Para partir,?Com seis annos apenas, no primeiro?Riso da vida, em lagrimas, levando?Toda a luz de esperan?a que floria?Este ��rmo, este remoto em que divago...
Como estou s�� no mundo! Como �� triste?A solid?o que faz a tua Ausencia,?E o terrivel e tragico silencio?Da tua alegre Voz emudecida!
�� noite, �� noite triste! �� minha alma!?Tu, que o viste e beijaste tantas vezes,?Tu, que sentiste bem o que ele tinha?De angelica Crean?a sobrehumana,?N?o v��s as proprias cousas como soffrem,?E como as grandes arvores agitam?As ramagens de lagrimas e sombras?
Rep��ra bem na lugubre trist��sa?Da nossa velha casa abandonada?Da divina Presen?a da Crean?a!
Ah, como as portas gemem e o beiraes?T��m solu?os de vento...
L�� f��ra, no terreiro onde brincavas,?A noite escura chora...
�� minha alma,?Embebe-te na d?r das Cousas ��rmas;?Chora tambem, consome-te, solu?a,?Junto �� M?e dolorosa, de joelhos...
OLHAR ETERNO
Aquele olhar t?o triste,?Onde ia, feito em lagrima, o que eu sou,?Isto ��, tudo o que existe,?No instante em que pousou,?Relampago do Al��m,?Sobre ti,
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