seguintes princípios:
1.o Dividem-se as sílabas, considerando os vocábulos como portugueses para êste efeito, sem que se atenda à deriva??o de língua estranha, nem à deriva??o dentro da própria língua: _ma-nus-cri-to, cons-pí-cu-o, obs-tá-cu-lo, ins-cre-ver, no-ro-es-te, nor-des-te, pla-nal-to, a-lhei-o, mai-or, mai-o-res_.
2.o Conserva-se à sílaba a consoante que determina a modula??o da sua vogal (paj. 11, _c)_): _ac-??o, fac-tor, cor-rec-to, bap-tis-mal_.
3.o Na passajem de uma para outra linha empregamos em ambas as linhas o _tra?o de uni?o_, tanto o próprio de vocábulos compostos cujos símplices se distingam na escrita entrepondo-se-lhes o _hífen_, como o próprio da liga??o das vozes enclíticas às suas subordinantes: _porta--bandeira, guarda--fato, clara--boia; luso--brasileiro; deu--m'o, louva--lhe, démo'--lo, louva--o, louvá--lo, arrepender--se, domá--lo--ia_.
V--DOS HOMóNIMOS E PARóNIMOS
1.o Os homónimos confundem-se umas vezes na escrita do português como na sua pronúncia; exemplos: cedo (verbo e advérbio); conto (verbo e nome): _s?o_ (verbo e adjectivo). Outras vezes distinguem-se com exactid?o na escrita, embora n?o se distingam em todas as pronúncias; exemplos: _vez, vês; cem, sem; coser, cozer; sess?o, cess?o; -passo, pa?o_,--parónimos no dialecto em que se fa?a diferen?a na articula??o de s para a de _?_ e para a de z. Podem aínda os homónimos distinguir-se na escrita e n?o se distinguirem em pronúncia nenhuma: _houve, ouve; dê-se, dêsse_.
_Escólio._--Distinguem-se na escrita, mas sem exactid?o rigorosa: _hora, ora; heis, eis_; e por êrro de analojia falsa, pelo cuja orijem é _per-lo_, que deu pel lo e _pe'-lo_ homónimo, quando se pronuncie enfáticamente, de pello, que etimolójicamente só tem um l e devemos escrever (como de facto se escreve nesta ortografia proposta) _pêlo_ (cf. _pélo, pelo_).
2.o Os parónimos s?o perfeitamente distintos na presente ortografia: _pelo, pêlo, pélo; para, pára; crê, cré; cesto, sexto_ (homónimos em Lisboa); _f?sse, fósse; f?r?a, fór?a; sess?o, cess?o, sec??o; coando, quando; quanto, canto; credor, crèdor; incómodo, incomodo; colhêr, colhér; contrato, contracto; alias, aliás; alem_ (verbo), _além; papeis_ (verbo), _papéis; reis_ (pl. de _rei_), _réis_ (pl. de _real_); bateis (verbo), _batéis; caia, caía_; etc.
VI--DOS SUFIXOS
Conservamos toda a exactid?o na ortografia dêstes elementos morfolójicos cuja fun??o anda t?o ignorada. Pululam os galicismos, os estranjeirismos, até na ortografia da nossa linguajem e na sua morfolojia, que n?o só em se introduzirem vocábulos novos desnecessários, e em se esquecer a sintaxe dela.
é êrro escrever-se _civilisa??o_ por _civiliza??o, organisar_ por _organizar; chapeleria_ por _chapelaria; cortez_ por _cortês_; etc.
VII--DA COMPOSI??O, DA PERíFRASE, E DAS ENCLíTICAS
Dissemos o bastante acêrca do primeiro e terceiro dêstes pontos. Em quanto à perífrase, diremos que as linguajens perifrásticas dos verbos s?o diferenciadas em linguajens de perífrase consciente e perífrase inconsciente.
é linguajem perifrástica consciente a formada com o presente do verbo haver. Escrevemo-la, pois, sem hífen de liga??o: _descrevê-lo hei, louvá-la has, dar-lh'o ha, amar-nos hemos, unir-vos heis, receber-se h?o_.
é linguajem perifrástica inconsciente, com tmese evidente, a formada com um resto do pretérito imperfeito do verbo _haver: -ia_ = (hav)_ia, -ias_ = (hav)_ias, -ia_ = (hav)_ia, -íamos_ = (hav)_íamos, -íeis_ = (hav)_íeis, -iam_ = (hav)iam. Escrevemos estas linguajens sem o h, perdido com os outros elementos de _hav-_, em todas as pessoas do pretérito imperfeito do verbo haver, que entra na perífrase. Exemplos: _descrevê-lo-ia, deixar-me-ias, aborrecê-la-ia, evitá-lo-íamos, comportar-vos-ieis, obedecer-lhe-iam_.
III
O NOSSO INTUITO
Se quiséssemos entrar em minudéncias de linguajem e defender em todos os pontos a ortografia que iniciámos, teríamos de escrever um livro de grosso volume. Se o nosso intuito f?sse ensinar, publicaríamos um tratado. Mas é diferente o fim dêste escrito, que oferecemos gratuitamente aos nossos conterráneos, como testemunho de respeito pelas cousas da nossa pátria: _Damos raz?o da reforma iniciada e sujeitamos ao s?o critério as bases em que esta assenta_. Por êste motivo deixámos de tratar pontos de que o Congresso terá de se ocupar.
Andam infelizmente esquecidas por alguns escritores regras de gramática, que, a serem lembradas, os n?o deixariam cometer erros imperdoáveis. Temos visto ortografar (e até pronunciar!!), _passeiando, passeiata, ideiou, receiará, feichara_, etc., em vez de _passeando, passeata, ideou, receará, fechara_, etc. é certo que a maioria dos leitores sabe que, por motivo de a acentua??o tónica se fazer nas tres pessoas do singular e terceira do plural de todos os presentes dos verbos, como _idear, recear, passear_, etc., únicamente nessas fórmas pessoais aparece o ditongo ei no radical: _passeio, passeias, passeia, passeamos, passeais, passeiam_;--passeava, passeavas_, etc.;--_passeei, passeaste_, etc.;--_passearei, passearás_, etc.;--passearia, etc.;--_passeia tu, passeie ele, passeemos nós, passeai vós, passeiem eles;--que eu passeie, que tu passeies, que ele passeie, que nós passeemos, que vós passeeis, que eles passeiem;--passear, passeando, passeado_. O radical português é _passe-_.
é claro que tratar de assuntos como êste n?o é objecto de uma símplez circular. E se o leitor houver notado que usámos nela de modos de ortografar para que n?o encontra explica??o nos princípos que ficam estabelecidos, atribua o facto a n?o caber a explica??o suficiente nos princípios jerais. Cremos que as bases, como ficam postas, constituem método sem contradi??es:--se o Congresso f?r até suprimir (como
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