Bases da ortografia portuguesa
The Project Gutenberg EBook of Bases da ortografia portuguesa
by Gon?alves Viana and Guilherme Abreu This eBook is for the use of anyone anywhere at no cost and with almost no restrictions whatsoever. You may copy it, give it away or re-use it under the terms of the Project Gutenberg License included with this eBook or online at www.gutenberg.net
Title: Bases da ortografia portuguesa
Author: Gon?alves Viana and Guilherme Abreu
Release Date: February 14, 2005 [EBook #15047]
Language: Portuguese
Character set encoding: ISO-8859-1
*** START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK BASES DA ORTOGRAFIA PORTUGUESA ***
Produced by Rita Farinha and the Online Distributed Proofreading Team. The images for this file were generously made available by Biblioteca Nacional Digital (hhtp://bnd.bn.pt).
BASES
DA
ORTOGRAFIA PORTUGUESA
POR
A. R. GON?ALVES VIANNA Romanista
G. DE VASCONCELLOS ABREU Orientalista
LISBOA IMPRENSA NACIONAL 1885
Impresso para circular gratuitamente
OFERTA DOS AUTORES
Ex.^mo Sr.
Para respondermos ��s perguntas que nos teem sido feitas ac��rca da ortografia adoptada pelos editores t��cnicos da ?+Enciclop��dia de ci��ncia, arte e literatura--Biblioteca de Portugal e Brasil[1]+? temos a honra de dirijir a V. Ex.a esta circular, e rogamos-lhe que fa?a t?o conhecidos, quanto em seu poder esteja, os fundamentos em que essa ortografia assenta.
Os princ��pios que servem de base �� reforma ortogr��fica iniciada por n��s ambos e usada ha dois anos pelo segundo signat��rio desta circular, em escritos particulares e oficiais, e em artigos publicados em alguns pap��is peri��dicos, s?o resultado de estudo consciencioso e larga discuss?o dos iniciadores. S?o princ��pios deduzidos ou antes express?o dos factos glotol��jicos examinados com rigor; s?o todos demonstr��veis, e de simplicidade tal que os poder�� compreender a s? intelij��ncia, a��nda que para ela sejam estranhos os estudos de glotolojia.
Vamos exp?-los �� aprecia??o p��blica desde j��, e assim come?ar�� a preparar-se a cr��tica de todos os indiv��duos, que, por se prezarem de Portugueses, n?o queiram que estranjeiros censurem n?o haver, para a nossa formos��ssima lingua, ortografia cient��fica e uniforme a que deva chamar-se +Ortografia Portuguesa+.
No futuro Congresso que temos a peito convocar breve, essa cr��tica ser�� o ��nico ju��z a que todos n��s os Portugueses havemos de nos sujeitar para adop??o de ortografia portuguesa e rejei??o absoluta de toda ortografia individual, seja quem for seu autor.
[1] Est?o publicados: o 1.o vol. da Colec??o cient��fica ?A Literatura e a Reliji?o dos ��rias na ��ndia?, por G. de Vasconcellos Abreu; e o 1.o vol. da Colec??o liter��ria ?M��goas de Werther?, romance traduzido do orijinal alem?o, de J.W. von Goethe, por A. R. Gon?alves Vianna.
O custo de cada volume �� de 300 r��is, brochura, 400 r��is, cartonado.
Estes volumes por serem os prime��ros, e particularmente ?Werther?, sa��ram com erros tipogr��ficos que n?o devem ser levados �� conta do sistema de ortografia.
S?o editores t��cnicos A. R. Gon?alves Vianna, G. de Vasconcellos Abreu (a quem devem ser dirijidos os manuscritos e toda a correspond��ncia), S. Consiglieri Pedroso, em Lisboa.
S?o editores-impressores Guillard, Ailland & C.a, em Paris.
Todos n��s, os que lemos, e mais a��nda os que escrevemos para o p��blico, sabemos qu?o diverjentes s?o as ortografias das v��rias Redac??es e estabelecimentos tipogr��ficos. Teem escritores +suas ortografias+ pr��prias, como +as+ teem as imprensas particulares e as do Estado. E nas do Estado s?o diferentes +as ortografias+ da Imprensa Nacional e +as+ da Imprensa da Universidade--estes plurais s?o a express?o real de um facto, sem censura pessoal.
Com a exposi??o que vamos fazer dos princ��pios mais jerais em que assenta a reforma ortogr��fica, por n��s iniciada, temos em vista mostrar, a todo o pa��s capaz de pensar e ler, que o nosso intuito �� realizar uma das verdadeiras condi??es da vida nacional--exist��ncia de ortografia +uniforme e cientificamente sistem��tica+ a que deva chamar-se +Ortografia Portuguesa+.
Sigamos dois bons exemplos a que largos anos deram ha muito j�� a san??o: o exemplo da Hispanha e o mais antigo da It��lia. V. Ex.a a quem dirijimos esta nossa exposi??o, honrar-nos ha dando-lhe a maior publicidade que puder; e por certo se julgar�� honrado se entender que com essa publica??o presta bom servi?o �� p��tria a quem devemos ��ste respeito.
De V. Ex.a
+atentos veneradores+
Lisboa, outubro de 1885.
A. R. Gon?alves Vianna. G. de Vasoncellos Abreu.
BASES
DA
ORTOGRAFIA PORTUGUESA
I
PRINC��PIOS JERAIS DE TODA ORTOGRAFIA
1.o Uma l��ngua �� um facto social; n?o depende do capricho de ningu��m alter��-la fundamentalmente.
2.o Como facto social �� produto complexo, vari��vel por evolu??o pr��pria da sociedade cujas rela??es serve.
3.o A ortografia �� o sistema de escrita pelo qual �� representada a l��ngua dum povo ou duma na??o num certo estado de evolu??o glotol��jica.
4.o Esta representa??o deve ser exacta para todo o povo, para toda a na??o e portanto deve respeitar a filia??o hist��rica.
5.o �� evidente, pois, que a ortografia n?o pode ser especial dum modo de falar, quer ��ste seja dum s�� indiv��duo, quer duma prov��ncia ou dialecto da l��ngua.
6.o Em virtude disto a ortografia n?o pode representar a pronuncia??o, que por certo n?o ser�� una; ha de representar a enuncia??o, a qual �� sempre comum ao povo, �� na??o
Continue reading on your phone by scaning this QR Code
Tip: The current page has been bookmarked automatically. If you wish to continue reading later, just open the
Dertz Homepage, and click on the 'continue reading' link at the bottom of the page.