os seus cofres?
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Tu n?o Quiseste ficar inviolavel; mas os Teus subditos s?o Portuguezes, leaes, e cavalheiros; e Tu para elles ainda és sagrada!
!...................................!.....................................!
Mata-os, mas n?o os aviltes.
*VIII*
Saiam já de nossa terra os Estrangeiros armados! E onde quer que elles tenham arvorado o seu estandarte, erga-se para memoria dessa affronta uma alta cruz, e diga-se:
Aqui jaz Portugal, que a seus filhos, n?o tendo já nome que deixar, legou --Vingan?a-- porêm vingan?a nobre: a de haverem de amarem-se para engrandecer-se, para se regenerar.
IX
Rainha!
Manda o Teu sceptro de ferro para os Teus arsenaes.
Ve-lo-Has transformado em espadas, ancoras, pelouros, e arados.
E os pulsos dos Teus Portuguezes, ainda magoados das algemas que lhes Lan?aste, Verás como ganham vigor para defender-Te, e para humildes servir-Te.
Humildes por amor!
Para leval-os ao combate, e depois do combate a seu trabalho, Toma Tu uma leve canna, como Teus Avós fizeram, e Vae, risonha, nobre e compassiva, ante elles, que s?o Teus filhos.
Leval-os-Has onde Quizeres; porque, apesar do que Has feito, elles Te amam.
Leaes cavalheiros, só querem que n?o te esque?as de que és sua M?i, e de que nem mesmo entre as féras ha M?i para consentir que seus filhos sejam offendidos por estrangeiros.
Tu Crês que n?o és sua M?i, elles se consideram Teus filhos, e h?o de amar-Te, em quanto Fores, ao menos madrasta sua e n?o Estrangeira, Tu, que és filha de D. Pedro.
Se Queres ser cruel embora o Sejas.
Teus subditos s?o cavalheiros leaes, que nunca tingiram suas m?os no sangue dos seus Reis, no cadafalso, como fizeram já aquelles a que recorres, aquelles cuja bandeira se arvora a Teu reclamo, em terras de Portugal!
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Rainha pelos Portuguezes!
Teus subditos soffrer?o tudo, tudo por Ti; menos a infamia de uma bofetada por m?o de Regicidas.
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Rainha pelo amor e pelas armas de Portugal!
Preferes ser tyranna?
Matta os Portuguezes Tu mesma: n?o os Aviltes.
X
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E disse por derradeiro o procurador d'El-Rei Louren?o Viegas: "Quereis que o Senhor Rei vá ás C?rtes d'El-Rei de Le?o, ou lhe pague tributo, ou a alguma outra pessoa, afóra o Senhor Papa; que o appellidou Rei?"--A esta voz surgiram todos, e com as espadas nuas e al?adas, gritaram: "Livres somos, nosso Rei é livre, só ás nossas m?os devemos a nossa Liberdade: e qualquer Senhor Rei, que em tal consentir, morra por ello: e se ainda n?o f?r Rei, nunca em nenhum tempo possa vir a reinar sobre nós."--Aqui El-Rei coroado, se ergueo outra vez, e floreando na direita a espada nua, dísse para todos; "Quanto hei lidado por vossas liberdades, assás o sabeis vós. Por testemunhas vos tomo, e por testemunhas a este meu bra?o e espada; se alguem em tal consentir, morra por ello; e a ser filho ou neto meu, n?o reine."
--Todos disseram: boa palavra, morrer?o: "Rei, que em alheio dominio consentir, n?o será de nós soffrido uma só hora no throno."
--Ao que El-Rei poz remate, com dizer "Assim se fa?a."
(A. F. Castilho)
Rio de Janeiro
Typ. de M. A. da Silva Lima
Rua de S. José N.o 8.--1847
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