Chronica de el-rei D. Affonso Henriques
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Title: Chronica de el-rei D. Affonso Henriques
Author: Duarte Galv?o
Release Date: March 20, 2006 [EBook #18026]
Language: Portuguese
Character set encoding: ISO-8859-1
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Bibliotheca de Classicos Portuguezes
Proprietario e fundador--Mello d'Azevedo
(VOLUME LI)
Chronica de El-Rei D. Affonso Henriques
POR
DUARTE GALV?O
ESCRIPTORIO
147--Rua dos Retrozeiros--147
LISBOA
1906
Bibliotheca de Classicos Portuguezes
Proprietario e fundador
Mello d'Azevedo
Bibliotheca de Classicos Portuguezes
Proprietario e fundador--Mello d'Azevedo
(VOLUME LI)
Chronica de El-Rei D. Affonso Henriques
POR
DUARTE GALV?O
ESCRIPTORIO
147--Rua dos Retrozeiros--147
LISBOA
1906
PROLOGO
A Chronica de Duarte Galv?o �� a lenda de Affonso Henriques, do fundador de Portugal. O autor encontrou noticias, narrativas, tradi??es; agrupou-as, apurou-lhes a linguagem, e formou assim a Chronica que apresentou a D. Manoel. Mais tarde mudaram costumes, augmentaram conven??es sociaes, cresceu a polidez cortezan, e a critica abafou o livro perigoso, inconveniente. Chegaram a chamar-lhe conjuncto de fabulas. As brigas com a m?i, a violencia feroz com o legado de Roma offendiam os bons costumes, as delicadas maneiras.
Na Chronica ha lenda e tradi??o a par de narrativas baseadas em factos. As luctas com D. Affonso de Castella, as campanhas systematicas e porfiadas com os sarracenos, todo esse esfor?o enorme para augmentar o reino e garantir-lhe a independencia s?o factos averiguados.
A bella tradi??o a respeito de Egas Moniz, a do cavalleiro Henrique e da palmeira que nasceu na sua cova, a lenda do corpo de S. Vicente, guardado pelo corvo, s?o lendas ou tradi??es antigas acreditadas j�� na funda edade media, justificadas pela escultura, pela epigraphia, ou por antiquissimos escriptos. A descrip??o do casamento de D. Mafalda, filha de D. Affonso Henriques, parece ter uma base verdadeira, algum escripto mui antigo que o chronista soube approveitar.
�� interessante attender �� maneira como os historiadores trataram do fundador do reino; Duarte Galv?o no come?o do seculo XVI; Antonio Brand?o no seculo XVII; Alexandre Herculano no meio do XIX. Os elementos de trabalho v?o crescendo, e o entendimento humano apura-se; v��-se mais e melhor; a critica, a analyse profundam com maior liberdade. N?o devemos esquecer que Duarte Galv?o foi uma summidade no seu tempo. Antonio Brand?o foi uma intelligencia superior. Herculano o intellectual maximo, energico trabalhador com intenso fermento artistico. A maneira como estes tres espiritos tratam o fundador, e o conjuncto de recursos que elles possuiam, constitue um motivo de estudo merecedor de atten??o.
Sobre Duarte Galv?o �� bem que se leia a noticia que vem publicada no dicionario da lingua portugueza, da Academia Real das Sciencias de Lisboa (Tomo 1.^o e unico. Lisboa, 1793. Catalogo de autores, pag. CXXVII).
==Galv?o (Duarte) nasceu pelos annos de 1446, e faleceo em 1517 ?carregado (como diz Jo?o Pinto Ribeiro) (a)? de annos, de prudencia, ?e de autoridade.? no mar da Arabia, na ilha de Camar?o, indo de mandado del-Rei D. Manoel por Embaixador a David, Emperador e Rei dos Abexins.
El-Rei D. Jo?o II. o enviou com grandes poderes por Embaixador a Maximiliano I. Emperador de Alemanha, seu primo coirm?o, Rei naquelle tempo dos Romanos, e prezo em Burgos pelos Governadores da dita Cidade. E se bem o achasse j�� solto, quando chegou a Flandres, lhe fez todavia abalizados servi?os, muito a contentamento do mesmo Rei. Segunda vez voltou por Embaixador a Alemanha, e conforme expressamente declara Dami?o de Goes, servio os dous Reis, D. Jo?o II. e D. Manoel ?em muitas Embaixadas nas cortes dos Papas, e do Emperador Fedrique e Maximiliano, seu filho, e dos Reis de Fran?a e Inglaterra, e em outros muitos negocios, de que sempre deo boa conta.? O referido Goes j�� em outro lugar, a que se remette, havia tratado, como diz, ?o demais das calidades e partes dignas de louvor, que nelle se dava.? Tendo sido os Priores Crasteiros de Santa Cruz de Coimbra, Chronistas do Reino desde o anno de 1145 por provis?o del-Rei D. Affonso Henriques ?at�� o tempo del-Rei D. Affonso V. o Prior m��r de santa Cruz D. Jo?o Galv?o, (assim o escreve o Chronista dos Conegos Regrantes de S. Agostinho) deo o officio de Chronista do Reino a seu irm?o, Duarte Galv?o, pelos annos de 1460, ainda que sobre isto houve grandes resistencias por parte dos Priores Crasteiros de Santa Cruz, e durou a demanda por muito tempo.? Por ordem del-Rei D. Manoel come?ou, mas n?o proseguio, as Chronicas dos Reis, seus predecessores, para cujo trabalho, e para cousas outras de _m��r importancia foi homem por sua doutrina ass��s desperto e
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