normal; �� indefinivel, accrescenta, como os symptomas que annunciam e fazem presentir a invas?o das doen?as graves. O periodo de estado, esse, �� como a flora??o da psychose: o romance systematico desenvolve-se pelo reconhecimento dos perseguidores--a policia, o jesuitismo, os magnetisadores, a ma?onaria, os physicos, etc.
Passando ao estudo dos symptomas, Las��gue p?e em relevo o papel que desempenham na doen?a as falsas sensa??es auditivas. ?O org?o do ouvido, escreve o eminente professor, fornece as primeiras sensa??es sobre que se exerce a intelligencia pervertida. O doente ouve retalhos de conversas que interpreta e se applica; os mesmos ruidos que naturalmente se produzem,--a passagem de um trem, os passos de uma pessoa que sobe ou desce uma escada, uma porta que se abre ou fecha, s?o objecto dos seus commentarios?.[1] Fallando, em seguida, das allucina??es auditivas, declara-as as unicas compativeis com o delirio de persegui??es; e accrescenta: ?Basta que um doente accuse vis?es para que eu n?o hesite em affirmar que elle pertence a outra cathegoria de delirantes?[2]. Na mesma ordem de id��as escreve ainda: ?Qualquer que seja a epocha em que ellas se declarem, as allucina??es pertencem sempre ao quadro das auditivas; n?o �� demais a minha insistencia sobre este caracter, que considero pathognomonico?[3]. Todavia as allucina??es do ouvido, t?o importantes e de t?o vasto papel, n?o s?o para Las��gue um phenomeno constante na psychose que descreve: ?A allucina??o do ouvido, diz elle, n?o �� nem a consequencia obrigada, nem o antecedente necessario do delirio de persegui??es?[4]. Os perseguidos podem, segundo elle, n?o experimentar nunca allucina??es; limitando-se a fundar induc??es delirantes sobre sensa??es anditivas reaes, alguns ha que percorrem todos os periodos da doen?a.
[1] Las��gue, Le d��lire des pers��cutions in ��tudes m��dicales, tom. 1., pag. 554.
[2] Las��gue, Loc. cit., pag. 555.
[3] Las��gue, Loc. cit., pag. 555.
[4] Las��gue, Loc. cit., pag. 555.
Las��gue n?o refere allucina??es al��m das auditivas: ?As outras sensa??es de que os perseguidos se queixam, diz elle, reduzem-se a impress?es nervosas?[3]. De resto, estas mesmas impress?es devem antes lan?ar-se �� conta do hysterismo que �� do delirio de persegui??es: ?As mulheres, diz elle, offerecem os exemplos mais frequentes--sopros internos, subitos calores, entorpecimentos, dores atrozes e passageiras e os outros accidentes t?o moveis da hysteria?[4].
[3] Las��gue, Loc. cit., pag. 556.
[4] Las��gue, Loc. cit., pag. 557.
Como a symptomatologia e a marcha da doen?a, a pathogenia d'ella mereceu tambem as atten??es de Las��gue. Segundo elle, o delirio procederia sempre da necessidade que o alienado sente de explicar as sensa??es anormaes do periodo inicial, e resultaria, portanto, de uma consciente elabora??o logica. ?A cren?a n'uma persegui??o, diz elle, n?o �� sen?o secundaria; provoca-a a necessidade de dar uma explica??o a impress?es morbidas provavelmente communs a todos os doentes e que todos referem �� mesma causa?[1]. Por um raciocinio, pois, passaria o perseguido do vago mal-estar do periodo prodromico ao delirio systematisado e quasi invariavel que caracterisa a doen?a em plena flora??o. O facto inicial seria um phenomeno confuso da sensibilidade, uma perturba??o emotiva, o phenomeno intellectual, o delirio, seria ulterior e nascido do primeiro. ?��, diz Las��gue, depois de um certo tempo de preoccupa??o e de resistencia que o alienado procura remontar �� causa dos seus soffrimentos, e passa assim do primeiro ao segundo periodo. A transi??o faz-se ent?o por este invariavel raciocinio: os males que soffro s?o extraordinarios; tenho experimentado bem mais duros golpes, mas concebia-os, descobria-lhes mais ou menos o motivo; agora encontro-me em condi??es extranhas que n?o dependem nem da minha saude, nem da minha posi??o, nem do meio em que vivo: �� preciso que alguma coisa de exterior, de independente de mim intervenha; ora eu soffro e sou desgra?ado: s�� inimigos podem ter interesse em me magoar; devo, pois, cr��r que inten??es hostis s?o a causa das impress?es que experimento?[2].
[1] Las��gue, Loc. cit., pag. 552.
[2] Las��gue, Loc. cit., pag. 552.
Decorrido o periodo prodromico e attingida a systematisa??o delirante, a doen?a deixaria, segundo Las��gue, de acompanhar-se de grandes perturba??es de sentimentos. Ha perseguidos que, mudando constantemente de casa, fatigando incessantemente magistrados e auctoridades com interminaveis queixas, conservam, todavia, uma certa egualdade de humor ?Nunca vi nenhum, diz o auctor, cahir em melancolia continua, reagir por odios violentos ou meditar vingan?as?[3].
[3] Las��gue, Loc. cit., pag. 551.
Occupando-se da etiologia, Las��gue nota que o maximo de frequencia do delirio de persegui??es se realisa entre os 35 e os 50 annos e que esta psychose ataca de preferencia as mulheres: segundo a sua estatistica, 25% das alienadas, comprehendidas as idiotas e imbecis, seriam perseguidas. As causas proximas seriam, em regra, de uma completa insignificancia: uma insomnia, uma phrase inoffensiva, uma refei??o de sab?r desagradavel, etc. Emfim, estudando o delirio em rela??o ao caracter anterior do doente, Las��gue nota que ?os espiritos mais timidos n?o s?o os mais predispostos?; no delirio de persegui??es v�� o eminente clinico, n?o o exaggero de uma pr��via tendencia natural, mas
Continue reading on your phone by scaning this QR Code
Tip: The current page has been bookmarked automatically. If you wish to continue reading later, just open the
Dertz Homepage, and click on the 'continue reading' link at the bottom of the page.