Floresta-Ardida?�� meia-porta da tua Miseria!?�� Fado da M��-Sina?com illustra??es a giz?e lettra da Maldi??o!?�� f��ra vadia das viellas a?aimada na Lei!?O chale e len?o a resguardar a tysica!?�� franzinas do fanico?co'a syphilis ao collo por essas esquinas!?�� nu d'aluguer?na meia-luz dos cortinados corridos!?�� oratorio da meretriz a mendigar gorgetas?pr'�� sua Senhora da Boa-Sorte!?�� gentes tatuadas do cal?o!?�� carro vendado da Penitenciaria!
E tu tambem, �� Humilde, �� S��mples!?enjaulados na vossa Ignorancia!?�� p�� descal?o a callejar o cerebro!?�� musculos da saude de ter fechada a casa de pensar!?�� alguidar de ass?rda fria?na ceia-fadiga da d?r-candeia!?�� esteiras duras pr'a dormir e fazer filhos!?�� carretas da Voz do Operario?com gente de preto a p�� e philarmonica atraz!?�� campas razas engrinaldadas,?com chap?es de ferro e bal?es de vidro!?�� bota r?ta de mendingo abandonada no p�� do caminho!?�� metamorphose-selvagem das feras da cidade!?�� gera??o de bons ladr?es crucificados na Estupidez!
�� sanfona-saloia do fandango dos campinos!?�� pampilho das Lezirias innundadas de Cidade!
E v��s varinas que sabeis a sal?e que trazeis o Mar no vosso avental!
E v��s tambem, �� mo?as da Provincia?que trazeis o verde dos campos?no vermelho das faces pintadas.
E tu tambem �� mau gosto?co'a saia de baixo a v��r-se?e a falta d'educa??o!?�� oiro de pechisbegue (esperteza dos ciganos)?a luzir no vermelho verdadeiro da blusa de chita!?�� tedio do domingo com botas novas?e musica n'Avenida!?�� sancta Virgindade?a garantir a falta de lindeza!?�� bilhete postal illustrado?com appari??es de beijos ao lado!
�� Arsenal-fadista de ganga azul e c?co socialista!?�� sahidas p?r-do-sol das Fabricas d'Agonia!
E v��s tambem, nojentos da Politica?que exploraes eleitos o Patriotismo!?Maquereaux da Patria que vos pariu...
E v��s tambem, pindericos jornalistas?que fazeis cocegas e outras coisas?�� opini?o publica!
E tu tambem, roberto fardado:?Futrica-te espantalho engalonado,?apeia-te das patas de barro,?larga a espada de matar?e p?e o penacho no rabo!?R��lha-te mercenario, asceta da Crueldade!?Espuma-te no chumbo da tua Valentia!?Agoniza-te Rilhafolles armado!?Desuniversidadiza-te da doutoran?a da chacina,?da sciencia da matan?a!?Groom fardado da N��gra,?p��ria da Velha!?Encaveira-te nas esp��ras luzidias de s��res fera!?Despe-te da farda,?desenfia-te da Impostura, e p?e te nu, ao l��u?que ficas desempregado!?Acoura?a-te de Senso,?vomita de vez o morticinio,?enche o pote de raciocinio,?aprende a l��r cora??es,?que ha muito mais que fazer?do que fazer revolu??es!?Rebusca no s��res selvagem,?no teu cofre do exterminio?o teu calibre maximo!?acaba de vez com este planeta,?faze-te Deus do Mundo em dar-lhe fim!?(Ha tanta coisa que fazer, Meu Deus!?e esta gente distrahida em guerras!)
Olha os que n?o s?o nada por te cantarem a ti!?tantos mundos!?tantos genios?que n?o fizeram nada,?que deixaram este mundo tal qual!?Olha os grandes o que s?o, estragados por ti!?E de que serve o livro e a sciencia?se a experiencia da vida?�� que faz comprehender a sciencia e o livro??Antes n?o ter sciencias!?Antes n?o ter livros!
Larga a cidade masturbadora, febril,?rabo decepado de lagartixa,?labyrintho cego de toupeiras,?ra?a de ignobeis myopes, tysicos, tarados,?anemicos, cancerosos e arseniados!?Larga a cidade!?Larga a infamia das ruas e dos boulevards,?esse vae-vem cynico de bandidos mudos,?esse mexer esponjoso de carne viva,?esse s��r-l��sma nojento e macabro,?essess zig-zag de chicote auto-fustigante,?esse ar expirado e espiritista,?esse Inferno de Dante por cantar,?esse ruido de sol prostituido, impotente e velho,?esse silencio pneumonico?de lua enxovalhada sem vir a lavadeira!
Larga a cidade e foge!?Larga a cidade!?Mas larga tudo primeiro, ouviste??Larga tudo!?--Os outros, os sentimentos, os instinctos,?e larga-te a ti tambem, a ti principalmente!?Larga tudo e vae para o campo?e larga o campo tambem!?--P?e-te a nascer outra vez!?N?o queiras ter pae nem m?e,?n?o queiras ter outros, nem Intelligencia!?E j�� houve Intelligencia a mais: pode parar por aqui!?Depois p?e-te a viver sem cabe?a,?v�� s�� o que os olhos virem,?cheira os cheiros da Terra,?come o que a Terra d��r,?bebe dos rios e dos mares,?--p?e-te na Natureza!
Mas tu nem vives, nem deixas viver os mais,?Cr��pula do Egoismo, cartola d'espanta-pardaes!?Mas has-de pagar-Me a febre-rodopio?nov��llo emmaranhado da minha d?r!?Mas has-de pagar-Me a febre-calafrio?abysmo descida de Eu n?o querer descer!?Has-de pagar-Me o Absyntho e a Morfina!?Hei-de ser cigana da tua sina!?Hei-de ser a bruxa do teu remorso!?Hei-de desforra-d?r cantar-te a buena-dicha?em aguas-fortes de Goya?e no cavallo de Troya?e nos poemas de Po?!?Hei-de feiticeira a gallope na vassoira?largar-te os meus lagartos e a Pe??nha!?Hei-de vara magica encantar-te arte de ganir!?Hei-de reconstruir em ti a escravatura n��gra!?Hei-de despir-te a pelle a pouco e pouco?e depois na carne viva deitar fel,?e depois na carne viva semear vidros,?semear g��mes,?l��mes,?e tiros!?Hei-de gosar em ti as p��ses diabolicas?dos theatraes venenos tragicos da persa Zoroastro!?Hei-de rasgar-te as vrilhas com forquilhas e croques,?e desfraldar-te nas canellas mirradas?o n��gro pend?o dos piratas!?Hei-de corvo marinho beber-te os olhos v��sgos!?Hei-de boia do Destino ser em braza?e tu naufrago das gal��s sem horizontes verdes!
Ah que eu sinto claramente que nasci?de uma praga de ciumes!?Eu sou as sete pragas sobre o Nylo?e a alma dos Borgias a penar!
End of Project Gutenberg's A Scena do Odio, by Jos�� de Almada Negreiros
? END OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK A SCENA DO ODIO ***
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