primeiro romance que se lê do sr. Branco parece muito interessante, o segundo accorda remeniscencias, e o terceiro adivinha-se; o quarto sabe-se de cór, volta-se a pagina sabendo-se o que vae passar-se. é uma galeria de personagens que raramente se renova, como a dos museus de figuras de cera. Os seus principaes romances s?o: Onde está a felicidade, Doze casamentos felizes, O que fazem mulheres, Historia d'um homem rico; s?o feitos com este arcabou?o em que as vigas, as asnas e os alicerces s?o invariavelmente os mesmos.?
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?--Bulh?o Pato. é um peninsular, um sybarita, um camale?o. Como muitos rapazes que se dizem artistas pintores ou esculptores, para terem o direito de usar umas enormes cabelleiras e de adoptarem umas maneiras e um modo de fallar desbragado, este, fez-se poeta, o que na alta sociedade de Lisboa é um titulo de apresenta??o.
O sr. Bulh?o Pato é incontestavelmente um homem d'uma conversa??o encantadora. Passando por espirituoso e mordente, imaginou que para ser um genio lhe bastava o querer sel-o, esquecendo que n?o é poeta quem quer. Assim, creou-se por si só, e por si só, ainda, se julga um grande poeta. O seu poema, a Paquita, é uma imita??o dupla do estylo aggressivo de Byron e da finura de Musset, um urso fazendo rendas de Alen?on. Escreveu muitos volumes de versos, satiras, novellas, etc., onde se n?o encontra o reflexo do espirito notavel que tem a fallar. O que escreve n?o traduz o que diz (Sa plume ne traduit pas sa langue). Para acabar este retrato é necessario acrescentar que é impertinente, irritavel, invejoso, que pouco sabe da vida, julga-a mal, e por isso mesmo declara-se descontente com cada um e com todos, passando a vida a lamentar-se sem rima nem ras?o.?
N'uma nota continúa no mesmo tom amavel chamando-lhe o poeta da melena (poète aux longs cheveux).
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?--Ernest Biestero, o grande magro litterario de quem Castilho dizia:--é um fructo de inverno, por mais que o expremam n?o deita nada! O que elle traduziu, apanhou, pilhou, é incalculavel: seriam necessarios volumes só para fazer a sua rapida enumera??o.
Os seus dramas originaes, Caridade na sombra, Moscovellos, Natureza de alma (?) s?o uma galeria de manequins sem vida e até sem cordeis. Deve accrescentar-se--segundo a chronica--que os seus dramas s?o retocados por seu cunhado Mendes Leal. O que os n?o embelleza!
Biester teve a gloria de ser um dos fundadores da Revista Contemporanea de Portugal e Brazil, que durou cinco annos, onde se acham associadas todas as individualidades do elogio mutuo.?
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?--Mendes Leal (José da Silva) nasceu em Lisboa em 1820. Sem talento e até sem disposi??es dramaticas escreveu muitos dramas e romances historicos. é o litterato portuguez que fez mais plagiatos, e isto com a maxima audacia e sem-cerimonia. O seu theatro pertence á escola do ultra-romantismo, e os Dois renegados, que passam por ser a fina fl?r da sua cor?a litteraria, s?o um drama insipido, cheio de punhaes, venenos e ciladas. O seu romance Calabar é completamente tirado do Bateur d'Estrade, de Paul Duplessis; as suas poesias formam um volume no qual só uma poesia é digna de men??o, a Morte de Carlos Alberto. Este fructo secco da litteratura foi bibliothecario de Lisboa, ministro, e finalmente ministro plenipotenciario em Paris. O que prova que as mediocridades s?o muita vez empregadas.?
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Agora querem saber como apparecem os nomes portuguezes no livro da princeza? Ahi vae uma amostra.
Odio velho n?o can?a, o notavel romance de Rebello da Silva, é:--Odio, velho, vra? cauca.
O prato de arroz d?ce, de Teixeira de Vasconcellos, chama-se:--O Porto de oroz dou.
As tempestades sonoras, de Theophilo Braga, s?o:--As tempos tades sanoras.
Mo?os e velhos, que a princeza erradamente attribue a Ernesto Biester, apparece assim no livro:--Mocosvellos.
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Aos theatros de Lisboa faz sua alteza a honra de lhes consagrar um capitulo do seu livro.
E como a princeza é mulher coherente em todos os actos da sua vida, n?o quiz deixar de ser mexiriqueira tratando de assumpto que tanto a mexericos se presta.
Assim diz, por exemplo, fallando do theatro do Gymnasio:--?Este theatro n?o tem praso determinado para as suas representa??es pela excellente ras?o de que as receitas s?o mais de que mediocres. Os artistas e directores do Gymnasio acham-se constantemente, uns para com os outros, na situa??o de um credor importuno para com Mr. de Tayllerand.
--O senhor n?o me dirá quando me paga o que me deve? dizia o credor.
--Ora sempre é muito curioso, respondeu o principe.?
Realmente é difficil perceber a que vem isto. Pela nossa parte entendemos que s?o profundamente ridiculos todos estes promenores da vida intima dos theatros... Julgamos além d'isso haver falsidade no mexerico da princeza. Mas ainda que seja verdade o que ella diz, n?o será de mau gosto trazer quest?esinhas de soalheiro para um livro de
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