Cantos Sagrados | Page 6

Manuel de Arriaga
teus pesares,?Levantas o teu canto �� abbobada infinita,?Juntando a v��z piedosa aos c��llicos cantares!
E v��s, filhas do ermo, alegres, crystalinas?Fontes que derivaes das fendas dos rochedos,?��s fl?res murmurando, em musicas divinas,?De amor e de ventura uns intimos segredos:
Mudae as harmonias
Da vossa eterna v��z
Em ternas homilias
Ao pae de todos n��s!
Arvores que fluctuaes nos cimos das montanhas,?Altivas demandando o azul do firmamento;?Que encheis as solid?es de musicas estranhas,?Se passa sobre v��s o espirito do vento!
Lyrios, que abrindo o seio ao osculo amoroso?Da luz que envia o sol da abbobada azulada,?Mandaes-lhe o vosso olor no ether luminoso,?Como o habito subtil d'uma alma enamorada:
A musica e o perfume
Que desprendeis, votae
A quem em si resume
O mundo inteiro e �� Pae!
Oh rabidos le?es! l�� quando em vossas festas,?Altivos como os reis, indomitos senhores,?Debaixo do docel das m?rmuras florestas,?Rugis como um trov?o os fervidos amores!
E v��s, cor?as gentis e timidos cordeiros,?Que em vossos cora??es e almas bem formadas,?Ao sangue preferis a lympha dos ribeiros,?E �� carne em podrid?o as hervas perfumadas:
Louvae a quem fizera,
Co'o mesmo engenho e amor,
As fauces d'uma fera,
E o calice d'uma fl?r!
Arvores, fl?res, mar, e estrellas, e animaes,?E todos v��s que entraes no giro da exist��ncia;?Que haveis nas regi?es das cousas immortaes,?Por synthese suprema, a _luz da consciencia_:
Unindo-vos a mim, como eu �� Humanidade,?Louvemos todos n��s n'uma ora??o sentida,?Em c?ro festival que attinja a immensidade,?O eterno Sol dos Soes, o sabio Author da Vida!
Cantemos, creaturas!
Pela amplid?o dos ceus,
Hossana nas alturas
Ao espirito de Deus!
Carvalhaes, 1886.
X
AOS CATHOLICOS
Todos v��s que sois sinceros crentes,?Que oraes a Deus no intimo do peito,
Oh mysticos christ?os;?Embora tenha cren?as differentes?D'aquellas que seguis, eu vos respeito,
E julgo como irm?os!
Eu amo a Deus; depois a Humanidade;?Depois os bons, e d'estes o primeiro,
�� Christo, o Redemptor!?N?o sendo egual em tudo �� Divindade,?��, como justo e homem verdadeiro,
Meu mestre e meu mentor!
Embora por fanatico me tomem?Impios e atheus, se os ha, eu lhes confesso,
Que o Martyr da Paix?o?Parece-me t?o grande como homem,?Que at�� sinto vertigens quando messo
Seu terno cora??o!...
Oh meu Jesus! nas luctas pela vida,?Por onde tanto naufrago fallece
No meio da viagem:?Minha alma soffredora e dolorida,?Cahiria tambem se n?o tivesse
A tua doce imagem!...
Eu que creio que o facho da sciencia?Nos ha de revellar, ao fim de tudo,
Que em n��s se concilia?Ras?o e F��, Justi?a
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